Força do Tea Party é colocada à prova nas primárias republicanas nos EUA
O movimento começou a tomar força em 2009 por iniciativa de núcleos de eleitores jovens preocupados pela economia, defensores de um ferrenho controle do gasto público
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2011 às 17h38.
Washington - A corrente ultraconservadora Tea Party é a grande protagonista na sombra do processo de primárias republicanas nos Estados Unidos , embora presume-se careça de líderes e não concorra como tal às eleições.
Na próxima terça-feira ocorrerão as primeiras caucus (assembléias primárias) em Iowa, um estado do meio oeste tradicionalmente muito conservador e a priori representativo da influência que pode ter o Tea Party na eleição do candidato republicano que enfrentará o presidente Barack Obama no pleito de novembro de 2012.
Com uma de suas estrelas, a ex-governadora do Alasca Sarah Palin, fora da disputa eleitoral, o Tea Party se vê em parte refletido em Michelle Bachmann, congressista por Minnesota, a única mulher na disputa, mas com poucas opções de ganhar em Iowa, como apontam as pesquisas.
Seu conservadorismo social, um cristianismo fervoroso e duras críticas contra a carga fiscal, combinados com uma retórica populista em favor de um Governo com menos competências possíveis, sintonizam com as bases do movimento situado à direita do Partido Republicano.
Também é visto com bons olhos pelo Tea Party o veterano congressista texano Ron Paul, considerado de fato o 'pai espiritual' do movimento por seus ideais ultraliberais.
Os ultraliberais como Paul são conservadores que defendem as liberdades individuais e um estado com poucas competências que não se intrometa na vida dos cidadãos.
O Tea Party elegeu o legislador no fim de fevereiro em uma convenção em Phoenix (Arizona) como favorito para a corrida pela Casa Branca e as últimas pesquisas apontam vitória em Iowa.
Na ponta dessas enquetes figura o ex-senador pela Pensilvânia Rick Santorum, com perfil muito alinhado com o Tea Party: católico fervoroso, contrário ao aborto e ao casamento gay e, por sua vez, partidário de reduzir os programas de assistência social.
Os demais candidatos não estão tão abertamente alinhados com o movimento, conscientes de que isso pode afastá-los dos republicanos menos conservadores.
O estilo agressivo e a vinculação dos democratas com o socialismo são as armas usadas pelo ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich para atrair às bases republicanas ultraconservadoras.
Outro exemplo é o governador do Texas, Rick Perry, que critica a presença de homossexuais nas Forças Armadas e quer suprimir a reforma sanitária que aprovou o Governo de Obama.
Perry, no entanto, aprovou no Texas uma lei para que os hispânicos recebam ajudas para chegar à universidade embora não tenham regularizado sua situação, algo que choca com as linhas do Tea Party sobre imigração, que passam pela rejeição a uma anistia, penalizar os ilegais e o maior controle das fronteiras.
Enquanto isso, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney está tentando encontrar apoio com as elites defensoras do livre mercado, segundo os analistas, mas muitos o consideram 'moderado' demais.
Romney é, além disso, incentivador de uma reforma da saúde em Massachusetts que seus críticos comparam com a aprovada por Obama.
O Tea Party baseia seu nome no motim de 1773 em Boston no qual os colonos independentistas atiraram carregamentos de chá ao mar para protestar pelos impostos do império britânico.
O movimento começou a tomar força em 2009 por iniciativa de núcleos de eleitores jovens preocupados pela economia, defensores de um ferrenho controle do gasto público, pouca presença do estado e impostos baixos, em um contexto de crise e de um índice de desemprego próximo a 10%. A isso é preciso somar a defesa dos valores conservadores tradicionais.
As eleições legislativas de novembro de 2010 já confirmaram a influência do Tea Party na vida política do país, com o triunfo de seus candidatos ao Senado Rand Paul (Kentucky), Marco Rubio (Flórida) e Kelly Ayotte (New Hampshire).
