Exame Logo

Imigração e armas, êxito e fracasso de 100 dias de Obama

Nestes primeiros 100 dias de mandato o presidente conseguiu que o Congresso começasse a debater um projeto de lei de reforma migratória

Barack Obama: em 17 de abril, uma emenda bipartidária sobre a verificação de antecedentes dos compradores de armas não obteve no plenário do Senado o mínimo de votos para continuar em tramitação. (Mark Wilson/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , completa nesta segunda-feira 100 dias de seu segundo mandato com avanços sobre a reforma migratória, muitos obstáculos em sua luta por um maior controle das armas e a atenção sobre política externa voltada para o conflito na Síria.

Obama iniciou formalmente seu segundo mandato em 20 de janeiro, embora a cerimônia pública de posse tenha ocorrida um dia depois. Seu índice de aprovação atual é de cerca de 49%, segundo uma média das últimas pesquisas.

Nestes primeiros 100 dias o presidente conseguiu que o Congresso começasse a debater um projeto de lei de reforma migratória, mas estes mesmos legisladores deram as costas aos seus esforços por impulsionar normas mais restritivas sobre a posse de armas.

O Senado estuda atualmente um projeto de lei de reforma migratória negociado entre um grupo de oito senadores democratas e republicanos.

Obama apoia o plano, que estipula um prazo de 10 anos para a legalização da situação dos imigrantes sem documentos, fornece US$ 3 bilhões para a segurança na fronteira e penaliza as empresas que contratem com conhecimento imigrantes ilegais, entre outros aspectos.

Na semana passada, durante a inauguração em Dallas da biblioteca sobre o legado do ex-presidente George W. Bush, Obama reiterou que espera que neste ano seja aprovada a reforma migratória, uma das promessas descumpridas de sua primeira campanha eleitoral.

Com um Congresso muito dividido e a Câmara dos Representantes em mãos republicanas, Obama não conseguiu um avanço no debate sobre o controle das armas de fogo, uma luta na qual se envolveu pessoalmente após o massacre de dezembro do ano passado em uma escola de Newtown, onde morreram 20 crianças e seis adultos.


Em 17 de abril, uma emenda bipartidária sobre a verificação de antecedentes dos compradores de armas não obteve no plenário do Senado o mínimo de 60 votos necessário para continuar sua tramitação.

Essa medida previa um controle de antecedentes mais rígido que o atual, mas menos duro que o originalmente solicitado por Obama.

As propostas para proibir as armas semiautomáticas de tipo militar e os carregadores de munição de grande capacidade, ambas respaldadas pelo presidente, sofreram nesse mesmo dia derrotas no Senado.

Já os desacordos entre Obama e o Congresso sobre como reduzir o alto déficit público causaram cortes automáticos de US$ 85 bilhões no orçamento federal que entraram em vigor automaticamente em 1º de março.

Obama apresentou em abril seu orçamento para o ano fiscal de 2014, que atende exigências republicanas ao incluir reformas para reduzir o custo de programas sociais. No entanto, o orçamento coloca os milionários na mira ao estipular mais impostos para as grandes fortunas, o que tem por objetivo aumentar a receita federal.

Sua oferta não agradou os republicanos, que anteciparam que não vão aceitar que os cortes de despesas estejam condicionados a aumentos tributários para os mais ricos. Ao mesmo tempo, os democratas mais progressistas ficaram insatisfeitos com reduções na Seguridade Social e no programa de saúde para idosos e aposentados Medicare.

Em relação à prisão de Guantánamo (Cuba), que Obama prometeu fechar logo após chegar à Casa Branca, uma greve de fome foi iniciada há quase três meses para chamar a atenção sobre as condições da prisão. Atualmente, cerca de 100 dos detentos já participam do protesto, segundo números oficiais.


Na política externa, a situação esteve dominada recentemente pelas ameaças nucleares da Coreia do Norte, mas nos últimos dias a atenção girou novamente em torno da Síria.

Obama prometeu na sexta-feira passada uma investigação a fundo sobre o uso de armas químicas no país e alertou que se isto for comprovado mudará seu 'cálculo' sobre como atuar diante de um conflito que já dura mais de dois anos e deixou cerca de 70 mil mortos.

Até agora os EUA estão fornecendo ajuda 'não letal' aos grupos opositores sírios e Obama resiste a enviar armas por medo de que caiam nas mãos de organizações terroristas.

