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Governo argentino repudia declarações de Cameron

O governo argentino expressou seu "repúdio às ameaças militaristas" e reiterou sua denúncia contra "a ocupação ilegal que a Grã-Bretanha exerce sobre as ilhas Malvinas"

Turista lê jornal com manchete sobre a disputa pelas ilhas Malvinas em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires (©afp.com / Alejandro Pagni)

Turista lê jornal com manchete sobre a disputa pelas ilhas Malvinas em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires (©afp.com / Alejandro Pagni)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 06h44.

Buenos Aires - O governo argentino repudiou, neste domingo, as declarações do premier britânico, David Cameron, que afirmou mais cedo que a Grã-Bretanha estaria disposta a lutar, caso fosse necessário, para manter as ilhas Malvinas, cuja soberania é reivindicada pela Argentina.

A chancelaria argentina expressou seu "repúdio às ameaças militaristas" e reiterou sua denúncia contra "a ocupação ilegal que a Grã-Bretanha exerce sobre as ilhas Malvinas há 180 anos".

"A agressividade das palavras do primeiro-ministro britânico ratificam a denúncia realizada pela República Argentina perante as Nações Unidas sobre a militarização do Atlântico Sul e a possível presença de armas nucleares introduzidas pela potência colonial", diz o comunicado.

Cameron declarou ao canal de TV BBC1 que seu governo tem uma "determinação extremamente forte" com relação ao arquipélago do Atlântico Sul.

"Certamente que sim", respondeu Cameron, consultado se Londres lutaria para manter as ilhas.

O premier britânico lembrou a respeito que seu governo tem "importantes meios de defesa (e) é absolutamente primordial que tenhamos aviões caça e tropas estacionadas nas Ilhas Falklands", como os britânicos se referem às ilhas Malvinas.


Perante estas declarações, "a chancelaria argentina reitera a obrigatoriedade do Reino Unido de aceitar as resoluções das Nações Unidas de resolver a Questão Malvinas de forma pacífica", continuou o comunicado.

Em 1982, a ditadura do general Leopondo Galtieri invadiu o arquipélago e iniciou uma guerra que terminou com sua rendição incondicional 74 dias depois e com a morte de 649 soldados argentinos e 255 britânicos.

Desde então, a Argentina canaliza suas reivindicações pela via diplomática e denuncia em fóruns internacionais a ocupação das ilhas desde 1833, quando tropas britânicas expulsaram as autoridades argentinas do arquipélago.

"Os argentinos pedimos que o sr. Cameron não utilize as reivindicações legítimas e pacíficas que fazemos contra a usurpação de parte do nosso território e contra o colonialismo como desculpa para continuar sustentando a indústria armamentícia ao invés de mitigar a severa crise social que a Europa atravessa", sustentou o governo de Cristina Kirchner, ao considerar que "os povos precisam de mais trabalho e menos guerras".

Na quinta-feira passada, Kirchner publicou uma carta aberta na imprensa britânica, na qual reivindicou a devolução das ilhas e acusou o Reino Unido de "colonialismo", carta que foi imediatamente descartada pelo premier britânico.

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