Irã cobra posicionamento da ONU sobre sanções impostas pelos EUA
Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira sanções contra 700 pessoas e empresas do Irã
EFE
Publicado em 5 de novembro de 2018 às 16h34.
Nações Unidas - O Irã pediu nesta segunda-feira para que as Nações Unidas e os países que a integram deem uma "resposta coletiva" às novas sanções impostas pelos Estados Unidos , que entraram em vigor hoje.
"Esta conduta irresponsável dos EUA requerem uma resposta coletiva da comunidade internacional para defender o Estado de direito, impedir que enfraqueça a diplomacia e proteger o multilateralismo", afirmou o embaixador iraniano na ONU, Gholamali Khoshroo, em carta ao secretário-geral, António Guterres.
Essa carta, divulgada pela delegação do Irã, defende que a ONU e seus Estados-membros devem "resistir" às sanções e fazer com que os EUA prestem contas.
Khoshroo lembrou que o acordo nuclear assinado em 2015 foi consagrado com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU e afirmou que as medidas impostas por Washington "violam flagrantemente" esse documento.
O embaixador iraniano argumenta que são "sanções ilegais" e que vão contra a carta de fundação das Nações Unidas, especialmente pela aplicação extraterritorial.
Segundo o Irã, as medidas representam uma "discriminação contra civis com base no seu país de residência ou nacionalidade" e atacam o livre-comércio internacional.
As novas sanções americanas penalizam a venda de petróleo iraniano, as transações financeiras com o Banco Central e o setor portuário do país, em uma tentativa de aumentar a pressão econômica sobre Teerã, após a decisão do governo de Donald Trump de abandonar o acordo nuclear de 2015.