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General que tenta dar golpe de Estado na Bolívia pede libertação de 'presos políticos'

Juan José Zúñiga comandou tropas que invadiram o palácio do governo nesta terça-feira

Militares se concentram na Praça de Armas de La Paz, em frente à sede do governo, nesta quarta, 26 (Aizar Raldes/AFP Photo)
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 26 de junho de 2024 às 18h26.

Última atualização em 26 de junho de 2024 às 18h38.

O general Juan José Zúñiga, que tentou dar um golpe de Estado na Bolívia, fez críticas ao governo e defendeu a libertação de presos políticos, como a ex-presidente Jeanine Añez.

"O povo não tem futuro. Estamos aqui para zelar pelo futuro de nossas crianças. Algumas elites se apossaram do poder do Estado. O pedido das unidades militares é se liberem rapidamente a todos os presos politicos, de Camacho, Añez, generais, tenentes e capitães", disse Zúñiga à imprensa boliviana.

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Em outubro de 2019, o então presidente Evo Morales renunciou ao cargo e disse ser alvo de uma tentativa de golpe de Estado, semanas após ele disputar um terceiro mandato e ser reeleito. A disputa teve suspeita de irregularidades.

Após a saída de Evo, Jeanine Añez foi empossada como presidente interina. Eleições foram convocadas no ano seguinte e Luis Arce, então aliado de Evo, venceu.

Depois disso, a Justiça começou a processar apoiadores do golpe contra Evo. Añez foi presa e condenada a dez anos de prisão por "descumprimento de deveres" e outras acusações.

Carlos Camacho, ex-governador da província de Santa Cruz, a mais rica do país, e que deu apoio aos militares em 2019, também foi preso.

Cenas de mobilização militar na Bolívia

Tentativa de golpe na Bolívia

Nesta quarta, 26, tropas cercaram a Praça Murillo e entraram à força no palácio do governo.Segundo o jornal La Razón, militares entraram à força no palácio do governo, comandados pelo coronel Zúñiga.

O presidente e o general tiveram uma discussão dentro do palácio, cercados por militares. Arce pediu ao general que se retirasse. Zúñiga se recusou, segundo o jornal La Razón, saiu do palácio e não respondeu o que iria fazer. Por volta das 18h, as tropas seguiam na Praça Murillo, perto da sede do governo.

Enquanto a crise se desenrolava, várias autoridades do governo vieram a público falar de uma tentativa de golpe. "Denunciamos que há um golpe de Estado contra nosso governo democraticamente eleito", publicou David Choquehuanca, vice-presidente da Bolívia, em uma rede social.

Por volta das 17h40 (hora de Brasília), Arce divulgou um vídeo, ao lado de seus ministros, em que pede que a população apoie o governo e se posicione contra o golpe.

Algumas lideranças do país, como chefes de centrais sindicais e o ex-presidente Carlos Mesa, se posicionaram contra a tentativa de golpe e em defesa de Arce.

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