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Inteligência dos EUA nega ter vazado informações sobre Trump

Apesar da revolta de Trump e das críticas que fez, Clapper disse a ele que duvidava que o vazamento tivesse sido obra da comunidade de inteligência

Clapper: "A CI não fez nenhuma avaliação de que esse documento seja confiável e não nos baseamos nele para nossas conclusões" (Getty Images)

Clapper: "A CI não fez nenhuma avaliação de que esse documento seja confiável e não nos baseamos nele para nossas conclusões" (Getty Images)

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AFP

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 16h38.

O diretor de inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, expressou sua consternação a Donald Trump pelo vazamento de um relatório de segurança que supostamente continha um conteúdo explosivo e não verificado sobre o presidente eleito.

Em um tuíte, Trump confirmou nesta quinta a informação de Clapper.

"James Clapper me ligou ontem para denunciar o falso e fictício informe que está circulando ilegalmente. Fatos falsos, inventados! Que vergonha!"

Os chefes de inteligência apresentaram na semana passada a Trump, assim como ao atual presidente, Barack Obama, um resumo de duas páginas das afirmações potencialmente constrangedoras que envolvem a Rússia, segundo matérias da cadeia CNN, do jornal The New York Times e de outros meios de comunicação americanos.

Clapper afirmou, em um comunicado, que falou com Trump na quarta-feira sobre as afirmações não verificadas de que seus assistentes se uniram com as autoridades do Kremlin para vencer as eleições americanas, e que a Rússia tinha informações comprometedoras sobre o agora presidente eleito.

"Esta noite tive a oportunidade de falar com o presidente eleito Donald Trump para discutir os recentes informes da imprensa sobre nossa reunião informativa de sexta-feira passada", afirmou Clapper.

"Expressei a ele minha profunda consternação pelo vazamento surgido na imprensa, e nós dois concordamos que isso era extremamente corrosivo e danoso para nossa segurança nacional", enfatizou.

Apesar da revolta de Trump e das críticas que fez, Clapper disse a ele que duvidava que o vazamento tivesse sido obra da comunidade de inteligência americana.

"Insisti que este documento não é um produto da comunidade de inteligência dos EUA e que não acreditava que o vazamento provinha da CI" (comunidade da inteligência), indicou Clapper.

"A CI não fez nenhuma avaliação de que esse documento seja confiável e não nos baseamos nele para nossas conclusões", acrescentou.

Na véspera, Trump acusou as agências de Inteligência americanas de vazarem para a imprensa um dossiê com memorandos russos que supostamente contêm informações comprometedoras sobre ele.

"Acho que é muito triste quando informes de Inteligência são vazados para a imprensa. Acho que é muito triste. Antes de mais nada, é ilegal", afirmou Trump, em sua primeira entrevista coletiva como presidente eleito, insistindo que apenas as agências podem ter vazado o material.

"Acho que é escandaloso que se permita que essa informação seja vazada", reforçou.

"São todas notícias falsas. São coisas mentirosas. Nunca aconteceu", disse Trump, acrescentando que "um grupo de opositores se juntou, gente doente, e produziu esse lixo".

Na última sexta-feira, vários chefes de Inteligência se reuniram com Trump e entregaram a ele um resumo de duas páginas sobre essas informações, potencialmente vergonhosas, mas que não foram verificadas.

Como fonte, a rede CNN e o jornal The New York Times citam funcionários familiarizados com o encontro, os quais pediram para não serem identificados.

Trump acusou as agências de Inteligência dos Estados Unidos de vazarem para a imprensa o dossiê completo de 35 páginas. O material circulou em Washington por semanas.

A Casa Branca reagiu imediatamente, considerando que as críticas de Trump à comunidade de Inteligência estão "profundamente equivocadas".

Moscou também rejeitou as acusações de forma categórica.

"O Kremlin não tem informes comprometedores sobre Trump", descartou o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dimitry Peskov, afirmando que essas alegações pretendem "minar as relações bilaterais" entre Washington e Moscou.

"É uma total falsidade", acrescentou.

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