González Urrutia diz que 'continuará luta' até que a vontade do povo seja respeitada
Afirmação ocorreu após reunião com o presidente panamenho, José Raúl Mulino
Agência de Notícias
Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 16h22.
Última atualização em 8 de janeiro de 2025 às 17h31.
O líder opositor da Venezuela, Edmundo González Urrutia , declarou no Panamá que continuará "lutando até que a vontade do povo venezuelano seja respeitada". A afirmação ocorreu após reunião com o presidente panamenho, José Raúl Mulino, que confirmou apoio a Urrutia como "presidente eleito" da Venezuela.
“Muito obrigado por nos nomear como somos, e continuaremos com essa luta até conseguirmos fazer com que a vontade do povo venezuelano seja respeitada”, afirmou González Urrutia em discurso. A fala foi feita diante de ministros das Relações Exteriores e ex-presidentes latino-americanos.
Denúncias contra o regime e apoio internacional
González Urrutia, que atualmente está exilado na Espanha, classificou o momento da Venezuela como "complicado". Ele atribuiu a situação à “teimosia do regime em se agarrar ao poder” após alegações de fraude nas eleições de 28 de julho de 2024.
Segundo ele, o governo venezuelano “roubou abertamente as eleições” e manipulou atas eleitorais. No entanto, destacou a resiliência dos cidadãos que conseguiram salvar cópias dos documentos. “Essas cópias estão guardadas em um lugar muito seguro”, garantiu o líder, entregando uma dessas reproduções ao presidente panamenho.
O chefe de Estado do Panamá reafirmou seu “apoio moral e político” a González Urrutia e classificou sua luta como um “alerta para o mundo democrático”. Ele também destacou a coragem da opositora María Corina Machado, que promoveu a candidatura de Urrutia.
Desafios e próximos passos do líder opositor
González Urrutia enfrenta grandes desafios, incluindo um mandado de prisão emitido pelo Ministério Público da Venezuela e uma recompensa de US$ 100 mil por informações sobre seu paradeiro. Apesar disso, ele segue firme em sua jornada.
O líder participará de um evento no Panamá para "reivindicar a democracia" na Venezuela e na América. Depois, ele planeja reunir-se com a comunidade venezuelana antes de partir para a República Dominicana.
Sua visita internacional ocorre pouco antes do dia 10 de janeiro, data da posse de Nicolás Maduro, repleta de controvérsias e alegações de fraude.
A crise diplomática entre Panamá e Venezuela também se intensificou após as eleições, resultando no fechamento de representações diplomáticas e na suspensão de voos comerciais entre os dois países.