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Hungria quer mais fiscalização de instalações industriais

País vai pedir a União Européia que o barro vermelhoque causou a avalanche da semana passada seja considerada substância poluente

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2010 às 16h14.

Budapeste - O secretário de Estado para o Meio Ambiente húngaro, Zoltán Illés, defendeu hoje modificar a legislação para que o controle das indústrias perigosas, como a que causou um vazamento tóxico na semana passada, seja feito pelo Governo central, e não pelos municípios.

"É inaceitável", classificou Illés, em menção ao fato de que atualmente sejam as administrações locais que têm a atribuição de fiscalizar empresas como MAL, a metalúrgica proprietária da balsa de acumulação de barro vermelho que se rompeu na semana passada.

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Illés já reconheceu há dias que seu departamento não tem competência para realizar inspeções neste tipo de indústria e negou qualquer responsabilidade no acidente.

Assim, o responsável anunciou que levará ao Parlamento, no qual o Governo tem maioria absoluta, um projeto de reforma constitucional para mudar a situação que qualificou de "escandalosa".

Em declarações feitas à agência "MTI", Illés lembrou que a MAL, que sofreu intervenção do Estado, conta com permissão de funcionamento para mais um ano e que depois "terá que introduzir novos elementos de produção" que reduzam o poder lesivo do barro vermelho gerado na produção de alumínio.

Além disso, Illés anunciou que seu país aproveitará a Presidência rotativa da União Europeia (UE), que assume a partir de 1º de janeiro de 2011, para pressionar Bruxelas a incluir o "barro vermelho" em sua lista de produtos poluentes.

No último dia 4, a ruptura de um dique de uma balsa de acumulação de barro vermelho provocou uma avalanche que causou a morte de 9 pessoas, feriu 150 e contaminou vários rios e 40 quilômetros quadrados de terras.

O secretário de Estado explicou hoje que "precisa ser construído um dique na ruptura da balsa" e que o barro vermelho que ainda resta terá que ser coberto com gesso e terra "para que não polua o meio ambiente".

Hoje o Governo húngaro anunciou que os habitantes de Kolontár, o povoado mais afetado pelo vazamento, poderão retornar amanhã a suas casas, apesar de ainda haver riscos de uma nova enchente devido às fendas abertas na balsa.

No entanto, as autoridades asseguram que não há risco para os moradores e afirmam que o dique de proteção construído em precaução contra um novo vazamento oferece segurança suficiente.

Illés não mencionou possíveis riscos para a população pela presença de pó procedente do lodo tóxico no ar, que obrigou os operários a usar máscaras na região.

O partido ecologista LMP pediu hoje ao Executivo que reconsidere o retorno da população a Kolontár enquanto não que seja recolhido todo o barro tóxico da aldeia.

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