Fumaça contaminada por incêndio em Chernobyl ameaça Ucrânia
A Ucrânia anunciou um aumento da radioatividade devido a um incêndio próximo de Chernobyl, palco de um grave acidente nuclear
Guilherme Dearo
Publicado em 5 de abril de 2020 às 16h49.
Última atualização em 11 de abril de 2020 às 11h25.
A Ucrânia anunciou neste domingo um aumento da radioatividade devido a um incêndio florestal declarado na véspera na zona de exclusão que rodeia a central de Chernobyl , onde ocorreu, em 1986, o pior acidente nuclear da História.
"Há radioatividade superior à normal no coração do incêndio", indicou no Facebook Egor Firsov, que lidera o serviço de inspeção ambiental. Ele acompanhou sua mensagem com um vídeo que mostra um contador Geiger exibindo um nível de radioatividade 16 vezes mais alto do que o normal.
As chamas se propagaram por mais de 100 hectares no setor florestal situado em torno da central nuclear, a cerca de 100 quilômetros da capital, Kiev.
Em nota divulgada em um primeiro momento, os serviços de emergência garantiam que as chamas estavam sob controle e que não havia sido detectado nenhum aumento da radioatividade no ar. Ontem, chegaram a afirmar que havia "problemas" para extinguir o fogo, devido ao aumento da radioatividade em alguns pontos.
Autoridades afirmaram, por sua vez, que as localidades próximas não corriam perigo. Dois aviões, um helicóptero e cerca de 100 bombeiros estavam mobilizados para lutar contra o incêndio.
O reator número 4 da central de Chernobyl explodiu em 26 de abril de 1986, contaminando, segundo diferentes estimativas, ate 75% da Europa. Depois deste acidente nuclear, as autoridades evacuaram milhares de pessoas. Uma ampla área de mais de 2.000 quilômetros quadrados foi abandonada.
Outros três reatores da planta continuaram funcionando após o acidente nuclear. O último parou em 2000, o que marcou o fim de toda atividade industrial en Chernobyl.