E com o objetivo de aprofundar a relação com a Ásia, como o próprio presidente prometeu em várias ocasiões, Obama visitará nesta semana o México e a Costa Rica, o que será sua primeira viagem de seu segundo mandato para a América Latina.

Veja também

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , completa nesta segunda-feira 100 dias de seu segundo mandato com avanços sobre a reforma migratória, muitos obstáculos em sua luta por um maior controle das armas e a atenção sobre política externa voltada para o conflito na Síria.

Obama iniciou formalmente seu segundo mandato em 20 de janeiro, embora a cerimônia pública de posse tenha ocorrida um dia depois. Seu índice de aprovação atual é de cerca de 49%, segundo uma média das últimas pesquisas.

Nestes primeiros 100 dias o presidente conseguiu que o Congresso começasse a debater um projeto de lei de reforma migratória, mas estes mesmos legisladores deram as costas aos seus esforços por impulsionar normas mais restritivas sobre a posse de armas.

O Senado estuda atualmente um projeto de lei de reforma migratória negociado entre um grupo de oito senadores democratas e republicanos.

Obama apoia o plano, que estipula um prazo de 10 anos para a legalização da situação dos imigrantes sem documentos, fornece US$ 3 bilhões para a segurança na fronteira e penaliza as empresas que contratem com conhecimento imigrantes ilegais, entre outros aspectos.

Na semana passada, durante a inauguração em Dallas da biblioteca sobre o legado do ex-presidente George W. Bush, Obama reiterou que espera que neste ano seja aprovada a reforma migratória, uma das promessas descumpridas de sua primeira campanha eleitoral.

Com um Congresso muito dividido e a Câmara dos Representantes em mãos republicanas, Obama não conseguiu um avanço no debate sobre o controle das armas de fogo, uma luta na qual se envolveu pessoalmente após o massacre de dezembro do ano passado em uma escola de Newtown, onde morreram 20 crianças e seis adultos.


Em 17 de abril, uma emenda bipartidária sobre a verificação de antecedentes dos compradores de armas não obteve no plenário do Senado o mínimo de 60 votos necessário para continuar sua tramitação.

Essa medida previa um controle de antecedentes mais rígido que o atual, mas menos duro que o originalmente solicitado por Obama.

As propostas para proibir as armas semiautomáticas de tipo militar e os carregadores de munição de grande capacidade, ambas respaldadas pelo presidente, sofreram nesse mesmo dia derrotas no Senado.

Já os desacordos entre Obama e o Congresso sobre como reduzir o alto déficit público causaram cortes automáticos de US$ 85 bilhões no orçamento federal que entraram em vigor automaticamente em 1º de março.

Obama apresentou em abril seu orçamento para o ano fiscal de 2014, que atende exigências republicanas ao incluir reformas para reduzir o custo de programas sociais. No entanto, o orçamento coloca os milionários na mira ao estipular mais impostos para as grandes fortunas, o que tem por objetivo aumentar a receita federal.

Sua oferta não agradou os republicanos, que anteciparam que não vão aceitar que os cortes de despesas estejam condicionados a aumentos tributários para os mais ricos. Ao mesmo tempo, os democratas mais progressistas ficaram insatisfeitos com reduções na Seguridade Social e no programa de saúde para idosos e aposentados Medicare.

Em relação à prisão de Guantánamo (Cuba), que Obama prometeu fechar logo após chegar à Casa Branca, uma greve de fome foi iniciada há quase três meses para chamar a atenção sobre as condições da prisão. Atualmente, cerca de 100 dos detentos já participam do protesto, segundo números oficiais.


Na política externa, a situação esteve dominada recentemente pelas ameaças nucleares da Coreia do Norte, mas nos últimos dias a atenção girou novamente em torno da Síria.

Obama prometeu na sexta-feira passada uma investigação a fundo sobre o uso de armas químicas no país e alertou que se isto for comprovado mudará seu 'cálculo' sobre como atuar diante de um conflito que já dura mais de dois anos e deixou cerca de 70 mil mortos.

Até agora os EUA estão fornecendo ajuda 'não letal' aos grupos opositores sírios e Obama resiste a enviar armas por medo de que caiam nas mãos de organizações terroristas.

E com o objetivo de aprofundar a relação com a Ásia, como o próprio presidente prometeu em várias ocasiões, Obama visitará nesta semana o México e a Costa Rica, o que será sua primeira viagem de seu segundo mandato para a América Latina.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame