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Incerteza sobre possível trégua entre Israel e Hamas em Gaza

Proposta busca também a libertação de reféns mantidos em cativeiro

Guerra Israel-Hamas: conflito teve início em 7 de outubro de 2023 (AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 2 de maio de 2024 às 13h40.

Última atualização em 2 de maio de 2024 às 13h51.

O movimento islamista palestino Hamas não respondeu nesta quinta-feira, 2, à oferta israelense de trégua em Gaza , o que aumenta as dúvidas sobre a possibilidade de um cessar-fogo após quase sete meses de guerra.

Israel e os países mediadores, Catar, Egito e Estados Unidos, aguardam uma resposta do Hamas a um plano de trégua de 40 dias.

A proposta busca uma trégua nos combates que permita a libertação de reféns mantidos em cativeiro em Gaza desde o ataque dos milicianos islamistas de 7 de outubro contra o território israelense, em troca da liberação de detentos palestinos de penitenciárias de Israel.

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O acordo seria o primeiro desde a trégua de uma semana em novembro que permitiu a troca de 80 reféns israelenses por 240 presos palestinos.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, aproveitou sua visita a Israel na quarta-feira para estimular o acordo.

Blinken pediu ao Hamas que aceite a proposta, que chamou de "extraordinariamente generosa" por parte de Israel, e reiterou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a oposição dos Estados Unidos a uma invasão israelense em Rafah, uma localidade do sul de Gaza onde 1,5 milhão de palestinos sobrevivem em condições extremas.

A guerra em Gaza agita as relações internacionais. Na quarta-feira, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que vai romper as relações com Israel. Nos Estados Unidos, os protestos em várias universidades devido ao conflito terminaram em operações de desocupação violentas, após a intervenção das forças policiais.

O presidente de Israel , Isaac Herzog, afirmou nesta quinta-feira que as universidades americanas estão "contaminadas pelo ódio e antissemitismo".

"Negativa"

Israel prossegue com a ofensiva em Gaza, iniciada em resposta ao ataque sem precedentes do Hamas contra seu território que matou 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Durante o ataque, os milicianos islamistas sequestraram quase 250 pessoas. Israel calcula que 129 permanecem retidas em Gaza e que 34 morreram em cativeiro.

O governo de Netanyahu enfrenta a pressão das famílias dos reféns, que protestaram nesta quinta-feira com fotografias das mulheres mantidas em cativeiro em Gaza diante da residência do primeiro-ministro, em Jerusalém.

A ofensiva aérea e terrestre iniciada por Israel em represália contra o Hamas deixou até o momento 34.596 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino governado pelo Hamas.

Ao menos 28 pessoas morreram em Gaza nas últimas 24 horas, segundo o Hamas, após vários bombardeios que atingiram o norte, centro e sul do território, reduzido a ruínas.

O Hamas afirma que um cessar-fogo permanente é uma condição prévia para qualquer acordo, uma posição que Israel recusa.

Osama Hamdan, um importante dirigente do Hamas, declarou à AFP na quarta-feira que a posição do grupo é "negativa", mas que prossegue coma as negociações.

"A situação é delicada", disse Zaher Jabareen, membro da equipe de negociação do Hamas.

"Um plano confiável" para os civis

Algumas horas antes de Blinken chegar a Israel, Netanyahu reafirmou a intenção de invadir Rafah, por considerar que a cidade é o último reduto do Hamas, com ou sem acordo de trégua.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ressaltou a necessidade de Israel ter "um plano confiável para retirar os civis de Rafah", durante uma conversa por telefone com seu homólogo israelense, Yoav Gallant.

A guerra deixou o território estreito em ruínas, onde hoje há mais escombros do que na Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa há mais de dois anos, afirmou o diretor do programa de retirada de minas da ONU para os Territórios Palestinos.

Mohamed Al Mughayyir, funcionário responsável pela da Defesa Civil de Gaza, alertou nesta quinta-feira para o perigo das munições não detonadas.

"Todas as semanas acontecem mais de dez explosões quando são manipuladas por crianças e civis, o que provoca mortes e ferimentos graves", disse à AFP.

Em Rafah, Yusef Harazi, um mecânico, tem esperança no fim dos combates. "Não temos alívio, nem físico, nem mental", disse.

Uma questão crítica para os civis em Gaza é o envio de mais ajuda humanitária ao território de 2,4 milhões de habitantes, que desde o início do conflito enfrentam escassez de produtos básicos devido ao cerco estabelecido por Israel.

As entregas são estritamente controladas pelas autoridades israelenses e entram a conta-gotas no território. O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, pressiona para aumentar o fluxo de ajuda e aliviar o risco de fome.

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