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Houthis afirmam que não pretendem expandir ataques no Mar Vermelho além de Israel

Em uma entrevista ao veículo de comunicação russo Izvestia, um alto representante houthi, Mohammed al-Bukhaiti, garantiu a passagem segura de navios russos e chineses na região

Houthis patrulhando o Mar Vermelho (Khaled Ziad/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 16h56.

Os rebeldes houthis do Iêmen afirmaram, nesta sexta-feira, que não têm intenção de expandir seus ataques a navios no Mar Vermelho além dos objetivos declarados contra Israel e de responder aos bombardeios dos Estados Unidos e Reino Unido. Em uma entrevista ao veículo de comunicação russo Izvestia, um alto representante houthi, Mohammed al-Bukhaiti, garantiu a passagem segura de navios russos e chineses na região.

— Como em todos os outros países, incluindo a Rússia e a China, o seu comércio na região não está ameaçado (...). Além disso, estamos prontos para garantir a passagem segura dos seus navios — disse ele.

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Em uma outra entrevista, dessa vez à Reuters, o porta-voz Mohammed Abdulsalam, afirmou que uma potencial escalada de tensões está nas mãos dos EUA.

— Não queremos que o conflito se expanda na região e não preferimos isso, e ainda estamos trabalhando na não escalada, mas a decisão está nas mãos dos americanos, enquanto continuarem atacando — disse Abdulsalam. — O Iêmen está preocupado em responder e está interessado em verificar ou manter sua posição, impedindo navios israelenses de seguir para os territórios palestinos ocupados.

Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, pediu nesta sexta-feira que se ponha fim ao "assédio" de navios civis nesta "importante rota comercial internacional de mercadorias e energia".

Os Estados Unidos bombardearam locais houthis no Iêmen pela quinta vez na quinta-feira. O presidente americano, Joe Biden, alertou que os bombardeios continuarão até que os rebeldes parem os seus ataques no Mar Vermelho.

Os ataques americanos ocorreram um dia depois de o governo Biden ter reinserido os houthis à lista de terrorismo global, em um esforço para cortar a habilidade do grupo, apoiado por Teerã, de se financiar. A medida revogou decisão anterior de Washington de remover os houthis da lista para assegurar que assistência humanitária fluísse para o Iêmen depois de anos de guerra civil.

Por sua vez, na quinta-feira, a Rússia pediu a Washington que interrompesse as ações contra os houthis para facilitar uma solução diplomática para os ataques a navios mercantes.

— O mais importante agora é parar a agressão contra o Iêmen, porque quanto mais os americanos e os britânicos bombardeiam, menos dispostos os houthis estarão para conversar — disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.

Desde novembro, ataques da milícia apoiada pelo Irã no Mar Vermelho prejudicaram o comércio entre a Ásia e a Europa e alarmaram grandes potências. Os houthis, que controlam a maioria do Iêmen, dizem agir em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza, que, desde o início da guerra Israel x Hamas, em 7 de outubro, estão sob cerco e bombardeios do Exército israelense.

Os ataques levaram inúmeras empresas a suspender a passagem das suas frotas pelo Mar Vermelho, uma rota fundamental entre a Ásia e a Europa, através da qual passa 12% do comércio marítimo mundial.

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