Fracassa tentativa palestina de forçar retirada de Israel
Nem sequer foi necessário que os Estados Unidos exercessem seu poder de veto, como se antecipava em caso de aprovação da proposta por nove ou mais membros
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2014 às 09h27.
Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU rejeitou nesta terça-feira (data local) uma proposta de resolução que exigia que Israel se retirasse dos territórios palestinos, uma iniciativa que levou meses sendo negociada, mas que tinha poucas chances de sucesso.
Nem sequer foi necessário que os Estados Unidos exercessem seu poder de veto, como se antecipava em caso de aprovação da proposta por nove ou mais membros do conselho.
Apenas oito países votaram a favor da medida, apesar de a votação ter apresentado algumas surpresas.
Em 26 de setembro deste ano, o líder palestino, Mahmoud Abbas, anunciou, frente à Assembleia Geral da ONU, que pediria ao Conselho de Segurança uma resolução para exigir um prazo para retirada israelense às fronteiras estabelecidas antes da Guerra dos Seis Dias (1967).
Desde então foram intensas as negociações para elaborar a proposta, que até teve o apoio da França durante a fase inicial, embora o texto final tenha sido defendido exclusivamente pelos países árabes na ONU e apresentado formalmente pela Jordânia.
O texto final exigia, entre outras coisas, a retirada israelense dos territórios palestinos antes do fim de 2017. O prazo era uma insistência de Abbas desde o discurso na Assembleia Geral.
Os EUA já tinham anunciado previamente que não estavam de acordo com a proposta. Era esperado que, em caso de aprovação, que os americanos a vetassem, exercendo o direito a veto que o país tem junto com Rússia, China, França e Reino Unido.
Contudo, isso não foi necessário porque a resolução só recebeu oito votos favoráveis: França, Argentina, Chade, Chile, China, Luxemburgo, Rússia e a própria Jordânia.
O representante palestino na ONU, Riyad Mansur, convidado à sessão, lamentou a decisão e acusou a ONU de ser incapaz de assumir suas responsabilidades. Ele criticou que o órgão está paralisado e não consegue apoiar os esforços mundiais que buscam a paz no Oriente Médio.
Mansur afirmou que, a partir da decisão do Conselho de Segurança da ONU e frente à situação "insustentável e precária" existente na região, o governo palestino deve agora analisar novas medidas. Uma reunião foi marcada para a quarta-feira para decidir o que será feito.
O embaixador da França, François Delattre, reconheceu que o texto que chegou ao conselho não era o ideal. Segundo ele, os franceses queriam garantir que a iniciativa teria êxito antes mesmo de entrar na mesa de votação.
"Preferíamos um enfoque consensual, mas a França apoiou (a resolução) convencida de que é preciso atuar com caráter urgente, levando em conta que até agora não foi possível iniciar uma negociação crível", afirmou.
Se posicionaram contra a proposta os EUA e a Austrália. Representantes dos dois países disseram que não estavam de acordo em forçar uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos por meio de negociações diretas.
Mas entre os que se abstiveram estava o Reino Unido, que costuma tomar posições semelhantes a dos Estados Unidos nas decisões do Conselho de Segurança.
Apesar da ser simpática à causa palestina, a Nigéria também preferiu se abster. Ruanda, cujo o representante na ONU tinha afirmado aos jornalistas antes de entrar na reunião que votaria a favor da proposta, também não a apoiou.
Durante a sessão, que durou mais de uma hora, não ficou claro porque o grupo árabe decidiu arriscar levar ao Conselho de Segurança uma proposta que tinha mínimas chances de triunfar.
Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU rejeitou nesta terça-feira (data local) uma proposta de resolução que exigia que Israel se retirasse dos territórios palestinos, uma iniciativa que levou meses sendo negociada, mas que tinha poucas chances de sucesso.
Nem sequer foi necessário que os Estados Unidos exercessem seu poder de veto, como se antecipava em caso de aprovação da proposta por nove ou mais membros do conselho.
Apenas oito países votaram a favor da medida, apesar de a votação ter apresentado algumas surpresas.
Em 26 de setembro deste ano, o líder palestino, Mahmoud Abbas, anunciou, frente à Assembleia Geral da ONU, que pediria ao Conselho de Segurança uma resolução para exigir um prazo para retirada israelense às fronteiras estabelecidas antes da Guerra dos Seis Dias (1967).
Desde então foram intensas as negociações para elaborar a proposta, que até teve o apoio da França durante a fase inicial, embora o texto final tenha sido defendido exclusivamente pelos países árabes na ONU e apresentado formalmente pela Jordânia.
O texto final exigia, entre outras coisas, a retirada israelense dos territórios palestinos antes do fim de 2017. O prazo era uma insistência de Abbas desde o discurso na Assembleia Geral.
Os EUA já tinham anunciado previamente que não estavam de acordo com a proposta. Era esperado que, em caso de aprovação, que os americanos a vetassem, exercendo o direito a veto que o país tem junto com Rússia, China, França e Reino Unido.
Contudo, isso não foi necessário porque a resolução só recebeu oito votos favoráveis: França, Argentina, Chade, Chile, China, Luxemburgo, Rússia e a própria Jordânia.
O representante palestino na ONU, Riyad Mansur, convidado à sessão, lamentou a decisão e acusou a ONU de ser incapaz de assumir suas responsabilidades. Ele criticou que o órgão está paralisado e não consegue apoiar os esforços mundiais que buscam a paz no Oriente Médio.
Mansur afirmou que, a partir da decisão do Conselho de Segurança da ONU e frente à situação "insustentável e precária" existente na região, o governo palestino deve agora analisar novas medidas. Uma reunião foi marcada para a quarta-feira para decidir o que será feito.
O embaixador da França, François Delattre, reconheceu que o texto que chegou ao conselho não era o ideal. Segundo ele, os franceses queriam garantir que a iniciativa teria êxito antes mesmo de entrar na mesa de votação.
"Preferíamos um enfoque consensual, mas a França apoiou (a resolução) convencida de que é preciso atuar com caráter urgente, levando em conta que até agora não foi possível iniciar uma negociação crível", afirmou.
Se posicionaram contra a proposta os EUA e a Austrália. Representantes dos dois países disseram que não estavam de acordo em forçar uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos por meio de negociações diretas.
Mas entre os que se abstiveram estava o Reino Unido, que costuma tomar posições semelhantes a dos Estados Unidos nas decisões do Conselho de Segurança.
Apesar da ser simpática à causa palestina, a Nigéria também preferiu se abster. Ruanda, cujo o representante na ONU tinha afirmado aos jornalistas antes de entrar na reunião que votaria a favor da proposta, também não a apoiou.
Durante a sessão, que durou mais de uma hora, não ficou claro porque o grupo árabe decidiu arriscar levar ao Conselho de Segurança uma proposta que tinha mínimas chances de triunfar.