Gás sarin foi usado em ataque mortal na Síria em abril, diz Opaq
As descobertas serão abordadas por um painel conjunto ONU-Opaq para determinar se as forças do governo sírio estão por trás do ataque
AFP
Publicado em 29 de junho de 2017 às 20h09.
Uma missão de pesquisa da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) concluiu que o gás sarin foi usado como arma química no ataque de 4 de abril à cidade síria de Khan Sheikhun, apontou um relatório secreto nesta quinta-feira.
As descobertas serão abordadas por um painel conjunto ONU-Opaq para determinar se as forças do governo sírio estão por trás do ataque.
"Baseados no seu trabalho, a missão de pesquisa está apta a concluir que um grande número de pessoas, algumas que morreram, foram expostas ao sarin ou a alguma substância como o sarin", disse o relatório, do qual a AFP obteve a acesso a algumas partes.
"O lançamento que causou essa exposição provavelmente foi iniciado no local onde agora há uma cratera na estrada", acrescentou.
"A conclusão da missão de pesquisa é que tal lançamento só pode ser determinado como o uso de sarin, como uma arma química".
Pelo menos 87 pessoas, incluindo muitas crianças, foram mortas no ataque que os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha atribuíram às forças do presidente Bashar al-Assad.
Como retaliação, os Estados Unidos lançaram um míssil de cruzeiro contra a base síria de onde acreditam ter saído as armas químicas para o ataque.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, disse em declaração que tem "a mais alta confiança no relatório da Opaq".
"Agora que sabemos a verdade inegável, olharemos à frente para uma investigação independente confirmar exatamente quem foi o responsável por esses ataques brutais. Assim, conseguiremos fazer justiça pelas vítimas", acrescentou.
O mecanismo de investigação conjunta Opaq-ONU já determinou que as forças do governo sírio foram responsáveis pelos ataques em três vilarejos com cloro em 2014 e 2015, e que o grupo Estado Islâmico usou gás mostarda em 2015.