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Inflação na Venezuela continua batendo recordes

Inflação acumulada no ano é de 19,9% e deve encerrar 2010 como a a maior do continente

Meta oficial de inflação do governo de Hugo Chavez é de 22% no ano (AFP/Ho/AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2010 às 15h26.

Caracas - A inflação na Venezuela, que alcançou 19,9% entre janeiro e agosto, está prestes a se tornar novamente a maior da região, enquanto o governo do presidente Hugo Chávez faz pouco para frear seu avanço, asseguram analistas.

"A inflação na Venezuela é forte e inclusive mantém tendência de alta em relação a anos anteriores", disse à AFP o analista Orlando Ochoa.

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A alta dos preços de 19,9% acumulada de janeiro a agosto supera os 15,6% registrados nos primeiros oito meses de 2009, um ano em que a inflação encerrou em 25,1%, a mais alta da região e uma das mais elevadas do mundo.

Segundo os especialistas, a prioridade do gabinete econômico de Chávez, que fixou uma meta de inflação de 22% no orçamento de 2010, não foi a luta contra a alta dos preços.

No entanto, o encarecimento do custo de vida é, junto à violência e ao desemprego, a principal angústia dos venezuelanos e poderá afetar o governo nas eleições legislativas de 26 de setembro, nas quais pretende manter sua maioria.

"O governo não fez nada para reduzir a inflação este ano e tem pouca credibilidade nos anúncios", disse à AFP o economista Abelardo Daza.

"Impôs controles de preços, mas não é parte de uma política macroeconômica antiinflacionária. Não há estratégia definida contra a inflação", completou o economista.

Segundo Ochoa, "não há um esforço de ordem fiscal e não há regime cambiário estável que possa gerar expectativas de estabilidade de preços sobre produtos importados".

A escassa produção nacional de bens, agravada por algumas nacionalizações e as restrições sofridas pelos importadores para obter divisas do Estado alimentam as altas de preços na Venezuela.

Desde janeiro, há duas taxas oficiais do dólar no país sul-americano: 2,6 bolívares para importações prioritárias, fundamentalmente do Estado, e 4,3 bolívares para o resto.

Os empresários venezuelanos se vêem obrigados a adquirir moedas no mercado paralelo se a compra de dólares pelas vias oficiais atrasam ou não são suficientes para saciar a demanda, o que encarece de forma importante diversos produtos.

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