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Greves contra medidas de austeridade atingem sul da Europa

Centenas de voos foram cancelados, fábricas de carros e portos ficaram paralisados e poucos trens circulavam na Espanha e em Portugal

Protesto contra austeridade na Espanha: o aumento dos impostos e os cortes nos gastos são destinados a colocar as finanças públicas de volta em trilhos (REUTERS)
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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 14h46.

Madri/Lisboa - Policiais e manifestantes entraram em confronto na Espanha e Itália nesta quarta-feira, enquanto milhões de trabalhadores fizeram uma greve por toda a Europa para protestar contra os cortes nos gastos que dizem agravar a crise econômica.

Centenas de voos foram cancelados, fábricas de carros e portos ficaram paralisados e poucos trens circulavam na Espanha e em Portugal, onde os sindicatos promoveram sua primeira greve geral coordenada.

Na Espanha, 81 pessoas foram presas após brigas em piquetes e danos a vitrines. A polícia antichoque de Madri disparou balas de borracha contra manifestantes.

Na região central de Roma, estudantes jogaram pedras nos policiais em um protesto contra os planos de contenção para o sistema escolar. Jogando garrafas e usando fogos de artifício, algumas dezenas de manifestantes entraram em confronto com a polícia antichoque, que disparou gás lacrimogêneo e arrastou pelo menos um manifestante sangrando para uma van da polícia, disse uma testemunha da Reuters.

Serviços ferroviários internacionais foram interrompidos por greves na Bélgica e trabalhadores na Grécia, Itália e França fizeram manifestações como parte do "Dia Europeu de Ação e Solidariedade".

Essa foi a maior contestação promovida em nível europeu pelos trabalhadores organizados contra as políticas de austeridade que têm agravado a recessão e o desemprego em massa em quase três anos, desde o início da crise da dívida na zona do euro. Parecia improvável, porém, que a manifestação forçaria os governos a mudar suas estratégias de cortes de gastos.


Em Portugal e na Grécia, a recessão econômica se aprofundou no terceiro trimestre, indicaram dados divulgados na quarta-feira. Os dois países receberam ajuda de fundos europeus e estão sob rigorosos programas de austeridade.

O desemprego português saltou para o recorde de 15,8 por cento, enquanto na Espanha um em cada quatro trabalhadores está sem emprego. A produção econômica da Grécia encolheu 7,2 por cento na base anual no terceiro trimestre, enquanto o país endividado caminha para o sexto ano de recessão.

Quase 26 milhões de pessoas estão desempregadas na União Europeia. Os governos têm em mira os gastos no estimado sistema de saúde universal e nas escolas públicas.

"Todo mundo tem de fazer alguma coisa para chamar atenção para o que está acontecendo", disse o proprietário de uma loja de ferragens de Barcelona Esteban Quesada, de 58 anos, que fechou sua loja para participar dos protestos na segunda maior cidade da Espanha.

"As coisas têm que mudar... O dinheiro acabou ficando com todo o poder e as pessoas, com nenhum. Como isso pôde acontecer?" Espanha, Portugal e Grécia cortaram os gastos com aposentadorias, salários do funcionalismo público, hospitais e escolas. No entanto, a frustração aumentou, pois os cortes agravaram a recessão econômica. Na Espanha, a maior parte da economia foi engolida pelo pagamento dos juros da dívida nacional, inchados pelo custo do resgate dos bancos após a explosão de uma bolha imobiliária.

O aumento dos impostos e os cortes nos gastos são destinados a colocar as finanças públicas de volta em trilhos saudáveis após anos de gastos excessivos. Na Espanha, um boom da construção que durou uma década entrou em colapso, deixando aeroportos, rodovias e arranha-céus abandonados em todo o país.

O banco central da Alemanha, o Bundesbank, disse em um relatório na quarta-feira que a crise da dívida da zona do euro ainda é o risco número um para bancos e seguradoras alemãs e que a situação não melhorou do ano passado.

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Madri/Lisboa - Policiais e manifestantes entraram em confronto na Espanha e Itália nesta quarta-feira, enquanto milhões de trabalhadores fizeram uma greve por toda a Europa para protestar contra os cortes nos gastos que dizem agravar a crise econômica.

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Na Espanha, 81 pessoas foram presas após brigas em piquetes e danos a vitrines. A polícia antichoque de Madri disparou balas de borracha contra manifestantes.

Na região central de Roma, estudantes jogaram pedras nos policiais em um protesto contra os planos de contenção para o sistema escolar. Jogando garrafas e usando fogos de artifício, algumas dezenas de manifestantes entraram em confronto com a polícia antichoque, que disparou gás lacrimogêneo e arrastou pelo menos um manifestante sangrando para uma van da polícia, disse uma testemunha da Reuters.

Serviços ferroviários internacionais foram interrompidos por greves na Bélgica e trabalhadores na Grécia, Itália e França fizeram manifestações como parte do "Dia Europeu de Ação e Solidariedade".

Essa foi a maior contestação promovida em nível europeu pelos trabalhadores organizados contra as políticas de austeridade que têm agravado a recessão e o desemprego em massa em quase três anos, desde o início da crise da dívida na zona do euro. Parecia improvável, porém, que a manifestação forçaria os governos a mudar suas estratégias de cortes de gastos.


Em Portugal e na Grécia, a recessão econômica se aprofundou no terceiro trimestre, indicaram dados divulgados na quarta-feira. Os dois países receberam ajuda de fundos europeus e estão sob rigorosos programas de austeridade.

O desemprego português saltou para o recorde de 15,8 por cento, enquanto na Espanha um em cada quatro trabalhadores está sem emprego. A produção econômica da Grécia encolheu 7,2 por cento na base anual no terceiro trimestre, enquanto o país endividado caminha para o sexto ano de recessão.

Quase 26 milhões de pessoas estão desempregadas na União Europeia. Os governos têm em mira os gastos no estimado sistema de saúde universal e nas escolas públicas.

"Todo mundo tem de fazer alguma coisa para chamar atenção para o que está acontecendo", disse o proprietário de uma loja de ferragens de Barcelona Esteban Quesada, de 58 anos, que fechou sua loja para participar dos protestos na segunda maior cidade da Espanha.

"As coisas têm que mudar... O dinheiro acabou ficando com todo o poder e as pessoas, com nenhum. Como isso pôde acontecer?" Espanha, Portugal e Grécia cortaram os gastos com aposentadorias, salários do funcionalismo público, hospitais e escolas. No entanto, a frustração aumentou, pois os cortes agravaram a recessão econômica. Na Espanha, a maior parte da economia foi engolida pelo pagamento dos juros da dívida nacional, inchados pelo custo do resgate dos bancos após a explosão de uma bolha imobiliária.

O aumento dos impostos e os cortes nos gastos são destinados a colocar as finanças públicas de volta em trilhos saudáveis após anos de gastos excessivos. Na Espanha, um boom da construção que durou uma década entrou em colapso, deixando aeroportos, rodovias e arranha-céus abandonados em todo o país.

O banco central da Alemanha, o Bundesbank, disse em um relatório na quarta-feira que a crise da dívida da zona do euro ainda é o risco número um para bancos e seguradoras alemãs e que a situação não melhorou do ano passado.

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