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Homs é atacada enquanto presidente sírio aparece em festa

Homs voltou a ser o centro dos combates no domingo, e ativistas relataram a chegada de um grande contingente de soldados

Bairro de Homs, na Síria: a revolta na Síria nasceu em 15 de março de 2011 em plena Primavera Árabe. (©AFP/Shaam News Network / -)
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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 13h17.

Damasco - O presidente sírio Bashar al-Assad apareceu nesta quinta-feira na televisão estatal participando de uma cerimônia religiosa, enquanto suas tropas atacavam pelo quinto dia consecutivo a cidade de Homs, a "capital da revolução" contra seu regime.

Após quase dois anos de conflito, a França e o Irã, de opiniões diametralmente opostas, reconheceram que a situação na Síria não tem evoluído e que nenhuma solução para o conflito parece próxima.

Enquanto os muçulmanos comemoram o nascimento do profeta Maomé, alguns bairros controlados pelos rebeldes em Homs (centro) são destruídos pelos bombardeios do regime, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que contabilizou 73 mortes desde domingo apenas nesta cidade estratégica.

Homs voltou a ser o centro dos combates no domingo. Ativistas relataram a chegada de um grande contingente de soldados.

A parte oeste da terceira maior cidade da Síria é um ponto central na linha de demarcação entre regime e rebeldes, que se concentram em extensas zonas do leste e norte do país.

Durante a noite, seis rebeldes foram mortos em violentos combates contra as tropas regulares no oeste da cidade, segundo o OSDH, que indicou a morte de 31 soldados, 16 rebeldes e 26 civis desde domingo.


Denunciado o cerco realizado pelo Exército há mais de seis meses em vários bairros e que mergulhou centenas de pessoas em uma grave crise humanitária, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão de oposição, exortou o Exército Sírio Livre (ESL, rebeldes) "a ajudar os civis em Homs", lançando um apelo às organizações humanitárias para que tentem enviar alimentos aos habitantes.

O CNS também denunciou "o regime e seu selvagem ataque planejado contra Homs e sua região para obrigar seus habitantes a fugir, acreditando que assim sairá vitorioso em Homs, o coração da revolução".

A revolta na Síria nasceu em 15 de março de 2011 em plena Primavera Árabe. Os protestos pacíficos que exigiam mais liberdade, se radicalizaram e agora exigem a queda do regime.

Contra a sangrenta repressão de Assad aos protestos, a oposição pegou em armas e o conflito se militarizou. Mais de 60 mil pessoas morreram deste então, segundo a ONU.

Nesta quinta-feira, feriado muçulmano, Assad visitou uma mesquita no norte de Damasco para fazer orações antes de cumprimentar os fieis que se aglomeravam para vê-lo.

Aparições e ações do chefe de Estado são raras. Seu último discurso televisionado foi em 6 de janeiro, durante o qual propôs uma solução política para o conflito, mas totalmente sob o controle de seu regime.


O ministro da Awqaf (Propriedades Religiosas), Mohammad Abdel-Sattar Sayyed, convocou para esta sexta-feira, o dia da oração semanal muçulmana, "uma oração de um milhão de fieis" em todas as mesquitas pelo retorno "da segurança no país".

A Síria "irá superar o complô fomentado por países estrangeiros hostis, implementado por intermediários e escravos liderados por radicais wahhabis", afirmou, em declarações reproduzidas pela agência de notícias oficial SANA.

Ele fazia referência à Arábia Saudita e ao Qatar, acusados pelo regime de apoiar grupos "terroristas" que semeiam o caos na Síria.

Na frente diplomática, o embaixador iraniano em Bagdá, Hassan Danaie-Far, considerou "improvável" que o conflito que se "parece um pouco" com uma guerra civil, termine em 2013, enquanto o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, admitiu que "as coisas não se movem" na Síria, lamentando que "as discussões internacionais não avançam".

Quarta-feira, 109 pessoas foram mortas na Síria, de acordo com o OSDH.

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Após quase dois anos de conflito, a França e o Irã, de opiniões diametralmente opostas, reconheceram que a situação na Síria não tem evoluído e que nenhuma solução para o conflito parece próxima.

Enquanto os muçulmanos comemoram o nascimento do profeta Maomé, alguns bairros controlados pelos rebeldes em Homs (centro) são destruídos pelos bombardeios do regime, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que contabilizou 73 mortes desde domingo apenas nesta cidade estratégica.

Homs voltou a ser o centro dos combates no domingo. Ativistas relataram a chegada de um grande contingente de soldados.

A parte oeste da terceira maior cidade da Síria é um ponto central na linha de demarcação entre regime e rebeldes, que se concentram em extensas zonas do leste e norte do país.

Durante a noite, seis rebeldes foram mortos em violentos combates contra as tropas regulares no oeste da cidade, segundo o OSDH, que indicou a morte de 31 soldados, 16 rebeldes e 26 civis desde domingo.


Denunciado o cerco realizado pelo Exército há mais de seis meses em vários bairros e que mergulhou centenas de pessoas em uma grave crise humanitária, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão de oposição, exortou o Exército Sírio Livre (ESL, rebeldes) "a ajudar os civis em Homs", lançando um apelo às organizações humanitárias para que tentem enviar alimentos aos habitantes.

O CNS também denunciou "o regime e seu selvagem ataque planejado contra Homs e sua região para obrigar seus habitantes a fugir, acreditando que assim sairá vitorioso em Homs, o coração da revolução".

A revolta na Síria nasceu em 15 de março de 2011 em plena Primavera Árabe. Os protestos pacíficos que exigiam mais liberdade, se radicalizaram e agora exigem a queda do regime.

Contra a sangrenta repressão de Assad aos protestos, a oposição pegou em armas e o conflito se militarizou. Mais de 60 mil pessoas morreram deste então, segundo a ONU.

Nesta quinta-feira, feriado muçulmano, Assad visitou uma mesquita no norte de Damasco para fazer orações antes de cumprimentar os fieis que se aglomeravam para vê-lo.

Aparições e ações do chefe de Estado são raras. Seu último discurso televisionado foi em 6 de janeiro, durante o qual propôs uma solução política para o conflito, mas totalmente sob o controle de seu regime.


O ministro da Awqaf (Propriedades Religiosas), Mohammad Abdel-Sattar Sayyed, convocou para esta sexta-feira, o dia da oração semanal muçulmana, "uma oração de um milhão de fieis" em todas as mesquitas pelo retorno "da segurança no país".

A Síria "irá superar o complô fomentado por países estrangeiros hostis, implementado por intermediários e escravos liderados por radicais wahhabis", afirmou, em declarações reproduzidas pela agência de notícias oficial SANA.

Ele fazia referência à Arábia Saudita e ao Qatar, acusados pelo regime de apoiar grupos "terroristas" que semeiam o caos na Síria.

Na frente diplomática, o embaixador iraniano em Bagdá, Hassan Danaie-Far, considerou "improvável" que o conflito que se "parece um pouco" com uma guerra civil, termine em 2013, enquanto o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, admitiu que "as coisas não se movem" na Síria, lamentando que "as discussões internacionais não avançam".

Quarta-feira, 109 pessoas foram mortas na Síria, de acordo com o OSDH.

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