Igreja permanecerá no diálogo apesar de calúnias, diz bispo da Nicarágua
O presidente Ortega criticou a ação da Igreja na mediação dos conflitos entre manifestantes e o governo e chamou os bispos do país de "golpistas"
AFP
Publicado em 23 de julho de 2018 às 15h19.
Última atualização em 23 de julho de 2018 às 15h19.
Os bispos da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) continuarão a mediar o diálogo nacional apesar da "atitude confrontadora" do governo, que os acusa de golpistas, disse neste domingo o bispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez.
"Certamente que chamar ao diálogo neste momento vai ser difícil pela atitude confrontadora que o governo tomou e a linguagem caluniosa contra a igreja", disse Báez a jornalista após a missa na igreja San Miguel Arcángel de Manágua.
O diálogo entre o governo e uma Aliança Cívica de grupos da sociedade civil, do qual a Igreja é mediadora, se encontra estagnado desde o dia 15 de junho. O objetivo é encontrar uma solução para a crise política, que já deixa 280 mortos em três meses.
O presidente Daniel Ortega, de 72 anos, que enfrenta uma crise política derivada de protestos desde 18 de abril, acusou, na quinta-feira os hierarcas católicos de estarem comprometidos com a oposição em um golpe para tirá-lo do poder.