O ministro das Finanças do México José Antonio Meade (E) e o presidente do Banco Mundial Jim Yong Kim participam da reunião do G20 na Cidade do México (REUTERS/Edgard Garrido)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2012 às 08h47.
Cidade do México - Ministros e presidentes de bancos centrais do Grupo dos Vinto (G20) estão reunidos a partir deste domingo no México em um encontro de dois dias que permitirá revisar os novos alarmes do cenário econômico mundial e as medidas para corrigir problemas de fundo.
A crise na Europa, que concentrou a maior parte das preocupações conjunturais do G20 nos últimos meses, parece ter aberto passagem aos riscos do "precipício fiscal" que enfrenta os Estados Unidos se não se fecharem consensos políticos para o próximo ano.
"Este precipício fiscal implica que à revelia de um acordo político (entre democratas e republicanos) haverá por um lado um aumento das taxas de impostos e por outro lado uma redução importante no montante do gasto público", explicou em entrevista coletiva o secretário de Fazenda do México, José Antonio Meade.
Meade acrescentou que se calcula que essa redução do gasto público nos EUA "poderia implicar entre 4 e 5 pontos percentuais do PIB" desse país.
"Nas últimas reuniões, os Estados Unidos manifestaram sua confiança de que será capaz de conseguir os consensos políticos necessários para que se consiga um ajuste que mande sinais claros de consolidação fiscal", acrescentou.
Esse foi o único tema conjuntural mencionado por Meade quando foi consultado sobre os assuntos que dominariam a reunião de ministros de Fazenda e de Economia, e de presidentes de bancos centrais do G20 e de países convidados a esse fórum de consultas.
Ele o fez no final de uma exposição sobre medidas para reforçar a força financeira no manejo de desastres, na qual participaram também o presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, e o secretário-geral da OCDE, José Ángel Gurría.
Esse foi o único ato aberto aos jornalistas desta reunião antes que nesta segunda-feira à tarde se desenvolvam várias rodas de imprensa para fazer uma avaliação das conversas que os representantes do G20 mantêm na capital mexicana.
A reunião se desenvolve com notáveis ausências, como a do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geither, e do titular do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, embora seja possível que também faltem à reunião outros representantes.
Os organizadores da reunião não divulgaram a lista de presentes.
Além dos temas de conjuntura, Meade disse que serão analisados outros assuntos de fundo como a volatilidade nos preços internacionais das matérias-primas e o avanço da regularização financeira internacional.
A Espanha, que estará representada pelo ministro da Economia, Luis de Guindos, terá oportunidade de explicar os resultados das últimas reformas tomadas por seu Governo, como a financeira e a laboral, segundo disseram à Efe fontes de sua delegação.
Essa explicação será dada durante o jantar de trabalho do G20 desta noite, que dará início às sessões nesta capital.
As mesmas fontes disseram que De Guindos também se referirá à criação do "banco podre" que administrará os ativos tóxicos imobiliários e os sinais que indicam certa estabilização na destruição do emprego no setor privado, entre outros temas.
A reunião que começou neste domingo é a última que o México coordena como presidente rotativo do G20, uma função que termina no final deste mês, quando passará o bastão à Rússia.
Segundo se anunciou previamente, não haverá um ato formal de transferência, ao se tratar de um fórum de consultas informais, mas será mencionado durante as deliberações das próximas horas.
A Rússia se encarregará da Presidência rotativa do G20 durante 2013 e depois passará para a Austrália, países que, junto com o México, farão parte da troika que durante o próximo ano fará um acompanhamento das atividades deste fórum.
"A participação da Rússia neste processo foi muito ativa, e permite prever que haverá uma transição fluente do G20", afirmou Meade. EFE