Governo promete criar um Japão mais seguro 1 ano após tsunami
Yoshihiko Noda se comprometeu a reconstruir o país e solucionar o problema nuclear
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2012 às 13h34.
Tóquio - Um ano depois do terremoto que criou a pior crise no Japão desde a Segunda Guerra Mundial, o Governo se comprometeu neste domingo a acelerar a reconstrução das áreas ainda arrasadas e a fazer do arquipélago um lugar mais seguro perante os desastres naturais.
O aniversário da catástrofe foi lembrado em Tóquio com um memorial no Teatro Nacional do qual participou a cúpula do Governo japonês e o imperador, Akihito, de 78 anos e em processo de recuperação após ser submetido em fevereiro a uma operação cardíaca.
No palco, um grande altar com a bandeira do Japão, crisântemos brancos e um monumento de madeira lembrava os 15.854 mortos e 3.155 desaparecidos pelo terremoto e o tsunami de há um ano, que desencadearam o acidente nuclear mais grave desde o de Chernobyl.
Após um minuto de silêncio às 14h46 (horário local, 2h46 de Brasília), o momento no qual o terremoto de 9 graus na escala Richter fez tremer o Japão, o primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, lembrou os mortos e quem continua deslocado (quase 335 mil pessoas) por causa da tragédia.
Vestido de rigoroso luto, como o resto dos presentes, Noda se comprometeu a 'reconstruir o mais rápido possível' a região afetada e também a 'recuperar Fukushima', onde ainda continua a batalha para manter estabilizada a usina nuclear.
Perante cerca de 1.200 convidados entre ministros, parlamentares, diplomatas, representantes das regiões afetadas, jornalistas e familiares das vítimas, o primeiro-ministro pediu para transmitir as lições do desastre para as próximas gerações.
'Temos que fortalecer as medidas de prevenção, com base nesta experiência, o mais rápido possível', pediu Noda, que chegou ao poder em setembro depois que seu antecessor, Naoto Kan, renunciou por causa das críticas a sua gestão da crise.
Também apelou para a unidade dos cidadãos e agradeceu a 'cálida ajuda' dos outros países durante a crise, algo que também destacou o imperador, Akihito.
O idoso chefe do Trono do Crisântemo, com figura frágil e acompanhado de sua esposa, a imperatriz Michiko, fez um emotivo discurso no qual agradeceu 'todos aqueles que trabalharam pelos afetados e para solucionar o problema nuclear'.
A calma e perseverança dos afetados, que assombrou o mundo nos dias posteriores à tragédia, foi lembrada pelo imperador, que ressaltou que, apesar das adversidades, os sobreviventes 'estão seguindo em frente' e se apoiando mutuamente.
Segundo a Agência da Casa Imperial japonesa, foi o próprio imperador que quis estar presente na cerimônia deste domingo, apesar de sua delicada saúde, que por enquanto o mantém afastado de outros atos oficiais enquanto seu filho, o príncipe Naruhito, o substitui neste trabalho.
Como Noda, o chefe do Estado também insistiu na importância de transmitir a experiência da tragédia às gerações vindouras e tomar medidas de prevenção para fazer do Japão um território mais seguro.
Situado sobre uma zona altamente sísmica, o Japão é um dos países mais preparados do planeta para enfrentar terremotos, embora a magnitude do que aconteceu há um ano e, sobretudo, do potente tsunami que o seguiu superou todas as previsões.
Após o desastre, o país extremou as precauções e prepara um plano nacional para um eventual grande terremoto, para o qual são contemplados o fortalecimento das infraestruturas e comunicações, além do aumento do número de sismógrafos no arquipélago.
Outras medidas incluem a designação de estradas de emergência para ser utilizadas por veículos especiais em caso de desastre, assim como protocolos para agilizar a abertura de vias de comunicação em caso de bloqueio dos existentes.
As medidas de prevenção se unem aos esforços para a reconstrução, algo para o qual o Governo destinou até agora quatro orçamentos extraordinários no valor de 20,6 trilhões de ienes neste ano fiscal, que termina em março.
A recuperação psicológica dos afetados levará muito mais tempo, como reconheceu Eriko Okuda, uma das sobreviventes, durante o memorial de Tóquio: 'Nossa dor não desaparecerá nunca. Justamente por isso, depois das lágrimas temos que ser mais fortes', concluiu.
