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G20 começa com esperança de reativar crescimento mundial

O evento acontece na China apesar das reticências de muitos países diante da globalização e das tensões territoriais no país

G20: o evento reúne as 19 principais economias mundiais (industrializadas e emergentes) (Getty Images/Pool)
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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2016 às 10h20.

Os líderes do G20 se reúnem neste domingo na China com o objetivo de reativar a deprimida economia mundial, embora as reticências de muitos países diante da globalização e das tensões territoriais da China ofusquem a cúpula.

Pequim quer projetar uma imagem de grande potência, segura de si mesma e consolidada como segunda economia mundial.

A cúpula começou com bons presságios no sábado, com o anúncio do presidente chinês, Xi Jinping, e do americano, Barack Obama, de ratificar o histórico tratado do clima de Paris, que pode encorajar outros países e acelerar sua entrada em vigor.

A cúpula é realizada na turística Hangzhou, convertida em cidade fantasma durante o encontro devido à decisão das autoridades de dar férias forçadas a um quarto da população e manter, assim, uma segurança máxima.

Também fecharam as fábricas de toda a região para garantir um céu limpo e sem poluição durante o fórum.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que recebeu das mãos de Obama e Xi os documentos oficiais da ratificação, ressaltou neste domingo que se trata de um "passo histórico" na luta contra as mudanças climáticas.

No entanto, não são esperados grandes progressos durante a cúpula nesta e em outras questões chave, como o frágil crescimento mundial, em um contexto de recuo e rejeição à globalização em muitos países do mundo.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, já havia advertido na semana passada que o mundo enfrenta uma mistura explosiva de crescimento fraco no longo prazo e aumento de desigualdades, o que fomenta o nacionalismo e as barreiras ao livre comércio.

O G20 reúne as 19 principais economias mundiais (industrializadas e emergentes), além da União Europeia, um fórum que representa 85% do PIB mundial e dois terços da população do planeta.

Em Hangzhou os problemas geopolíticos, incluindo a guerra na Síria ou as tensões no mar da China Meridional, podem deixar de lado as questões econômicas.

A China tenta evitar a questão de suas ambições neste mar, mas seus vizinhos estão preocupados pela recente construção na região de infraestruturas, incluindo pistas de pouso, nos arrecifes ou ilhas reivindicados por Pequim, mas disputados por seus vizinhos.

Tensões entre Obama e Xi

Várias fontes indicaram que Obama e Xi tiveram no sábado durante seu encontro um diálogo tenso sobre esta questão, depois que o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu em agosto que a China não tem o direito de reivindicar estas águas.

"Os dois líderes tiveram um diálogo franco sobre a recente decisão do tribunal (...) e Obama enfatizou a importância da China cumprir suas obrigações", indicou a Casa Branca em um comunicado.

Os Estados Unidos já advertiram que continuarão enviando patrulhas perto dos arrecifes e ilhas que a China reivindica para defender o princípio da liberdade de navegação, um anúncio que não agrada Pequim.

Xi pediu que os Estados Unidos tenham um "papel construtivo para manter a paz e a estabilidade no mar da China Meridional", indicou a agência oficial Xinhua.

Os dois países estão dispostos a evitar o conflito em Hangzhou. Uma cúpula bem-sucedida reforçaria Xi em nível internacional, mas também dentro da China, onde nos próximos meses serão realizadas reuniões chave do Partido Comunista.

Apesar disso, no sábado foram registradas cenas de tensão na chegada de Obama ao aeroporto, quando os responsáveis pela segurança chineses tentaram afastar os jornalistas e os membros da delegação americana.

"Este é nosso país, é nosso aeroporto!", gritou visivelmente irritado um dos responsáveis chineses a uma funcionária da Casa Branca, segundo um vídeo divulgado nas redes sociais.

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Os líderes do G20 se reúnem neste domingo na China com o objetivo de reativar a deprimida economia mundial, embora as reticências de muitos países diante da globalização e das tensões territoriais da China ofusquem a cúpula.

Pequim quer projetar uma imagem de grande potência, segura de si mesma e consolidada como segunda economia mundial.

A cúpula começou com bons presságios no sábado, com o anúncio do presidente chinês, Xi Jinping, e do americano, Barack Obama, de ratificar o histórico tratado do clima de Paris, que pode encorajar outros países e acelerar sua entrada em vigor.

A cúpula é realizada na turística Hangzhou, convertida em cidade fantasma durante o encontro devido à decisão das autoridades de dar férias forçadas a um quarto da população e manter, assim, uma segurança máxima.

Também fecharam as fábricas de toda a região para garantir um céu limpo e sem poluição durante o fórum.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que recebeu das mãos de Obama e Xi os documentos oficiais da ratificação, ressaltou neste domingo que se trata de um "passo histórico" na luta contra as mudanças climáticas.

No entanto, não são esperados grandes progressos durante a cúpula nesta e em outras questões chave, como o frágil crescimento mundial, em um contexto de recuo e rejeição à globalização em muitos países do mundo.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, já havia advertido na semana passada que o mundo enfrenta uma mistura explosiva de crescimento fraco no longo prazo e aumento de desigualdades, o que fomenta o nacionalismo e as barreiras ao livre comércio.

O G20 reúne as 19 principais economias mundiais (industrializadas e emergentes), além da União Europeia, um fórum que representa 85% do PIB mundial e dois terços da população do planeta.

Em Hangzhou os problemas geopolíticos, incluindo a guerra na Síria ou as tensões no mar da China Meridional, podem deixar de lado as questões econômicas.

A China tenta evitar a questão de suas ambições neste mar, mas seus vizinhos estão preocupados pela recente construção na região de infraestruturas, incluindo pistas de pouso, nos arrecifes ou ilhas reivindicados por Pequim, mas disputados por seus vizinhos.

Tensões entre Obama e Xi

Várias fontes indicaram que Obama e Xi tiveram no sábado durante seu encontro um diálogo tenso sobre esta questão, depois que o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu em agosto que a China não tem o direito de reivindicar estas águas.

"Os dois líderes tiveram um diálogo franco sobre a recente decisão do tribunal (...) e Obama enfatizou a importância da China cumprir suas obrigações", indicou a Casa Branca em um comunicado.

Os Estados Unidos já advertiram que continuarão enviando patrulhas perto dos arrecifes e ilhas que a China reivindica para defender o princípio da liberdade de navegação, um anúncio que não agrada Pequim.

Xi pediu que os Estados Unidos tenham um "papel construtivo para manter a paz e a estabilidade no mar da China Meridional", indicou a agência oficial Xinhua.

Os dois países estão dispostos a evitar o conflito em Hangzhou. Uma cúpula bem-sucedida reforçaria Xi em nível internacional, mas também dentro da China, onde nos próximos meses serão realizadas reuniões chave do Partido Comunista.

Apesar disso, no sábado foram registradas cenas de tensão na chegada de Obama ao aeroporto, quando os responsáveis pela segurança chineses tentaram afastar os jornalistas e os membros da delegação americana.

"Este é nosso país, é nosso aeroporto!", gritou visivelmente irritado um dos responsáveis chineses a uma funcionária da Casa Branca, segundo um vídeo divulgado nas redes sociais.

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