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'Franco-atirador lunar': Sonda de missão histórica pousou a 55 metros de seu alvo, revela Japão

Agência espacial japonesa relatou que objetivo era posicionar dispositivo num raio de cem metros de um local fixo da Lua, margem mais estreita que a habitual neste tipo de trabalho

Agência espacial japonesa relatou que objetivo era posicionar dispositivo num raio de cem metros de um local fixo da Lua, margem mais estreita que a habitual neste tipo de trabalho (JAXA/ Takara Tomy / Sony Group Corporation/AFP Photo)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 08h05.

O pequeno módulo espacial japonês SLIM fez jus ao seu apelido de “franco-atirador lunar” com um pouso de alta precisão, a 55 metros de seu alvo, anunciou a agência espacial japonesa JAXA nesta quinta-feira.

O objetivo era que o dispositivo fosse colocado num raio de 100 metros de um local fixo na Lua, uma margem muito mais estreita do que os vários quilômetros habituais neste tipo de missão.

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"O SLIM conseguiu um pouso de precisão (…) O local de pouso foi confirmado a 55 metros do ponto alvo", disse a JAXA, que também publicou as primeiras imagens da missão não tripulada.

O diretor do projeto, Shinichiro Sakai, disse aos repórteres que o dispositivo sofreu problemas no motor ao descer até o satélite que poderiam ter afetado sua trajetória, impedindo-o de pousar ainda mais perto do ponto definido.

O Smart Lander for Investigating Moon (SLIM) fez do Japão o quinto país a conseguir um pouso lunar bem-sucedido, depois dos Estados Unidos, da União Soviética, da China e da Índia. Porém, as comemorações foram prejudicadas por um problema nas baterias solares do aparelho que não geravam energia.

A JAXA decidiu desligar o módulo com 12% de bateria restante para permitir uma possível recarga quando o ângulo da luz solar mudar.

"Se a luz solar chegar à Lua vinda do oeste no futuro, acreditamos que existe a possibilidade de gerar energia", afirmou a agência.

Isso pode acontecer em apenas uma semana. "Com base nas estimativas atuais, estamos nos preparando para retomar as operações de investigação em 1º de fevereiro", disse a JAXA.

Imagens da Lua

Antes de desligar a espaçonave, o controle da missão conseguiu baixar dados técnicos e imagens da descida do aparelho e da superfície lunar. A agência espacial japonesa queria colocar a sua nave numa cratera onde o manto da Lua, a camada interna normalmente muito profunda, pudesse ser acessível a partir da superfície.

A JAXA também quer analisar as rochas da região para tentar esclarecer o mistério da possível presença de água na Lua, fator-chave para a eventual construção de bases humanas ali.

No sábado, duas sondas se separaram com sucesso do módulo: uma com transmissor e outra projetada para rolar pela superfície da Lua e enviar as imagens de volta à Terra.

Este miniveículo de exploração espacial, com formato mutável e do tamanho de uma bola de tênis, foi codesenvolvido pela empresa que criou os brinquedos Transformer. As imagens publicadas pela JAXA nesta quinta-feira foram tiradas por este veículo espacial lunar. Nelas, é possível ver o módulo SLIM intacto na superfície rochosa do satélite terrestre.

SLIM é uma das muitas missões lunares lançadas recentemente por governos e empresas privadas, muitas vezes atormentadas por problemas técnicos que, por exemplo, forçaram os Estados Unidos a adiarem este mês o seu programa Artemis para regressar ao satélite.

Antes deste sucesso, o Japão teve duas missões até a Lua fracassadas na sua História, uma pública e outra privada.

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