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Governo Biden e inflação explicam vitória maiúscula de Trump, analisa Maurício Moura

Trump venceu, com folga, a democrata Kamala Harris ao atingir 277 delegados no Colégio Eleitoral, segundo projeções de diversos veículos de comunicação do país

Trump em discurso na Flórida para celebrar a vitória na eleição presidencial (Chip Somodevilla (Getty Images via AFP))

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 10h20.

Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 13h44.

A vitória do ex-presidente Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos pode ser explicada pela avaliação ruim do governo Joe Biden e pela alta da inflação americana nos últimos anos, avalia Maurício Moura, professor da Universidade George Washington.

"Minha sensação inicial é que Trump se beneficiou de ser um candidato de oposição de um governo mal avaliado", disse Moura durante o podcast A Caminho da Casa Branca, da EXAME.

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Trump venceu, com folga, a democrata Kamala Harris ao atingir 277 delegados no Colégio Eleitoral, segundo projeções de diversos veículos de comunicação do país. Ele alcançou essa marca após vencer no estado de Wisconsin.

Os estados decisivos ainda estão sendo apurados, mas o republicano tende a vencer em todos eles, um cenário pouco antecipado pela média das pesquisas e considerado uma declaração de força para Trump, que também caminha para vencer nos votos populares.

Moura afirma que a avaliação ruim de mais de 40% dos americanos sobre o governo Biden e a "debilidade" da campanha de Kamala Harris em lidar com a economia foram fatores determinantes para o resultado.

"Inflação é um tema que americano não sabe lidar, diferente de nós na América do Sul. Os preços estão de 20% a 30% mais caros do que há quatro anos", disse Moura.

Economia supera temas sociais como prioridade dos eleitores

O analista comenta que havia uma expectativa de que temas como o aborto pudessem se sobrepor à economia, mas isso não se concretizou. Na Flórida, por exemplo, onde houve referendo sobre o aborto, a população votou pela liberação da prática e também no candidato republicano.

"Os eleitores na margem que compareceram para votar em Biden em 2020 e não compareceram para votar em Harris em 2024 foram eleitores que sofreram com a economia", analisa Moura.

Para Moura, a vitória de Trump repete uma tendência de eleições pelo mundo onde o candidato de oposição vence um governo de situação mal avaliado.

A vitória de Trump repete uma tendência mundial de que governos mal avaliados não conseguem se reeleger ou reeleger seu sucessor", disse.

Comparativo com 2020: Trump mantém força e Kamala não repete Biden

Ao observar os dados e comparar com a corrida de 2020, Moura afirma que Trump teve melhorias marginais, mas a diferença decisiva foi o fato de Kamala Harris não ter repetido o desempenho do atual presidente Joe Biden. Ele destaca que o republicano não venceu nos estados considerados pêndulos por grande margem.

"Não estamos falando que ele ganhou os swing states por 60% a 40%. Foram votações apertadas, por 1 ou 1,5 ponto percentual", conclui o analista.

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