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Guaidó inicia preparativos para mobilização nacional na Venezuela

Por enquanto, Guaidó não marcou uma data para a mobilização visando a assumir a casa do governo.

Juan Guaidó: Guaidó invocou a constituição para assumir a presidência interina em janeiro (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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AFP

Publicado em 16 de março de 2019 às 15h21.

O líder da oposição Juan Guaidó percorreu neste sábado várias cidades da Venezuela para organizar uma mobilização nacional para marchar para o palácio de Miraflores, em Caracas, o próximo passo em sua estratégia para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.

Por ordem do líder socialista, no entanto, as Forças Armadas retomaram neste sábado exercícios que vinham ocorrendo há semanas, desta vez para proteger a infraestrutura hidrelétrica após o apagão de 7 de março que paralisou o país por uma semana.

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Guaidó , reconhecido como presidente interino por mais de 50 países liderados pelos Estados Unidos, iniciou sua jornada em Valência (norte), onde presidirá uma manifestação para articular seus partidários.

Milhares de apoiadores se reuniram nessa cidade situada 170 km a oeste de Caracas.

"Nós fazendo uma organização cívica para conseguir o cessar da usurpação e a conquista de nossos espaços", afirmou o chefe do Parlamento no Twitter neste sábado, prometendo que "muito em breve" ele marchará para Miraflores.

Por enquanto, Guaidó não marcou uma data para a mobilização visando a assumir a casa do governo.

A comitiva inclui os deputados que compõem a maioria da oposição no Legislativo, e que têm a missão de organizar assembleias de cidadãos em todo o país.

Neste sábado, foram realizadas reuniões em dez dos 23 estados, segundo a oposição.

"Qualquer possibilidade deve nos encontrar unidos, mobilizados nas ruas", diz Guaidó, que não descarta pedir ao Parlamento que autorize uma ação militar externa, advertindo, porém, que isso "depende de terceiros".

Os Estados Unidos, o aliado mais fervoroso da oposição, disseram que não descartam uma ação armada para tirar Maduro do poder e visam a pressioná-lo economicamente com sanções como um embargo de petróleo que entrará em vigor em 28 de abril.

O Grupo Lima - Canadá e 13 países da América Latina - também reconhece Guaidó, mas exclui a opção militar externa na Venezuela.

Mas Guaidó admite que antes da marcha para Miraflores ele deve ter as Forças Armadas "totalmente alinhadas", seu maior desafio, porque até agora a liderança militar permanece fiel a Maduro.

Para isso, ele oferece uma anistia os militares que abandonarem o governante socialista, excluindo os acusados de crimes contra a humanidade. Alguns especialistas acham essa proposta muito vaga.

Como é habitual quando a oposição se mobiliza, as bases de Chávez marcharam neste sábado no centro de Caracas, agora para cantar "vitória" após a restauração da eletricidade após o pior apagão na história da Venezuela.

O apagão, que Maduro atribui aos "ataques cibernéticos" dos Estados Unidos, paralisou o país e somente na terça-feira o presidente anunciou que o serviço havia sido restaurado em quase todo o território, embora haja relatos de falhas nas regiões ocidentais.

Além disso, as Forças Armadas, principal apoiador de Maduro, iniciaram os "Exercícios Integrais de Ação Ana Karina Rote" (grito de vitória indígena) para proteger os serviços estratégicos do país, anunciou Maduro no Twitter.

"Não permitiremos que os inimigos da Pátria roubem novamente a tranquilidade do heróico povo venezuelano", disse Maduro, junto com uma fotografia mostrando centenas de soldados e veículos blindados em uma esplanada cercada por montanhas, sem especificar sua localização.

Guaidó, de 35 anos, se autoproclamou presidente encarregado das funções constitucionais em 23 de janeiro, depois que o Congresso declarou o líder socialista de "usurpador do poder" por considerar sua reeleição "fraudulenta".

Maduro o chama de "marionete" de Donald Trump, a quem ele acusa de planejar a invasão da Venezuela para aproveitar sua riqueza em hidrocarbonetos.

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