Habitantes do Himalaia confirmam mudanças climáticas
Entre os entrevistados, 75% dos pessoas disseram que atualmente faz mais calor do que há 10 anos e que há graves mudanças na região
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2011 às 22h31.
Paris - Um extenso estudo realizado com 250 moradores do Himalaia, no qual foram coletadas suas observações sobre a evolução da camada de neve ou dos cursos de água nos últimos dez anos, confirma a teoria científica sobre as mudanças climáticas.
O estudo será publicado na quarta-feira pela Royal Society (a academia das ciências britânicas) na revista científica Biology Letters.
Os pesquisadores entrevistaram moradores sobre 18 possíveis indicadores das mudanças climáticas ao longo da última década.
Com o objetivo de comparar os resultados, estas entrevistas foram acompanhadas por uma pesquisa de grande escala em outras 10 cidades da mesma região.
E 75% dos pessoas entrevistados disseram que atualmente faz mais calor agora do que há 10 anos e dois terços disseram que o verão e a colheita chegam mais cedo.
Cerca da metade concordou que há menos neve agora nas montanhas e 70% afirmaram que os cursos de água são cada vez mais escassos.
A metade constatou que certas espécies de plantas brotam mais cedo do que há uma década e que mosquitos têm aparecido em aldeias onde nunca eram vistos anteriormente.
Outro terço indicou que nas fazendas há mais pragas e crescem ervas daninhas.
Essas observações confirmam os estudos científicos relacionados à temperatura, às chuvas e às espécies no Hilamaia e em outras regiões.
No entanto, segundo a pesquisa, não existem estudos que comprovem que a colheita começa mais cedo.
Os moradores que vivem em altitudes elevadas (entre 2.000 e 3.000 metros) são os que mais constataram estas mudanças. Na verdade, os cientistas estimam que as regiões montanhosas e com neve sejam as mais suscetíveis ao impacto da mudança climática.
Trata-se da maior pesquisa já realizada até agora comparando as observações coletadas de populações locais, de um lado, e os modelos científicos, de outro.
Normalmente, estes conhecimentos empíricos são pouco utilizados nas ciências do clima por ser muitas vezes demasiado incorretos ou distorcidos pelas experiências profissionais.
Por exemplo, se um agricultor sofre várias colheitas ruins seguidas, culpa primeiro as mudanças climáticas, ao invés de avaliar as técnicas agrícolas utilizadas ou, simplesmente, cogitar se houve mau tempo.
O Himalaia e seus 15.000 glaciares abastecem com água os oito maiores rios da Ásia, dos quais cinco (o Indus, Ganges, Bramhaputra, o Yangtze e o Amarelo) são suscetíveis de sofrer estresse hídrico nas próximas décadas, com potenciais consequências para 1,4 bilhão de pessoas.
"Apesar dos enormes custos ambientais, econômicos e sociais, não conhecemos bem a extensão das mudanças climáticas e suas consequências no Himalaia", diz o estudo.
Os autores da pesquisa são Kamaljit Bawa, professor de biologia da Universidade de Massachusetts, em Boston (UMB), e presidente da Fundação Ashoka de Pesquisas em Ecologia e Meio Ambiente (ATREE, em inglês) de Bangalore, Índia, e Pashupati Chaudhary, um estudante de biologia da UMB.
Paris - Um extenso estudo realizado com 250 moradores do Himalaia, no qual foram coletadas suas observações sobre a evolução da camada de neve ou dos cursos de água nos últimos dez anos, confirma a teoria científica sobre as mudanças climáticas.
O estudo será publicado na quarta-feira pela Royal Society (a academia das ciências britânicas) na revista científica Biology Letters.
Os pesquisadores entrevistaram moradores sobre 18 possíveis indicadores das mudanças climáticas ao longo da última década.
Com o objetivo de comparar os resultados, estas entrevistas foram acompanhadas por uma pesquisa de grande escala em outras 10 cidades da mesma região.
E 75% dos pessoas entrevistados disseram que atualmente faz mais calor agora do que há 10 anos e dois terços disseram que o verão e a colheita chegam mais cedo.
Cerca da metade concordou que há menos neve agora nas montanhas e 70% afirmaram que os cursos de água são cada vez mais escassos.
A metade constatou que certas espécies de plantas brotam mais cedo do que há uma década e que mosquitos têm aparecido em aldeias onde nunca eram vistos anteriormente.
Outro terço indicou que nas fazendas há mais pragas e crescem ervas daninhas.
Essas observações confirmam os estudos científicos relacionados à temperatura, às chuvas e às espécies no Hilamaia e em outras regiões.
No entanto, segundo a pesquisa, não existem estudos que comprovem que a colheita começa mais cedo.
Os moradores que vivem em altitudes elevadas (entre 2.000 e 3.000 metros) são os que mais constataram estas mudanças. Na verdade, os cientistas estimam que as regiões montanhosas e com neve sejam as mais suscetíveis ao impacto da mudança climática.
Trata-se da maior pesquisa já realizada até agora comparando as observações coletadas de populações locais, de um lado, e os modelos científicos, de outro.
Normalmente, estes conhecimentos empíricos são pouco utilizados nas ciências do clima por ser muitas vezes demasiado incorretos ou distorcidos pelas experiências profissionais.
Por exemplo, se um agricultor sofre várias colheitas ruins seguidas, culpa primeiro as mudanças climáticas, ao invés de avaliar as técnicas agrícolas utilizadas ou, simplesmente, cogitar se houve mau tempo.
O Himalaia e seus 15.000 glaciares abastecem com água os oito maiores rios da Ásia, dos quais cinco (o Indus, Ganges, Bramhaputra, o Yangtze e o Amarelo) são suscetíveis de sofrer estresse hídrico nas próximas décadas, com potenciais consequências para 1,4 bilhão de pessoas.
"Apesar dos enormes custos ambientais, econômicos e sociais, não conhecemos bem a extensão das mudanças climáticas e suas consequências no Himalaia", diz o estudo.
Os autores da pesquisa são Kamaljit Bawa, professor de biologia da Universidade de Massachusetts, em Boston (UMB), e presidente da Fundação Ashoka de Pesquisas em Ecologia e Meio Ambiente (ATREE, em inglês) de Bangalore, Índia, e Pashupati Chaudhary, um estudante de biologia da UMB.