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Governo venezuelano acusa procuradora-geral de dirigir um golpe

Estas declarações acontecem em meio ao clima de distanciamento da procuradora-geral com o governo de Maduro

Luisa Ortega: "A senhora Ortega Díaz pretende destruir a moral e a união cívica militar que veio se forjando ao longo destes anos" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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EFE

Publicado em 30 de junho de 2017 às 21h37.

Caracas - O vice-presidente da Venezuela , Tareck El Aissami, acusou nesta sexta-feira a procuradora-geral do país, Luisa Ortega Díaz, de dirigir um golpe de Estado contra o governo do presidente Nicolás Maduro .

"O Ministério Público e a senhora Ortega Díaz dirigem ou fazem parte de um golpe de Estado e assim o denunciamos perante o mundo inteiro e saímos em defesa da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB)", disse El Aissami em uma entrevista por telefone à emissora estatal "VTV".

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Estas declarações acontecem em meio ao clima de distanciamento da procuradora-geral com o governo e depois que o Ministério Público convocou para depoimento, na qualidade de acusados, o chefe de Inteligência, Gustavo González López, e o ex-comandante da polícia militar, Antonio Benavides, por suposta violação de direitos humanos.

Em nome do governo, El Aissami rejeitou "categoricamente" estas acusações contra "dois dignos venezuelanos, dois homens exemplares, dois companheiros da FANB", acusados por suas atuações frente à atual onda de protestos que já deixou 81 mortos e cerca de 1.500 feridos.

"Longe de indiciar os chefes de violência que tramam a derrocada do governo (...) e que destruíram e que semearam de ódio, de terrorismo, de intolerância as ruas da Venezuela, Ortega Díaz se tornou a procuradora que acompanha os terroristas", acrescentou.

"A senhora Ortega Díaz pretende destruir a moral e a união cívica militar que veio se forjando ao longo destes anos para garantir a paz, a estabilidade política, e o desenvolvimento do país ", completou.

Nesse sentido, assinalou a funcionária como "responsável da espiral terrorista que se cometeu nestes meses" no país e de encabeçar "uma parcialidade como nunca antes tínhamos visto dentro de uma instituição pública".

"A procuradora atua como uma militante do partido de oposição chamado MUD (a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática), fez o Ministério Público se converter em uma espécie de partido de oposição, com a sua inação, com o seu silêncio cúmplice", destacou.

Ortega Díaz se distanciou do governo nos últimos meses ao denunciar a ruptura do fio constitucional por parte do Supremo Tribunal e, depois, ao rejeitar a intenção de Maduro de mudar a Constituição.

O Supremo iniciará um processo de ajuizamento contra a procuradora-geral na próxima terça-feira, enquanto Ortega Díaz assegurou que desconhecerá o Poder Judicial por "estar desmantelando o Estado".

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