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Ucrânia afirma que derrubou quase 30 mísseis em novo ataque russo sobre Kiev

Um prédio não residencial pegou fogo após ser atingido por destroços, segundo a Administração Militar da capital ucraniana

Guerra: Foi a nona vez neste mês que ataques aéreos da Rússia atingiram a capital da Ucrânia (AFP/AFP)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 18 de maio de 2023 às 07h57.

Última atualização em 18 de maio de 2023 às 08h03.

A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira, 18, que derrubou 29 dos 30 mísseis de cruzeiros lançados pela Rússia durante a noite contra a capital, Kiev, e outras regiões do país, mas afirmou que uma pessoa morreu em Odessa (sul).

A Rússia intensificou nas últimas semanas os ataques com mísseis contra a Ucrânia, país que invadiu em fevereiro de 2022. Ao mesmo tempo, o governo ucraniano afirma que está finalizando os preparativos para iniciar uma grande contraofensiva.

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"Os ocupantes russos executaram várias ondas de ataques com mísseis a partir de diferentes pontos. Trinta mísseis de cruzeiro", afirmou a Força Aérea em um comunicado no Telegram. A nota acrescenta que a defesa antiaérea "destruiu 29 mísseis de cruzeiro e quatro drones".

A administração civil e militar de Kiev destacou que ataques russos deste mês "não têm precedentes, por sua potência, intensidade e variedade".

Os bombardeiros estratégicos russos lançaram os mísseis a partir da região do Mar Cáspio e drones de reconhecimento sobrevoaram a capital em seguida, de acordo com a administração.

"Todos os alvos inimigos no espaço aéreo de Kiev foram detectados e destruídos", afirma um comunicado.

Um incêndio foi registrado em uma empresa após a queda de destroços de um projétil, mas não foram relatadas vítimas, informou o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.

Na cidade portuária de Odessa, no Mar Negro, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas quando um míssil atingiu uma infraestrutura industrial, segundo uma fonte militar.

O exército também citou ataques com mísseis na região de Vinnytsia, centro do país, e a imprensa relatou explosões em Khmelnytskyi, quase 100 quilômetros ao oeste.

Descarrilamento de trem russo

Na quarta-feira, Moscou e Kiev concordaram em prorrogar o acordo para a exportação de grãos ucranianos, um raro exemplo de cooperação durante o conflito. Porém, os ataques russos desta quinta-feira provocaram dúvidas sobre a viabilidade do acordo.

Além disso, um trem que transportava cereais descarrilou nesta quinta-feira, sem provocar vítimas, na península da Crimeia, anexada por Moscou, de acordo com as autoridades russas, que atribuíram o acidente a um ataque.

O serviço ferroviário local afirmou que o incidente foi provocado por "terceiros", em referência a um ato de sabotagem. Várias fontes afirmaram que o descarrilamento foi causado por uma explosão.

No campo diplomático, o emissário chinês, Li Hui, concluiu na quarta-feira uma visita de dois dias a Kiev, que tinha como objetivo buscar uma solução política para o conflito entre Rússia e Ucrânia, mas não conseguiu nenhum avanço.

"Não há panaceia para resolver a crise e todas as partes precisam começar, por si mesmas, a construir uma confiança mútua e criar condições para deter a guerra e conversar", disse Li, de acordo com um comunicado divulgado pelo ministério chinês das Relações Exteriores.

Li se reuniu com o chanceler ucraniano Dmitro Kuleba, que repetiu que o país não aceitará nenhuma proposta que "implique a perda de território".

Li Hui é principal funcionário do governo chinês a visitar a Ucrânia desde o início da invasão russa. Na sexta-feira ele viajará à Polônia e nos dias seguintes para Alemanha, França e Rússia.

A China, aliada de Moscou, não condenou publicamente a invasão russa e apresentou um plano de 12 pontos para acabar com a guerra, recebido com ceticismo pelas potências ocidentais, aliadas da Ucrânia.

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta quinta-feira para analisar a situação na Ucrânia, um dia antes do início do encontro de cúpula dos líderes do G7 em Hiroshima (Japão).

Uma fonte da União Europeia (UE) afirmou que a reunião do G7 discutirá, entre outros temas, sanções contra o comércio de diamantes russos, uma iniciativa para privar ainda mais a Rússia de recursos para a guerra na Ucrânia.

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