Instabilidade na Itália ameaça gerar novo caos para a Europa
Os bancos da Itália estão sufocados com uma pilha de empréstimos ruins e, elevando o crescente sentimento de instabilidade
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2016 às 14h43.
Roma - As ações de bancos da Itália afundaram nesta terça-feira, sacudindo as bases financeiras da terceira maior economia da zona do euro e ameaçando contagiar outras nações da União Europeia .
A crise pode empurrar a Itália de volta à recessão e, em um cenário apocalíptico, gerar um tipo de colapso similar ao da Grécia que seria quase impossível a Europa conter.
Os bancos da Itália estão sufocados com uma pilha de empréstimos ruins e, elevando o crescente sentimento de instabilidade, o primeiro-ministro Matteo Renzi prometeu demitir-se caso saia derrotado de um referendo em outubro sobre a reforma constitucional.
Pesquisas de opinião recentes dizem que ele deve perder por grande margem.
"A Itália enfrenta uma grave crise que é exponencial. Isso não é gradual e não linear", disse Francesco Galietti, chefe da consultoria de risco Policy Sonar e ex-funcionário do Ministério das Finanças.
"A causa imediata é a crise bancária." O índice acionário do setor bancário da Itália caiu 30 por cento desde que o Reino Unido votou em 23 de junho para sair da União Europeia, elevando as perdas acumuladas no ano a 57 por cento.
O índice de ações do setor bancário da zona do euro caiu 22 por cento e 37 por cento, respectivamente.
Na terça-feira, o índice italiano perdeu mais 1,44 por cento, para próximo dos patamares mais baixos em três anos.
A Itália é política e financeiramente frágil, muitas vezes descrito como "grandes demais para salvar" em uma crise, e mesmo tendo pouca ligação econômica direta entre seus bancos e a votação britânica, qualquer choque mundial cria grandes tremores no país.
"A Itália é, essencialmente, a linha falha da Europa", disse um ex-funcionário do FMI, falando sob condição de anonimato.
"Tanto a dívida pública e o setor bancário são um barril de pólvora, sendo mantidos por um processo de não reconhecimento de prejuízos acumulados no sistema que eles continuam rolando. O verdadeiro problema é que alguém tem de assumir as perdas eventualmente", acrescentou.
As preocupações imediatas estão centradas no terceiro maior banco da Itália, o Monte dei Paschi di Siena, que tem a maior proporção de créditos ruins em carteira entre bancos italianos listados.
O Banco Central Europeu (BCE) determinou que o banco reduza essas dívidas em 40 por cento em três anos. Roma está em negociações com Bruxelas para elaborar um plano para recapitalizar seus bancos, incluindo o Monte dei Paschi, na esperança de usar dinheiro público para evitar perdas potencialmente enormes para os detentores de bônus e ações, muitos deles pequenos investidores comuns.
Tal acordo pode exigir uma flexibilização das regras antirresgate que a União Europeia adotou em 2014 para forçar os investidores e alguns depositantes compartilharem o peso das falências bancárias.
A Alemanha diz que as regras devem ser respeitadas, mas a Itália afirma que a flexibilidade é necessária para evitar um possível contágio bancário decorrente da decisão britânica.
Roma - As ações de bancos da Itália afundaram nesta terça-feira, sacudindo as bases financeiras da terceira maior economia da zona do euro e ameaçando contagiar outras nações da União Europeia .
A crise pode empurrar a Itália de volta à recessão e, em um cenário apocalíptico, gerar um tipo de colapso similar ao da Grécia que seria quase impossível a Europa conter.
Os bancos da Itália estão sufocados com uma pilha de empréstimos ruins e, elevando o crescente sentimento de instabilidade, o primeiro-ministro Matteo Renzi prometeu demitir-se caso saia derrotado de um referendo em outubro sobre a reforma constitucional.
Pesquisas de opinião recentes dizem que ele deve perder por grande margem.
"A Itália enfrenta uma grave crise que é exponencial. Isso não é gradual e não linear", disse Francesco Galietti, chefe da consultoria de risco Policy Sonar e ex-funcionário do Ministério das Finanças.
"A causa imediata é a crise bancária." O índice acionário do setor bancário da Itália caiu 30 por cento desde que o Reino Unido votou em 23 de junho para sair da União Europeia, elevando as perdas acumuladas no ano a 57 por cento.
O índice de ações do setor bancário da zona do euro caiu 22 por cento e 37 por cento, respectivamente.
Na terça-feira, o índice italiano perdeu mais 1,44 por cento, para próximo dos patamares mais baixos em três anos.
A Itália é política e financeiramente frágil, muitas vezes descrito como "grandes demais para salvar" em uma crise, e mesmo tendo pouca ligação econômica direta entre seus bancos e a votação britânica, qualquer choque mundial cria grandes tremores no país.
"A Itália é, essencialmente, a linha falha da Europa", disse um ex-funcionário do FMI, falando sob condição de anonimato.
"Tanto a dívida pública e o setor bancário são um barril de pólvora, sendo mantidos por um processo de não reconhecimento de prejuízos acumulados no sistema que eles continuam rolando. O verdadeiro problema é que alguém tem de assumir as perdas eventualmente", acrescentou.
As preocupações imediatas estão centradas no terceiro maior banco da Itália, o Monte dei Paschi di Siena, que tem a maior proporção de créditos ruins em carteira entre bancos italianos listados.
O Banco Central Europeu (BCE) determinou que o banco reduza essas dívidas em 40 por cento em três anos. Roma está em negociações com Bruxelas para elaborar um plano para recapitalizar seus bancos, incluindo o Monte dei Paschi, na esperança de usar dinheiro público para evitar perdas potencialmente enormes para os detentores de bônus e ações, muitos deles pequenos investidores comuns.
Tal acordo pode exigir uma flexibilização das regras antirresgate que a União Europeia adotou em 2014 para forçar os investidores e alguns depositantes compartilharem o peso das falências bancárias.
A Alemanha diz que as regras devem ser respeitadas, mas a Itália afirma que a flexibilidade é necessária para evitar um possível contágio bancário decorrente da decisão britânica.