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Governo boliviano promete transparência na apuração das eleições

Pronunciamento, concedido na sede do governo, aconteceu pouco depois de Carlos Mesa convocar protestos para evitar uma fraude na apuração

Bolívia: Evo Morales está no poder desde 2006 e, nas três eleições que disputou, sempre se elegeu em primeiro turno (Ueslei Marcelino/Reuters)
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EFE

Publicado em 21 de outubro de 2019 às 14h49.

La Paz — O governo da Bolívia prometeu nesta segunda-feira à oposição e à comunidade internacional uma apuração transparente das eleições realizadas ontem e pediu que o ambiente político no país seja "sobrecarregado inutilmente" com protestos.

Os ministros de Relações Exteriores, Diego Pary, e de Comunicação, Manuel Canelas, concederam um pronunciamento à imprensa em La Paz após o principal candidato opositor, Carlos Mesa, convocar uma mobilização popular contra suspeitas de fraude no processo eleitoral, cuja apuração está sendo feita muito lentamente.

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Canelas pediu que o cômputo oficial seja respeitado e se mostrou confiante na vitória do presidente Evo Morales, embora por um resultado apertado.

"É preciso ser muito responsável, porque não interessa sobrecarregar inutilmente o ambiente, nem ficarmos muito nervosos com apelos (para manifestações)", disse.

Por sua vez, o chanceler boliviano afirmou que países como Brasil, Argentina e Estados Unidos, além de entidades como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia (UE) serão convidados a acompanhar ao vivo a apuração.

"Nos interessa que o processo seja concluído com toda a transparência", ressaltou, além de lembrar que as eleições são supervisionadas por 230 observadores internacionais.

O pronunciamento, concedido na sede do governo, aconteceu pouco depois de Mesa convocar protestos para evitar uma fraude na apuração e denunciar que o órgão eleitoral do país obedece a ordens de Morales para evitar um segundo turno.

Segundo dados oficiais, considerando os 30,50% dos votos contabilizados até as 12h30 (horário local; 13h30 de Brasília), Mesa lidera com 44,44%, contra 40,63% de Morales.

A Embaixada da Argentina na Bolívia informou em comunicado que o governo do país "acompanha com atenção o desenvolvimento da apuração (...), esperando que conclua rapidamente o cômputo de votos interrompido, assim como a divulgação dos resultados oficiais".

"O governo argentino espera que seja retomado o processo de apuração com todas as garantias, de modo que se possa conhecer o pronunciamento do povo boliviano", acrescentou.

Para um candidato garantir a eleição em primeiro turno, é preciso conseguir pelo menos 50% dos votos mais um, ou 40% com dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.

Morales está no poder desde 2006 e, nas três eleições que disputou, sempre se elegeu em primeiro turno.

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