Exame Logo

Funeral de jovem turco morto pela polícia vira protesto

Dezenas de milhares de pessoas compareceram ao funeral de um jovem de 15 anos que estava em coma desde junho, quando foi ferido pela polícia

Manifestante na Turquia: jovem foi gravemente ferido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo (Bulent Kilic/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2014 às 12h44.

Ancara - Dezenas de milhares de pessoas compareceram nesta quarta-feira, em Istambul, ao funeral de um jovem de 15 anos que estava em coma desde junho, quando foi ferido pela polícia em um protesto contra o governo islamita-conservador de Recep Tayyp Erdogan .

A multidão se reuniu nas ruas do bairro operário de Okmeydani, onde a vítima morava, e gritou frases hostis ao primeiro-ministro, em situação frágil por um escândalo de corrupção a poucas semanas das eleições municipais de 30 de março.

"A polícia do AKP (Partido da Justiça e da Democracia, no poder) assassinou Berkin Elvan", gritava a multidão.

"Quantos jovens têm que morrer para que Erdogan renuncie?", questionou Atilla Izmirlioglu, um aposentado que compareceu ao local.

"Meu único desejo é que acabem com este fascismo sem derramar uma gota de sangue", completou.

Mais de 250 pessoas foram detidas na terça-feira à noite durante as violentas manifestações em várias cidades turcas para denunciar a morte do adolescente de 15 anos.

Milhares de manifestantes se reuniram de forma espontânea na terça-feira em várias cidades do país depois da morte, horas antes, de Elvan, que estava em coma há 269 dias.

O jovem foi gravemente ferido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo durante os protestos contra o governo em junho de 2013.


Com o apoio da multidão, o caixão, envolto em um pano vermelho e com uma foto do adolescente, de confissão alevi (uma minoria muçulmana), avançou lentamente até o cemitério do bairro.

Após a cerimônia, outras manifestações estavam previstas para as grandes cidades do país, onde várias lojas permaneceram fechadas em sinal de luto.

Milhares de pessoas estavam reunidas na praça Kizilay, no centro da capital Ancara, para pedir justiça.

A polícia usou gás lacrimogêneo e jatos d'água para tentar dispersar os manifestantes na capital. Os ativistas gritaram frases hostis ao governo e tentaram bloquear o trânsito, o que provocou a ação da polícia.

Elvan é a vítima mais recente da repressão das manifestações iniciadas na praça Gezi de Istambul. A morte elevou a sete o número de manifestantes falecidos durante os eventos que deixaram mais de 8.000 feridos. Um policial também morreu nos protestos.

A família de Berkin afirmou ter visto o adolescente pela última vez em 16 de junho, quando ele saiu do apartamento de um bairro operário no centro de Istambul para comprar pão.

De acordo com testemunhas, o jovem foi atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo utilizada pela polícia durante as manifestações contra a "guinada autoritária" e "islamita" do governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, no poder desde 2002.

Analistas já haviam antecipado que o funeral do jovem em Istambul poderia virar uma grande mobilização contra o governo.

Depois de permanecer em silêncio na terça-feira, o governo reagiu nesta quarta-feira ao falecimento do jovem com o porta-voz Bülent Arinç.

"É muito triste que um criança tenha perdido a vida em um incidente na rua", lamentou.

"A Turquia está de luto desde ontem".

Tudo isto acontece a menos de três semanas das eleições municipais de 30 de março, no momento em que o governo de Erdogan enfrenta um escândalo de corrupção sem precedentes.

Veja também

Ancara - Dezenas de milhares de pessoas compareceram nesta quarta-feira, em Istambul, ao funeral de um jovem de 15 anos que estava em coma desde junho, quando foi ferido pela polícia em um protesto contra o governo islamita-conservador de Recep Tayyp Erdogan .

A multidão se reuniu nas ruas do bairro operário de Okmeydani, onde a vítima morava, e gritou frases hostis ao primeiro-ministro, em situação frágil por um escândalo de corrupção a poucas semanas das eleições municipais de 30 de março.

"A polícia do AKP (Partido da Justiça e da Democracia, no poder) assassinou Berkin Elvan", gritava a multidão.

"Quantos jovens têm que morrer para que Erdogan renuncie?", questionou Atilla Izmirlioglu, um aposentado que compareceu ao local.

"Meu único desejo é que acabem com este fascismo sem derramar uma gota de sangue", completou.

Mais de 250 pessoas foram detidas na terça-feira à noite durante as violentas manifestações em várias cidades turcas para denunciar a morte do adolescente de 15 anos.

Milhares de manifestantes se reuniram de forma espontânea na terça-feira em várias cidades do país depois da morte, horas antes, de Elvan, que estava em coma há 269 dias.

O jovem foi gravemente ferido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo durante os protestos contra o governo em junho de 2013.


Com o apoio da multidão, o caixão, envolto em um pano vermelho e com uma foto do adolescente, de confissão alevi (uma minoria muçulmana), avançou lentamente até o cemitério do bairro.

Após a cerimônia, outras manifestações estavam previstas para as grandes cidades do país, onde várias lojas permaneceram fechadas em sinal de luto.

Milhares de pessoas estavam reunidas na praça Kizilay, no centro da capital Ancara, para pedir justiça.

A polícia usou gás lacrimogêneo e jatos d'água para tentar dispersar os manifestantes na capital. Os ativistas gritaram frases hostis ao governo e tentaram bloquear o trânsito, o que provocou a ação da polícia.

Elvan é a vítima mais recente da repressão das manifestações iniciadas na praça Gezi de Istambul. A morte elevou a sete o número de manifestantes falecidos durante os eventos que deixaram mais de 8.000 feridos. Um policial também morreu nos protestos.

A família de Berkin afirmou ter visto o adolescente pela última vez em 16 de junho, quando ele saiu do apartamento de um bairro operário no centro de Istambul para comprar pão.

De acordo com testemunhas, o jovem foi atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo utilizada pela polícia durante as manifestações contra a "guinada autoritária" e "islamita" do governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, no poder desde 2002.

Analistas já haviam antecipado que o funeral do jovem em Istambul poderia virar uma grande mobilização contra o governo.

Depois de permanecer em silêncio na terça-feira, o governo reagiu nesta quarta-feira ao falecimento do jovem com o porta-voz Bülent Arinç.

"É muito triste que um criança tenha perdido a vida em um incidente na rua", lamentou.

"A Turquia está de luto desde ontem".

Tudo isto acontece a menos de três semanas das eleições municipais de 30 de março, no momento em que o governo de Erdogan enfrenta um escândalo de corrupção sem precedentes.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaMortesProtestosProtestos no mundoTurquia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame