"Hitler teria amado as redes sociais", diz o CEO da Disney
Bob Iger, diretor do grupo, fez um chamado aos líderes políticos dos Estados Unidos para um debate sem ataques e a cultura do ódio
AFP
Publicado em 11 de abril de 2019 às 22h27.
O diretor do grupo Walt Disney, Bob Iger, fez um chamado aos líderes políticos dos Estados Unidos a romper com a cultura da divisão e desprezo.
"O ódio e a ira estão nos arrastrando para um abismo (...) A política, em particular, está dominada pelo desprezo", declarou o executivo durante um jantar nesta quarta-feira organizado pelo centro Simon Wiesenthal, que monitora atividades antissemitas no mundo.
"Hitler teria amado as redes sociais. É a ferramenta de marketing mais poderosa que um extremista pode desejar", continuou.
"As redes sociais refletem uma visão de mundo estreita do mundo -filtrando qualquer coisa que desafie nossas crenças- e constantemente validamos nossas convicções e amplificando nossos medos mais profundos".
O diretor-executivo da principal companhia de entretenimento do mundo ressaltou que "as notícias nas redes podem conter tanta ficção como fatos, propagando ideologias vis que não tem cabimento numa sociedade civilizada" e permitindo que "o mal se aproveite das mentes perturbadas e das almas perdidas".
Iger ainda pediu para "renunciar e rechaçar de uma vez o ódio em todas suas formas com a mesma convicção que tivemos durante a Segunda Guerra Mundial" e isso inclui bloquear "a cultura do desprezo que nos impede debater e discutir".
"É possível ter um debate político sem atacar às pessoa", declarou o executivo, que considerou que os cidadãos devem ser "mais exigentes" com os políticos, principalmente perto das eleições presidenciais de 2020, nas quais o presidente D onald Trump , um ávido usuário do Twitter, busca a reeleição.
"Quero ouvir um discurso que não esteja baseado no desprezo aos outros, quero ter uma visão suficientemente grande que inclua todos, quero que me inspirem", acrescentou. "Podemos fazer melhor".