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Hamas reelege Meshaal como líder do grupo islâmico palestino

Político foi reeleito após intensa campanha de Egito e Catar pela sua recondução ao cargo

O líder do Hamas, Khaled Meshaal: político relutava em aceitar o cargo (Ahmed Jadallah/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 11h21.

Gaza - O grupo islâmico Hamas reelegeu nesta terça-feira o líder Khaled Meshaal, um político relativamente pragmático que já enfrentou críticas de radicais da Faixa de Gaza.

Um diplomata na região disse que Egito e Catar fizeram intensa campanha pela recondução de Meshaal, que relutava em aceitar o cargo. A votação envolveu cerca de 60 líderes do Hamas, reunidos durante a noite no Cairo.

Nascido na Cisjordânia --território palestino ocupado por Israel--, Meshaal há décadas vive exilado. Como outros dirigentes do grupo islâmico, ele rejeita o direito de Israel a existir, mas desempenhou um papel vital nas negociações indiretas entre o Hamas e o Estado judeu que resultaram em uma trégua após oito dias de guerra, há quatro meses.

No ano passado, Meshaal foi criticado por dirigentes do Hamas em Gaza por ter buscado uma conciliação com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que pertence à facção rival Fatah, que tem apoio ocidental e exerce uma autoridade restrita a partes da Cisjordânia.

Em uma declaração sucinta, um dirigente do Hamas disse apenas que Meshaal havia sido reeleito na reunião do Cairo.

O diplomata que falou à Reuters sob anonimato disse que o Egito e o Catar convenceram Meshaal a continuar no cargo porque o veem como "um moderado e um exemplo de um líder que viu o mundo de forma mais abrangente que outros radicais do grupo (instalados em Gaza)".

Meshaal deixou Damasco, onde o Hamas tinha uma sede, há cerca de um ano, depois que o movimento militante sunita rompeu com o governo de Bashar al-Assad, em decorrência da guerra civil síria.

Em dezembro, Meshaal viajou ao Egito e de lá fez sua primeira visita a Gaza, onde disse num comício que jamais reconheceriam Israel, e que lutaria para "libertar a terra da Palestina polegada a polegada".

Outrora tratado como pária por muitos líderes árabes aliados dos EUA, o Hamas ganhou mais relevância na região depois das rebeliões árabes dos últimos anos, as quais deram origem a governos de matiz islâmica no Egito e em outros países.

Israel, os EUA e vários outros governos ocidentais qualificam o Hamas como um grupo terrorista, devido à sua recusa em reconhecer Israel ou renunciar à violência.

"Eu não diria que a Europa irá se abrir ao Hamas amanhã", disse o diplomata, acrescentando no entanto que "um verdadeiro engajamento com o Ocidente" é possível se Meshaal convencer seus colegas islâmicos a alterarem suas políticas.

O analista político palestino Hani al Masri disse que a reeleição de Meshaal mostra um desejo de mais moderação para a construção de pontes com o Ocidente, mas "isso não significa que Meshaal seja um homem que ergue a bandeira branca".

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Gaza - O grupo islâmico Hamas reelegeu nesta terça-feira o líder Khaled Meshaal, um político relativamente pragmático que já enfrentou críticas de radicais da Faixa de Gaza.

Um diplomata na região disse que Egito e Catar fizeram intensa campanha pela recondução de Meshaal, que relutava em aceitar o cargo. A votação envolveu cerca de 60 líderes do Hamas, reunidos durante a noite no Cairo.

Nascido na Cisjordânia --território palestino ocupado por Israel--, Meshaal há décadas vive exilado. Como outros dirigentes do grupo islâmico, ele rejeita o direito de Israel a existir, mas desempenhou um papel vital nas negociações indiretas entre o Hamas e o Estado judeu que resultaram em uma trégua após oito dias de guerra, há quatro meses.

No ano passado, Meshaal foi criticado por dirigentes do Hamas em Gaza por ter buscado uma conciliação com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que pertence à facção rival Fatah, que tem apoio ocidental e exerce uma autoridade restrita a partes da Cisjordânia.

Em uma declaração sucinta, um dirigente do Hamas disse apenas que Meshaal havia sido reeleito na reunião do Cairo.

O diplomata que falou à Reuters sob anonimato disse que o Egito e o Catar convenceram Meshaal a continuar no cargo porque o veem como "um moderado e um exemplo de um líder que viu o mundo de forma mais abrangente que outros radicais do grupo (instalados em Gaza)".

Meshaal deixou Damasco, onde o Hamas tinha uma sede, há cerca de um ano, depois que o movimento militante sunita rompeu com o governo de Bashar al-Assad, em decorrência da guerra civil síria.

Em dezembro, Meshaal viajou ao Egito e de lá fez sua primeira visita a Gaza, onde disse num comício que jamais reconheceriam Israel, e que lutaria para "libertar a terra da Palestina polegada a polegada".

Outrora tratado como pária por muitos líderes árabes aliados dos EUA, o Hamas ganhou mais relevância na região depois das rebeliões árabes dos últimos anos, as quais deram origem a governos de matiz islâmica no Egito e em outros países.

Israel, os EUA e vários outros governos ocidentais qualificam o Hamas como um grupo terrorista, devido à sua recusa em reconhecer Israel ou renunciar à violência.

"Eu não diria que a Europa irá se abrir ao Hamas amanhã", disse o diplomata, acrescentando no entanto que "um verdadeiro engajamento com o Ocidente" é possível se Meshaal convencer seus colegas islâmicos a alterarem suas políticas.

O analista político palestino Hani al Masri disse que a reeleição de Meshaal mostra um desejo de mais moderação para a construção de pontes com o Ocidente, mas "isso não significa que Meshaal seja um homem que ergue a bandeira branca".

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