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G20, economia e futebol: o fim de ano caótico da Argentina

Violência na final da Libertadores se soma às preocupações com encontro de líderes e com economia para compor uma “tormenta perfecta”

Presidente da Argentina, Mauricio Macri (Rodrigo Garrido/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 07h59.

Foi um ano difícil para a Argentina nos mais variados aspectos. Depois de avançar 2,7% em 2017, a economia do país imbicou para baixo e deve terminar 2018 com recessão de 1,2%, segundo analistas do boletim LatinFocus. No segundo trimestre, último dado divulgado, o recuo em relação ao ano anterior foi de 4,2%.

A Argentina sofre a combinação de uma crise cambial que tirou este ano metade do valor do peso com uma das maiores secas em 50 anos, que prejudica as exportações agrícolas. Com as finanças fora de controle, o governo não consegue controlar a inflação, que subiu 40% nos últimos 12 meses. Em junho, o país concordou em cortar gastos para acessar uma linha de crédito de 50 bilhões de dólares do Fundo Monetãrio Internacional. As taxas de juros passam de 60% ao ano.

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No futebol, o seleção nacional quase ficou fora da Copa do Mundo da Rússia e, depois, acabou eliminada do torneio nas oitavas-de-final. Já são 32 anos sem títulos mundiais. Uma série de escândalos de corrupção faz com que nenhum treinador de peso aceite assumir a seleção nacional.

Dois alentos para o país viriam neste final de ano, justamente em campos que, no país, convivem em simbiose: a política e o futebol. O país recebe, a partir de sexta-feira, a reunião anual do G20, com os líderes das 20 maiores economias do mundo. Era para ser um evento de consagração do presidente Mauricio Macri e de suas políticas liberais. Tende a ser, porém, seu réquiem, dadas as dificuldades acumuladas este ano.

Para piorar, a segurança virou um tema central neste fim de semana. Boca Juniors e River Plate, os dois times mais populares do país, deveriam ter decidido no sábado a final da Libertadores. Mas a agressão de torcedores do River ao ônibus do Boca fez o jogo ser adiado para uma data ainda não confirmada. O dia da partida havia sido escolhido a dedo para não dificultar a logística de segurança do G20. Não deu, e a culpa, segundo a imprensa argentina, é da chefia de segurança municipal e também do governo federal.

Agora, G20 e Libertadores se somam num fim de ano conturbado. Antes de assumir o país, Macri foi presidente do Boca Juniors entre 95 e 2007 e conquistou quatro Libertadores e dois mundiais. No sábado, Maradona, ídolo do Boca, culpou-o pelo aumento da violência no país e, por consequência, pelos problemas na final da Libertadores. Macri deve tentar a reeleição em 2019. — destacar o futebol na campanha pode não ser uma boa ideia.

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