Tóquio - Um ano depois do terremoto que criou a pior crise no Japão desde a Segunda Guerra Mundial, o Governo se comprometeu neste domingo a acelerar a reconstrução das áreas ainda arrasadas e a fazer do arquipélago um lugar mais seguro perante os desastres naturais.
O aniversário da catástrofe foi lembrado em Tóquio com um memorial no Teatro Nacional do qual participou a cúpula do Governo japonês e o imperador, Akihito, de 78 anos e em processo de recuperação após ser submetido em fevereiro a uma operação cardíaca.
No palco, um grande altar com a bandeira do Japão, crisântemos brancos e um monumento de madeira lembrava os 15.854 mortos e 3.155 desaparecidos pelo terremoto e o tsunami de há um ano, que desencadearam o acidente nuclear mais grave desde o de Chernobyl.
Após um minuto de silêncio às 14h46 (horário local, 2h46 de Brasília), o momento no qual o terremoto de 9 graus na escala Richter fez tremer o Japão, o primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, lembrou os mortos e quem continua deslocado (quase 335 mil pessoas) por causa da tragédia.
Vestido de rigoroso luto, como o resto dos presentes, Noda se comprometeu a 'reconstruir o mais rápido possível' a região afetada e também a 'recuperar Fukushima', onde ainda continua a batalha para manter estabilizada a usina nuclear.
Perante cerca de 1.200 convidados entre ministros, parlamentares, diplomatas, representantes das regiões afetadas, jornalistas e familiares das vítimas, o primeiro-ministro pediu para transmitir as lições do desastre para as próximas gerações.
'Temos que fortalecer as medidas de prevenção, com base nesta experiência, o mais rápido possível', pediu Noda, que chegou ao poder em setembro depois que seu antecessor, Naoto Kan, renunciou por causa das críticas a sua gestão da crise.
Também apelou para a unidade dos cidadãos e agradeceu a 'cálida ajuda' dos outros países durante a crise, algo que também destacou o imperador, Akihito.
O idoso chefe do Trono do Crisântemo, com figura frágil e acompanhado de sua esposa, a imperatriz Michiko, fez um emotivo discurso no qual agradeceu 'todos aqueles que trabalharam pelos afetados e para solucionar o problema nuclear'.
A calma e perseverança dos afetados, que assombrou o mundo nos dias posteriores à tragédia, foi lembrada pelo imperador, que ressaltou que, apesar das adversidades, os sobreviventes 'estão seguindo em frente' e se apoiando mutuamente.
Segundo a Agência da Casa Imperial japonesa, foi o próprio imperador que quis estar presente na cerimônia deste domingo, apesar de sua delicada saúde, que por enquanto o mantém afastado de outros atos oficiais enquanto seu filho, o príncipe Naruhito, o substitui neste trabalho.
Como Noda, o chefe do Estado também insistiu na importância de transmitir a experiência da tragédia às gerações vindouras e tomar medidas de prevenção para fazer do Japão um território mais seguro.
Situado sobre uma zona altamente sísmica, o Japão é um dos países mais preparados do planeta para enfrentar terremotos, embora a magnitude do que aconteceu há um ano e, sobretudo, do potente tsunami que o seguiu superou todas as previsões.
Após o desastre, o país extremou as precauções e prepara um plano nacional para um eventual grande terremoto, para o qual são contemplados o fortalecimento das infraestruturas e comunicações, além do aumento do número de sismógrafos no arquipélago.
Outras medidas incluem a designação de estradas de emergência para ser utilizadas por veículos especiais em caso de desastre, assim como protocolos para agilizar a abertura de vias de comunicação em caso de bloqueio dos existentes.
As medidas de prevenção se unem aos esforços para a reconstrução, algo para o qual o Governo destinou até agora quatro orçamentos extraordinários no valor de 20,6 trilhões de ienes neste ano fiscal, que termina em março.
A recuperação psicológica dos afetados levará muito mais tempo, como reconheceu Eriko Okuda, uma das sobreviventes, durante o memorial de Tóquio: 'Nossa dor não desaparecerá nunca. Justamente por isso, depois das lágrimas temos que ser mais fortes', concluiu.