Iêmen vive vácuo após renúncia de presidente e premiê
O Iêmen mergulhou ainda mais no limbo político após a renúncia do presidente, Abd-Rabbu Mansour Hadi, e do premiê Khaled Bahah
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 17h48.
Sanaa - O Iêmen mergulhou ainda mais no limbo político nesta sexta-feira depois da renúncia do presidente, Abd-Rabbu Mansour Hadi, que ficou exasperado por ver os rebeldes do grupo Houthi tomarem o país, uma manobra que pareceu pegar de surpresa o grupo apoiado pelo Irã .
O ex-general Hadi afirmou que, ao ocuparem a capital, Sanaa, os houthis impediram sua tentativa de levar estabilidade ao país depois de anos de tumultos e desavenças tribais, aprofundando a pobreza e intensificando os ataques de aeronaves não tripuladas, conhecidas como drones , dos Estados Unidos contra militantes islâmicos.
Sua renúncia na quinta-feira surpreendeu o país de 25 milhões de habitantes da Península Arábica, no qual os houthis emergiram como facção dominante assumindo o controle de Sanaa em setembro e ditando os termos a um Hadi humilhado, a quem mantiveram como prisioneiro virtual em sua residência particular nesta semana após embates com seguranças.
Os houthis e ativistas pró-democracia se rivalizaram em manifestações nesta sexta-feira.
Milhares se reuniram no centro da capital com cartazes pedindo "Morte à América (EUA), Morte a Israel", um slogan que se tornou marca registrada dos houthis, um grupo xiita.
"Hadi deveria ter renunciado muito tempo atrás", disse Al Sheikh Moghadal Al Wazeer, um ancião e apoiador dos houthis.
"Ele deveria ter feito mais e deveria ter conduzido o país com mais firmeza." Mais cedo no mesmo dia, um pequeno grupo de ativistas pró-democracia entoava "nós somos a revolução", enquanto convergia para a Praça Change, o epicentro dos protestos de 2011 que forçaram o longevo presidente Ali Abdullah Saleh a entregar o cargo após um acordo de transferência de poder.
"Estamos aqui por rejeitar os eventos que estão acontecendo. Viemos aqui para construir um Estado e nossa exigência ainda é ter um Estado", declarou o ativista Farida al-Yareemi.
"Viemos aqui contra Ali Abdullah Saleh e ele tinha todas as armas." Washington, que contou com a cooperação de Hadi para realizar os ataques com drones contra o braço iemenita da Al Qaeda, disse estar preocupado com a saída do mandatário e do primeiro-ministro, Khaled Bahah, que também se demitiu na quinta-feira.
"Os Estados Unidos ficaram perturbados com os relatos da renúncia do presidente Hadi e de seu gabinete", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, em comunicado. "Neste momento, é crucial que todos os lados evitem a violência."
O Parlamento iemenita agendou uma reunião no domingo para discutir a abdicação de Hadi e pode aceitá-la ou rejeitá-la.
Pela Constituição, o presidente da legislatura, Yahya al-Ra'i, oriundo do Congresso Geral do Povo, o partido de Saleh, assume o posto durante um período de transição enquanto novas eleições são organizadas.
Sanaa - O Iêmen mergulhou ainda mais no limbo político nesta sexta-feira depois da renúncia do presidente, Abd-Rabbu Mansour Hadi, que ficou exasperado por ver os rebeldes do grupo Houthi tomarem o país, uma manobra que pareceu pegar de surpresa o grupo apoiado pelo Irã .
O ex-general Hadi afirmou que, ao ocuparem a capital, Sanaa, os houthis impediram sua tentativa de levar estabilidade ao país depois de anos de tumultos e desavenças tribais, aprofundando a pobreza e intensificando os ataques de aeronaves não tripuladas, conhecidas como drones , dos Estados Unidos contra militantes islâmicos.
Sua renúncia na quinta-feira surpreendeu o país de 25 milhões de habitantes da Península Arábica, no qual os houthis emergiram como facção dominante assumindo o controle de Sanaa em setembro e ditando os termos a um Hadi humilhado, a quem mantiveram como prisioneiro virtual em sua residência particular nesta semana após embates com seguranças.
Os houthis e ativistas pró-democracia se rivalizaram em manifestações nesta sexta-feira.
Milhares se reuniram no centro da capital com cartazes pedindo "Morte à América (EUA), Morte a Israel", um slogan que se tornou marca registrada dos houthis, um grupo xiita.
"Hadi deveria ter renunciado muito tempo atrás", disse Al Sheikh Moghadal Al Wazeer, um ancião e apoiador dos houthis.
"Ele deveria ter feito mais e deveria ter conduzido o país com mais firmeza." Mais cedo no mesmo dia, um pequeno grupo de ativistas pró-democracia entoava "nós somos a revolução", enquanto convergia para a Praça Change, o epicentro dos protestos de 2011 que forçaram o longevo presidente Ali Abdullah Saleh a entregar o cargo após um acordo de transferência de poder.
"Estamos aqui por rejeitar os eventos que estão acontecendo. Viemos aqui para construir um Estado e nossa exigência ainda é ter um Estado", declarou o ativista Farida al-Yareemi.
"Viemos aqui contra Ali Abdullah Saleh e ele tinha todas as armas." Washington, que contou com a cooperação de Hadi para realizar os ataques com drones contra o braço iemenita da Al Qaeda, disse estar preocupado com a saída do mandatário e do primeiro-ministro, Khaled Bahah, que também se demitiu na quinta-feira.
"Os Estados Unidos ficaram perturbados com os relatos da renúncia do presidente Hadi e de seu gabinete", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, em comunicado. "Neste momento, é crucial que todos os lados evitem a violência."
O Parlamento iemenita agendou uma reunião no domingo para discutir a abdicação de Hadi e pode aceitá-la ou rejeitá-la.
Pela Constituição, o presidente da legislatura, Yahya al-Ra'i, oriundo do Congresso Geral do Povo, o partido de Saleh, assume o posto durante um período de transição enquanto novas eleições são organizadas.