A polarização vivida em 2011 no Congresso, que chegou a pôr em risco em agosto um acordo sobre o teto da dívida americana, foi consequência em parte de uma radicalização das posturas republicanas fomentada pelo Tea Party.
Washington - A corrente ultraconservadora Tea Party é a grande protagonista na sombra do processo de primárias republicanas nos Estados Unidos , embora presume-se careça de líderes e não concorra como tal às eleições.
Na próxima terça-feira ocorrerão as primeiras caucus (assembléias primárias) em Iowa, um estado do meio oeste tradicionalmente muito conservador e a priori representativo da influência que pode ter o Tea Party na eleição do candidato republicano que enfrentará o presidente Barack Obama no pleito de novembro de 2012.
Com uma de suas estrelas, a ex-governadora do Alasca Sarah Palin, fora da disputa eleitoral, o Tea Party se vê em parte refletido em Michelle Bachmann, congressista por Minnesota, a única mulher na disputa, mas com poucas opções de ganhar em Iowa, como apontam as pesquisas.
Seu conservadorismo social, um cristianismo fervoroso e duras críticas contra a carga fiscal, combinados com uma retórica populista em favor de um Governo com menos competências possíveis, sintonizam com as bases do movimento situado à direita do Partido Republicano.
Também é visto com bons olhos pelo Tea Party o veterano congressista texano Ron Paul, considerado de fato o 'pai espiritual' do movimento por seus ideais ultraliberais.
Os ultraliberais como Paul são conservadores que defendem as liberdades individuais e um estado com poucas competências que não se intrometa na vida dos cidadãos.
O Tea Party elegeu o legislador no fim de fevereiro em uma convenção em Phoenix (Arizona) como favorito para a corrida pela Casa Branca e as últimas pesquisas apontam vitória em Iowa.
Na ponta dessas enquetes figura o ex-senador pela Pensilvânia Rick Santorum, com perfil muito alinhado com o Tea Party: católico fervoroso, contrário ao aborto e ao casamento gay e, por sua vez, partidário de reduzir os programas de assistência social.
Os demais candidatos não estão tão abertamente alinhados com o movimento, conscientes de que isso pode afastá-los dos republicanos menos conservadores.
O estilo agressivo e a vinculação dos democratas com o socialismo são as armas usadas pelo ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich para atrair às bases republicanas ultraconservadoras.
Outro exemplo é o governador do Texas, Rick Perry, que critica a presença de homossexuais nas Forças Armadas e quer suprimir a reforma sanitária que aprovou o Governo de Obama.
Perry, no entanto, aprovou no Texas uma lei para que os hispânicos recebam ajudas para chegar à universidade embora não tenham regularizado sua situação, algo que choca com as linhas do Tea Party sobre imigração, que passam pela rejeição a uma anistia, penalizar os ilegais e o maior controle das fronteiras.
Enquanto isso, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney está tentando encontrar apoio com as elites defensoras do livre mercado, segundo os analistas, mas muitos o consideram 'moderado' demais.
Romney é, além disso, incentivador de uma reforma da saúde em Massachusetts que seus críticos comparam com a aprovada por Obama.
O Tea Party baseia seu nome no motim de 1773 em Boston no qual os colonos independentistas atiraram carregamentos de chá ao mar para protestar pelos impostos do império britânico.
O movimento começou a tomar força em 2009 por iniciativa de núcleos de eleitores jovens preocupados pela economia, defensores de um ferrenho controle do gasto público, pouca presença do estado e impostos baixos, em um contexto de crise e de um índice de desemprego próximo a 10%. A isso é preciso somar a defesa dos valores conservadores tradicionais.
As eleições legislativas de novembro de 2010 já confirmaram a influência do Tea Party na vida política do país, com o triunfo de seus candidatos ao Senado Rand Paul (Kentucky), Marco Rubio (Flórida) e Kelly Ayotte (New Hampshire).
A polarização vivida em 2011 no Congresso, que chegou a pôr em risco em agosto um acordo sobre o teto da dívida americana, foi consequência em parte de uma radicalização das posturas republicanas fomentada pelo Tea Party.