França investigará militares acusados de estupro
Quatorze soldados franceses estariam envolvidos, incluindo três identificados, segundo os testemunhos de seis crianças com idades entre 9 e 13 anos
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2015 às 16h22.
Paris - Os juízes de instrução franceses vão investigar as acusações de estupro de crianças em 2014 por soldados franceses em um campo de deslocados na República Centro-Africana.
Uma semana após a revelação do caso pelo jornal britânico The Guardian e as críticas sobre a inação da ONU, do ministério da Defesa e da Justiça francesas, a procuradoria de Paris anunciou nesta quinta-feira a abertura do processo.
Quatorze soldados franceses estariam envolvidos, incluindo três identificados, segundo os testemunhos de seis crianças com idades entre 9 e 13 anos reunidos em um relatório da ONU de 2014.
A investigação criminal na França trata de estupros cometidos contra menores "por pessoas que abusam da autoridade conferida por suas funções e por cumplicidade neste crime", informou o procurador François Molins em um comunicado.
O caso pode manchar a reputação do exército e a imagem da França na República Centro-Africana, onde interveio no final de 2013 como parte da operação Sangaris para parar com a violência intercomunitária.
Depois de ser acionado pelo ministério da Defesa, o Ministério Público abriu uma investigação preliminar no final de julho de 2014. Nesta ocasião, nenhum militar ou criança foi ouvido como parte desta investigação.
Investigadores da gendarmeria foram enviados a Bangui no início de agosto de 2014. "Eles realizaram algumas verificações", segundo a procuradoria.
Em seu comunicado, a procuradoria explica que primeiro queria ouvir a funcionária da ONU que redigiu o relatório, mas o pedido de retirada da imunidade necessário para tal audição foi negado pela ONU. A funcionária finalmente respondeu, por escrito, ao pedido e se apresentou em 29 de abril, de acordo com a procuradoria.
Apenas "após a análise" desta resposta, que a investigação judicial for iniciada, ainda segundo a procuradoria.
Para o advogado da associação de defesa das crianças vítimas Inocentes em Perigo, Olivier Morice, a investigação deveria ter sido aberta "nas primeiras semanas".
A associação participará no processo, principalmente para "verificar se o ministério da Defesa, que foi avisado há vários meses sobre este caso, tratou com descaso essa situação, ao não suspender os militares suspeitos de envolvimento", declarou o advogado à AFP.
O relatório da ONU documenta os depoimentos de seis crianças com idades entre 9 a 13 anos que relataram abusos sexuais cometidos por soldados franceses da operação Sangaris no acampamento do aeroporto de M'Poko, em Bangui, entre o final de 2013 e junho de 2014.
O caso foi revelado pelo jornal britânico The Guardian na semana passada. A ONU e o ministério da Defesa, defenderam-se de tentar encobrir o escândalo.
"Se alguém sujou a bandeira, porque isso é o que aconteceu, deve dizê-lo agora, pois está traindo seus companheiros, a imagem da França e a missão dos exércitos", declarou o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian,.
O ministro evocou uma "investigação complexa", ressaltando que "uma vez cometido esses crimes, a maioria dos soldados deixaram o palco dessas operações".
O procurador da República Centro-Africana, Ghislain Grésenguet, por sua vez, anunciou ter aberto uma investigação na semana passada, enquanto o ministro da Justiça, Aristide Sokambi, prometeu indiciar os envolvidos neste "caso extremamente grave".
Paris - Os juízes de instrução franceses vão investigar as acusações de estupro de crianças em 2014 por soldados franceses em um campo de deslocados na República Centro-Africana.
Uma semana após a revelação do caso pelo jornal britânico The Guardian e as críticas sobre a inação da ONU, do ministério da Defesa e da Justiça francesas, a procuradoria de Paris anunciou nesta quinta-feira a abertura do processo.
Quatorze soldados franceses estariam envolvidos, incluindo três identificados, segundo os testemunhos de seis crianças com idades entre 9 e 13 anos reunidos em um relatório da ONU de 2014.
A investigação criminal na França trata de estupros cometidos contra menores "por pessoas que abusam da autoridade conferida por suas funções e por cumplicidade neste crime", informou o procurador François Molins em um comunicado.
O caso pode manchar a reputação do exército e a imagem da França na República Centro-Africana, onde interveio no final de 2013 como parte da operação Sangaris para parar com a violência intercomunitária.
Depois de ser acionado pelo ministério da Defesa, o Ministério Público abriu uma investigação preliminar no final de julho de 2014. Nesta ocasião, nenhum militar ou criança foi ouvido como parte desta investigação.
Investigadores da gendarmeria foram enviados a Bangui no início de agosto de 2014. "Eles realizaram algumas verificações", segundo a procuradoria.
Em seu comunicado, a procuradoria explica que primeiro queria ouvir a funcionária da ONU que redigiu o relatório, mas o pedido de retirada da imunidade necessário para tal audição foi negado pela ONU. A funcionária finalmente respondeu, por escrito, ao pedido e se apresentou em 29 de abril, de acordo com a procuradoria.
Apenas "após a análise" desta resposta, que a investigação judicial for iniciada, ainda segundo a procuradoria.
Para o advogado da associação de defesa das crianças vítimas Inocentes em Perigo, Olivier Morice, a investigação deveria ter sido aberta "nas primeiras semanas".
A associação participará no processo, principalmente para "verificar se o ministério da Defesa, que foi avisado há vários meses sobre este caso, tratou com descaso essa situação, ao não suspender os militares suspeitos de envolvimento", declarou o advogado à AFP.
O relatório da ONU documenta os depoimentos de seis crianças com idades entre 9 a 13 anos que relataram abusos sexuais cometidos por soldados franceses da operação Sangaris no acampamento do aeroporto de M'Poko, em Bangui, entre o final de 2013 e junho de 2014.
O caso foi revelado pelo jornal britânico The Guardian na semana passada. A ONU e o ministério da Defesa, defenderam-se de tentar encobrir o escândalo.
"Se alguém sujou a bandeira, porque isso é o que aconteceu, deve dizê-lo agora, pois está traindo seus companheiros, a imagem da França e a missão dos exércitos", declarou o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian,.
O ministro evocou uma "investigação complexa", ressaltando que "uma vez cometido esses crimes, a maioria dos soldados deixaram o palco dessas operações".
O procurador da República Centro-Africana, Ghislain Grésenguet, por sua vez, anunciou ter aberto uma investigação na semana passada, enquanto o ministro da Justiça, Aristide Sokambi, prometeu indiciar os envolvidos neste "caso extremamente grave".