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Sardenha se recusa a receber armas químicas da Síria

Governador advertiu primeiro-ministro que lutará contra a transferência do arsenal para a ilha

Um dos dois navios cargueiros que participam da missão dinamarquesa-norueguesa de transportar agentes químicos para fora da Síria, ancorado em Limassol (Andreas Manolis/Reuters)

Um dos dois navios cargueiros que participam da missão dinamarquesa-norueguesa de transportar agentes químicos para fora da Síria, ancorado em Limassol (Andreas Manolis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 16h56.

Roma - O governador da região italiana da Sardenha advertiu nesta sexta-feira o primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, que lutará contra a transferência do arsenal de armas químicas da Síria para a ilha, segundo um comunicado.

A Itália concordou no mês passado em permitir o uso de um porto no seu território para a entrega das toxinas mortais que podem ser usadas para fazer sarin, gás VX e outros agentes letais. O governo ainda não disse qual porto será usado.

A imprensa italiana havia sugerido os portos de Arbatax ou Oristano, ambos na Sardenha, como possíveis destinos. Outras possibilidades debatidas incluem o porto de Augusta, na Sicília, ou de Brindisi, na região de Puglia, no sul.

A transferência de produtos químicos a bordo de um navio dinamarquês para um navio especialmente adaptado dos Estados Unidos, onde serão destruídos no mar, faz parte de um acordo internacional liderado pela Rússia, após um ataque químico nos arredores de Damasco que matou centenas de pessoas, incluindo crianças, no fim de agosto.

"O governo regional está alertando o primeiro-ministro a não permitir o trânsito de armas químicas da Síria em nossos portos ou no território da ilha", disse o governador regional Ugo Cappellacci a Letta, de acordo com um comunicado.

Se o governo escolher a ilha para a transferência de produtos químicos, Cappellacci disse que vai tomar medidas "política e judicial" contra a decisão, disse o comunicado.

A guerra civil de quase três anos na Síria matou pelo menos 125.835 pessoas, de acordo com Observatório Sírio para os Direitos Humanos, e mais de 2 milhões de refugiados fugiram, muitas vezes inundando países vizinhos.

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