Indicado para Suprema Corte promete ser fiel às leis dos EUA
O indicado não citou os ataques de Trump a outros magistrados, mas agradeceu aos juízes que trabalham com "valor, independência e integridade"
EFE
Publicado em 20 de março de 2017 às 17h50.
Washington - O juiz Neil Gorsuch, indicado por Donald Trump para a Suprema Corte, se comprometeu nesta segunda-feira, durante audiência no Comitê de Justiça do Senado, ser fiel à Constituição e às leis dos Estados Unidos.
Com fama de conservador, Gorsuch assumiu o compromisso em sua primeira audiência no Senado, que avalia sua escolha para substituir o juiz conservador Antonin Scalia, morto em fevereiro de 2016.
"Tenho consciência das minhas imperfeições, mas prometo aos senhores e ao povo americano que, se eu for confirmado, farei tudo que esteja em meu poder para ser um fiel servidor da Constituição e das leis do nosso país", disse Gorsuch.
Gorusch é desde 2006 juiz da Corte de Apelações do Décimo Distrito, instância inferior à Suprema Corte e com sede em Denver, no Colorado.
Durante discurso, o indicado não citou os ataques de Trump a outros magistrados, mas agradeceu o trabalho aos juízes que trabalham com "valor, independência e integridade".
Os senadores democratas pediram que Gorsuch se posicione publicamente sobre os ataques que Trump fez aos juízes federais que suspenderam a ordem executiva para proibir a entrada de imigrantes de seis países muçulmanos e refugiados nos EUA.
Além disso, eles criticaram Gorsuch pelas decisões que o juiz tomou a favor de grandes companhias, o acusando de favorecer o empresariado em detrimento dos cidadãos americanos.
"Em meu período no cargo, sempre dei o mesmo tratamento aos ricos e aos pobres", disse Gorsuch, defendendo sua objetividade.
Os democratas afirmaram hoje que irão examinar de forma exaustiva o histórico e as posições adotadas por Gorsuch antes de votar sua nomeação para a Suprema Corte.
Para ser confirmado no cargo, o juiz precisa conseguir 60 votos no Senado, uma maioria difícil de ser obtida porque os republicanos possuem 52 cadeiras na casa, o que obriga Gorsuch a ter o apoio de vários democratas.