Grupo de Lima se reúne para pressionar por saída de Maduro
Reunião convocada pelo Canadá visa discutir futuro político da Venezuela e reiterar apoio ao plano de reconstrução de Juan Guaidó
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2019 às 05h35.
Última atualização em 4 de fevereiro de 2019 às 06h50.
O Grupo de Lima, que reúne os chanceleres de países das Américas, convocou para esta segunda-feira, 04, uma reunião emergencial para tratar do futuro político da Venezuela. Desde o dia 23 de janeiro, o presidente do parlamento do país, Juan Guiadó, se autoproclamou presidente interino, assumindo as funções do executivo. Do outro lado, Nicolás Maduro , que recentemente renovou seu mandato presidencial através de um processo eleitoral questionado internacionalmente, permanece no poder com apoio dos militares.
Formadopor 14 países americanos, o Grupo de Lima foi fundado no Peru, em 2017, quando uma série de protestos violentos deixou cerca de 125 mortos na Venezuela. Atualmente, a coalizão pede pela saída do líder Nicolás Maduro e apoia a transição para o governo interino de Guiadó, bem como clama pela convocação de novas eleições livres.
Onze dos 14 países do grupo assinaram, no dia 24 de janeiro, documento de apoio a Guaidó — as exceções foram México, Guiana e Santa Lúcia. Internacionalmente, Guaidó tem apoio ainda dos Estados Unidos e da União Europeia. A Rússia e China se mantêm do lado chavista.
A Ministra das Relações Exteriores canadense,Chrystia Freeland, convocou o encontro de hoje, na cidade de Ottawa, Canadá, alegando que “a crise criada por Nicolás Maduro representa enormes dificuldades no que se refere à segurança e à ajuda humanitária em todo o continente”.
Segundo Freeland, o propósito do encontro é buscar uma solução conjunta para resolver o impasse venezuelano e apoiar seu povo. Como o Grupo de Lima é favorável ao interino Guiadó, o afastamento total de Nicolás Maduro sobre as funções do executivo do país também deverá ser discutido na reunião.
Na última sexta-feira, Guiadó apresentou um plano com o qual pretende superar a severa crise econômica pela qual a Venezuela vem passando, começando com um governo de transição. Sobre o “Plano país”, como foi apelidado, Guiadó afirmou que a estratégia pretende pôr o Estado venezuelano a serviço dos cidadãos aos quais se deve “empoderar a fim de liberar suas forças criativas e produtivas”, disse.
Em outra frente de pressão, o presidente americano, Donald Trump, afirmou no domingo que enviar tropas para a Venezuela era “uma opção”. Entre ameaças retóricas e pressão diplomática, o cerco a Maduro vem se fechando. Nesta segunda-feira, um novo capítulo será escrito na congelante Ottawa, sob frio de -11 ºC.