Irã acusa ONU de indiferença ao programa nuclear israelense
Para o representante iraniano, "o regime sionista é o maior obstáculo para a criação de uma área livre de armas nucleares no Oriente Médio"
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2012 às 13h53.
Teerã - O Irã acusou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas de "décadas de indiferença" perante o programa nuclear de Israel, destinado à fabricação de armas atômicas, informou nesta sexta-feira a agência oficial de notícias iraniana, "Irna".
Em declaração cedida à agência, o embaixador do Irã perante a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Ali Asghar Soltaniyeh, se referiu a Israel como um regime agressivo e disse que "a posse de armas nucleares (por parte dos israelenses) centuplica as preocupações internacionais".
Segundo órgãos internacionais de estudos estratégicos, Israel desenvolveu seu programa nuclear a partir de 1958 com ajuda da França e, posteriormente, com o consentimento dos Estados Unidos, e atualmente calcula-se que tenha entre 200 e 500 armas atômicas.
Para o representante iraniano, "o regime sionista é o maior obstáculo para a criação de uma área livre de armas nucleares no Oriente Médio".
Por esse motivo, Soltaniyeh reivindicou à ONU que trate seriamente a questão nuclear israelense e insistiu que Israel se una ao Tratado de Não-Proliferação (TNP) nuclear e ponha todas suas instalações atômicas sob supervisão da AIEA.
O Irã foi acusado por diversos países, entre eles Israel, de tentar fabricar bombas atômicas dentro de seu programa nuclear, o que Teerã negou e afirmou que suas atividades neste campo são exclusivamente civis e pacíficas.
Israel e os EUA ameaçaram atacar o Irã se o país não frear seu programa nuclear, ao que Teerã respondeu que não interromperá suas atividades atômicas pacíficas e que, em caso de ser atacado, dará uma resposta arrasadora.
A ONU, além da União Europeia, dos EUA e de outros países, impôs sanções ao Irã pela suspeita de que seu programa nuclear pudesse ter uma vertente armamentista e o Conselho de Governadores da AIEA criticou Teerã no dia 13 por sua falta de cooperação para esclarecer as dúvidas pendentes.