Forças britânicas mantêm até 90 presos no Afeganistão
Porém, as autoridades britânicas negaram que estas pessoas estejam detidas ilegalmente, como denunciaram os advogados britânicos de oito deles
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2013 às 13h26.
Londres - As forças britânicas mantêm há meses até 90 supostos insurgentes afegãos em um centro de detenção provisório em sua base de Camp Bastion, no sul do Afeganistão , admitiu nesta quarta-feira o ministro da Defesa, Philip Hammond, confirmando uma informação revelada pela BBC.
Mas Hammond negou que estas pessoas estejam detidas ilegalmente, como denunciaram à rede de rádio e televisão pública os advogados britânicos de oito deles, que entraram com uma ação judicial em Londres para tentar obter sua libertação da principal base britânica, situada na província de Helmand.
"Nossos clientes estão entre oito e 14 meses detidos sem acusações e sem acesso a advogados, em uma clara violação do direito britânico e internacional", afirma em seu site o escritório jurídico Public Interest Lawyers, que vê neste caso similaridades com o centro de detenção americano de Guantánamo.
Em uma entrevista à BBC, Hammond admitiu que há "ao redor de 80 ou 90" afegãos detidos em Camp Bastion à espera de serem transferidos às autoridades do país centro-asiático, mas classificou de "totalmente ridícula" a afirmação de que se trata de uma instalação secreta porque, segundo ele, o Parlamento sabia de sua existência.
"São pessoas suspeitas de assassinar militares britânicos, de facilitar, colocar ou estar vinculadas com artefatos explosivos improvisados (IED)", afirmou o ministro à Radio 4.
Seus advogados pedem à justiça que "liberte esta gente e as devolva ao campo de batalha para que possam continuar com as atividades pelas quais foram inicialmente detidas, colocando em risco as vidas das tropas britânicas e da Isaf", a força da Otan, acrescentou o ministro.
Hammond reconheceu, no entanto, que normalmente não deveria haver mais de 20 detidos em Camp Bastion, mas explicou que o elevado número atual se deve ao fato de o "sistema ter sido bloqueado por problemas na transferência ao sistema afegão".
O ministro acrescentou que o governo "está trabalhando com os afegãos e com outros aliados para desenvolver uma via segura para a transferência destes detidos ao sistema judicial afegão".
Segundo o ministério da Defesa, as forças britânicas podem deter suspeitos por 96 horas, mas estão autorizadas a estender o prazo em circunstâncias excepcionais.
O fundador do Public Interest Lawyers, Phil Shiner, considerou que o Reino Unido poderia ter treinado o exército e a polícia afegã para que "detivessem pessoas legalmente" e garantissem que as "tratavam de forma humana".
Mas, denunciou à BBC, "escolheu seguir por um caminho que é totalmente preocupante e totalmente inconstitucional".
O Reino Unido tem o segundo maior contingente no Afeganistão, atrás dos Estados Unidos, composto por 9.000 homens mobilizados majoritariamente na província de Helmand, no sul do país.
Londres - As forças britânicas mantêm há meses até 90 supostos insurgentes afegãos em um centro de detenção provisório em sua base de Camp Bastion, no sul do Afeganistão , admitiu nesta quarta-feira o ministro da Defesa, Philip Hammond, confirmando uma informação revelada pela BBC.
Mas Hammond negou que estas pessoas estejam detidas ilegalmente, como denunciaram à rede de rádio e televisão pública os advogados britânicos de oito deles, que entraram com uma ação judicial em Londres para tentar obter sua libertação da principal base britânica, situada na província de Helmand.
"Nossos clientes estão entre oito e 14 meses detidos sem acusações e sem acesso a advogados, em uma clara violação do direito britânico e internacional", afirma em seu site o escritório jurídico Public Interest Lawyers, que vê neste caso similaridades com o centro de detenção americano de Guantánamo.
Em uma entrevista à BBC, Hammond admitiu que há "ao redor de 80 ou 90" afegãos detidos em Camp Bastion à espera de serem transferidos às autoridades do país centro-asiático, mas classificou de "totalmente ridícula" a afirmação de que se trata de uma instalação secreta porque, segundo ele, o Parlamento sabia de sua existência.
"São pessoas suspeitas de assassinar militares britânicos, de facilitar, colocar ou estar vinculadas com artefatos explosivos improvisados (IED)", afirmou o ministro à Radio 4.
Seus advogados pedem à justiça que "liberte esta gente e as devolva ao campo de batalha para que possam continuar com as atividades pelas quais foram inicialmente detidas, colocando em risco as vidas das tropas britânicas e da Isaf", a força da Otan, acrescentou o ministro.
Hammond reconheceu, no entanto, que normalmente não deveria haver mais de 20 detidos em Camp Bastion, mas explicou que o elevado número atual se deve ao fato de o "sistema ter sido bloqueado por problemas na transferência ao sistema afegão".
O ministro acrescentou que o governo "está trabalhando com os afegãos e com outros aliados para desenvolver uma via segura para a transferência destes detidos ao sistema judicial afegão".
Segundo o ministério da Defesa, as forças britânicas podem deter suspeitos por 96 horas, mas estão autorizadas a estender o prazo em circunstâncias excepcionais.
O fundador do Public Interest Lawyers, Phil Shiner, considerou que o Reino Unido poderia ter treinado o exército e a polícia afegã para que "detivessem pessoas legalmente" e garantissem que as "tratavam de forma humana".
Mas, denunciou à BBC, "escolheu seguir por um caminho que é totalmente preocupante e totalmente inconstitucional".
O Reino Unido tem o segundo maior contingente no Afeganistão, atrás dos Estados Unidos, composto por 9.000 homens mobilizados majoritariamente na província de Helmand, no sul do país.