Capitão do Greenpeace lamenta incerteza após detenções
Para Peter Willcox a pior coisa das últimas semanas passadas na cadeia é não saber o que o futuro reserva
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2013 às 19h34.
Moscou - Para Peter Willcox, capitão do quebra-gelo do Greenpeace aprendido pela Rússia , a pior coisa das últimas semanas passadas na cadeia é não saber o que o futuro reserva para ele e 29 outros ativistas presos por protestarem contra a exploração marítima de petróleo no Ártico.
Na quarta-feira, a Justiça russa substituiu a acusação de pirataria, originalmente imputada ao grupo, por outra de vandalismo, o que permitirá que a pena máxima seja reduzida de 15 para sete anos.
Mas o Greenpeace disse que mesmo essa acusação representa uma injustificada violação do direito a realizar protestos pacíficos.
Willcox, um norte-americano de 60 anos, está preso há um mês na localidade de Murmansk, no noroeste da Rússia. Sem direito a fiança, os ativistas devem ficar detidos pelo menos até o fim de novembro.
"Sombrio, incerto", disse Willcox à Reuters para descrever como se sentia, ao responder a perguntas enviadas por escrito, por intermédio do seu advogado.
"As condições são árduas: mais de 23 horas por dia em uma cela pequena, sem saber o futuro e sem contato com ninguém", disse ele, sublinhando a palavra "mais".
As repostas foram escritas antes que as acusações fossem atenuadas.
Ativista do Greenpeace há mais de 30 anos, Willcox era o comandante da embarcação Rainbow Warrior, do Greenpeace, quando ela foi bombardeada e afundada pelo serviço secreto francês, em 1985. Um fotógrafo, Fernando Pereira, morreu afogado no incidente.
"Perder Fernando Pereira foi o pior. Mas este é um calvário maior", disse Willcox, pai de duas adolescentes.
O capitão naval contou que divide cela com "outra pessoa, que fuma muito. Ele é simpático".
Willcox comandava o navio Arctic Sunrise durante o protesto de 18 de setembro, em que ativistas tentaram escalar a plataforma Prirazlomnaya, da Gazprom, primeira instalação petrolífera russa no Ártico.
O Greenpeace alega que a Rússia está tentando intimidar outros ambientalistas, mas as autoridades dizem que o grupo violou leis internacionais no seu protesto.
Entre os detidos há 28 ativistas e dois jornalistas que acompanhavam o protesto. No total, há cidadãos de 18 países, inclusive do Brasil.
Questionado sobre o comportamento das autoridades russas, Willcox respondeu: "Do que eles estão com medo? Da verdade?" Ele contou que o governo francês nunca pediu desculpas pelo naufrágio do Rainbow Warrior, que protestava contra testes nucleares no Pacífico. "Duvido que o governo russo algum dia irá pedir."
Moscou - Para Peter Willcox, capitão do quebra-gelo do Greenpeace aprendido pela Rússia , a pior coisa das últimas semanas passadas na cadeia é não saber o que o futuro reserva para ele e 29 outros ativistas presos por protestarem contra a exploração marítima de petróleo no Ártico.
Na quarta-feira, a Justiça russa substituiu a acusação de pirataria, originalmente imputada ao grupo, por outra de vandalismo, o que permitirá que a pena máxima seja reduzida de 15 para sete anos.
Mas o Greenpeace disse que mesmo essa acusação representa uma injustificada violação do direito a realizar protestos pacíficos.
Willcox, um norte-americano de 60 anos, está preso há um mês na localidade de Murmansk, no noroeste da Rússia. Sem direito a fiança, os ativistas devem ficar detidos pelo menos até o fim de novembro.
"Sombrio, incerto", disse Willcox à Reuters para descrever como se sentia, ao responder a perguntas enviadas por escrito, por intermédio do seu advogado.
"As condições são árduas: mais de 23 horas por dia em uma cela pequena, sem saber o futuro e sem contato com ninguém", disse ele, sublinhando a palavra "mais".
As repostas foram escritas antes que as acusações fossem atenuadas.
Ativista do Greenpeace há mais de 30 anos, Willcox era o comandante da embarcação Rainbow Warrior, do Greenpeace, quando ela foi bombardeada e afundada pelo serviço secreto francês, em 1985. Um fotógrafo, Fernando Pereira, morreu afogado no incidente.
"Perder Fernando Pereira foi o pior. Mas este é um calvário maior", disse Willcox, pai de duas adolescentes.
O capitão naval contou que divide cela com "outra pessoa, que fuma muito. Ele é simpático".
Willcox comandava o navio Arctic Sunrise durante o protesto de 18 de setembro, em que ativistas tentaram escalar a plataforma Prirazlomnaya, da Gazprom, primeira instalação petrolífera russa no Ártico.
O Greenpeace alega que a Rússia está tentando intimidar outros ambientalistas, mas as autoridades dizem que o grupo violou leis internacionais no seu protesto.
Entre os detidos há 28 ativistas e dois jornalistas que acompanhavam o protesto. No total, há cidadãos de 18 países, inclusive do Brasil.
Questionado sobre o comportamento das autoridades russas, Willcox respondeu: "Do que eles estão com medo? Da verdade?" Ele contou que o governo francês nunca pediu desculpas pelo naufrágio do Rainbow Warrior, que protestava contra testes nucleares no Pacífico. "Duvido que o governo russo algum dia irá pedir."