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Filipinas reconhecem falhas e prometem ações de emergência

Governo filipino reconheceu que foi superado pelo desastre e garantiu a chegada de provisões em massa nas próximas horas

Menino no colo do pai tenta se proteger da chuva enquanto aguarda resgate nas Filipinas: governo admitiu o "pesadelo logístico" que se tornou a gestão do desastre (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 12h51.

Manila - O governo filipino se defendeu nesta quinta-feira das críticas recebidas pela lentidão com que está levando ajuda humanitária às vítimas do tufão Haiyan e, após reconhecer que foi superado pelo desastre, garantiu a chegada de provisões em massa nas próximas horas.

O Executivo, que ontem admitiu o "pesadelo logístico" que se tornou a gestão do desastre, conseguiu restabelecer a maioria de comunicações via estrada e pelo mar, e aumentar a capacidade de transporte por via aérea, feito através dos aeroportos de Cebu e Guiuan.

"Estamos em condições de garantir que a distribuição (de ajuda) alcance todos os municípios de Leyte", disse o secretário do Escritório de Comunicações da Presidência, Herminio Coloma.

"O sistema está claro. O que acontece é que as necessidades são enormes. Devido à força do tufão, as precauções, embora fossem massivas, não serviram de nada", disse o secretário do Interior, Manuel "Mar" Roxas, à "Radyo Inquirer".

"O importante é que esses trabalhos de resgate estão organizados e pouco a pouco estamos conseguindo enviar a ajuda a nossa gente", acrescentou Roxas.

Várias estradas continuam bloqueadas e o abastecimento elétrico até agora não se restabeleceu em zonas de Leyte e Samar, as mais afetadas, o que desacelerou o envio dos materiais de ajuda enviados pela comunidade internacional.

O porta-voz das Forças Armadas filipinas, Jim Alago, assegurou que "temos material suficient " e que uma vez estabelecida a situação nos aeroportos de Guiuan e Tacloban "poderemos nos dirigir às ilhas e regiões mais remotas".

O subsecretário do Conselho para a Gestão e Redução de Desastres, Eduardo Del Rosario, disse que as autoridades iniciaram a distribuição em massa de material através de agências nacionais devido ao colapso dos governos locais, enfraquecidos pelas perdas de materiais e de mão de obra.


"O governo está fazendo tudo que pode", disse Del Rosario em entrevista à televisão e em resposta às críticas da imprensa local à "desorganização" e à "lentidão" do Executivo no socorro aos desabrigados.

O secretário de Defesa das Filipinas, Voltaire Gazmin, chamou de "injustas" as críticas e respondeu ao canal "ANC" que "os materiais de ajuda chegaram no sábado, imediatamente depois do tufão. Isso parece lento para você?".

A chefe de ajuda humanitária da ONU , Valerie Amos, também admitiu dificuldades e lentidão em sua resposta a uma emergência na qual "há até áreas às quais não conseguimos chegar, onde as pessoas estão desesperadamente necessitadas".

Valerie, que ontem visitou a região de Tacloban, expressou sua frustração porque grande parte das provisões está parada em Manila.

"Espero que nas próximas 48 horas isso mude de forma significativa. Sinto que falhamos para muita gente", disse a funcionária da ONU à imprensa após voltar à capital.

O organismo internacional, no entanto, saiu em defesa do governo filipino e através do porta-voz da secretária-geral, Martin Nesirky, assegurou que "as autoridades filipinas fizeram um grande trabalho em circunstâncias extremamente difíceis".

A chegada a Leyte do porta-aviões americano George Washington, carregado com material de ajuda humanitária e 5 mil fuzileiros navais para auxiliar nas ações de distribuição de provisões e de segurança na região, contribuiu para levantar a moral de Manila.

O navio chegou escoltado pelos destróieres USS Lassen e USS Mustin e conta com 80 aeronaves para distribuir alimentos, água e remédios nas áreas mais remotas da ilha, onde a ajuda internacional quase não chegou.


Antes da ancoragem, a equipe da marinha americana descarregou na região milhares de sacas de arroz e outros alimentos desde vários helicópteros Blackhawk que partiram do porta-aviões.

Enquanto isso, o Conselho para a Gestão e Redução de Desastres continuou a lenta apuração de mortos, elevando o número oficial a 2.357, o que situa o tufão como o terceiro desastre natural mais mortal da história do país.

As autoridades preveem que a apuração aumente e não descartam que o número de mortos se aproxime do da ONU, que estimou cerca de 10 mil vítimas.

"Ainda há muitas cidades que não nos enviaram relatórios completos. E das 40 de Leyte só conseguimos nos comunicar com 20", disse Manuel Roxas.

O Conselho acrescentou que há 77 desaparecidos e 3.853 feridos, muitos dos quais requerem atendimento médico urgente, segundo a Organização Mundial da Saúde.

O organismo internacional alertou que as condições em que os sobreviventes estavam sem alojamento facilitam a propagação de doenças e que as necessidades de saúde básicas ainda não estão garantidas em uma zona onde espera-se que nasçam 12 mil bebês neste mês.

Cerca de 8 milhões de pessoas, de mais de 8 mil cidades, foram desabrigadas pelo tufão, das quais cerca de 360 mil estão em mais de mil abrigos.

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Manila - O governo filipino se defendeu nesta quinta-feira das críticas recebidas pela lentidão com que está levando ajuda humanitária às vítimas do tufão Haiyan e, após reconhecer que foi superado pelo desastre, garantiu a chegada de provisões em massa nas próximas horas.

O Executivo, que ontem admitiu o "pesadelo logístico" que se tornou a gestão do desastre, conseguiu restabelecer a maioria de comunicações via estrada e pelo mar, e aumentar a capacidade de transporte por via aérea, feito através dos aeroportos de Cebu e Guiuan.

"Estamos em condições de garantir que a distribuição (de ajuda) alcance todos os municípios de Leyte", disse o secretário do Escritório de Comunicações da Presidência, Herminio Coloma.

"O sistema está claro. O que acontece é que as necessidades são enormes. Devido à força do tufão, as precauções, embora fossem massivas, não serviram de nada", disse o secretário do Interior, Manuel "Mar" Roxas, à "Radyo Inquirer".

"O importante é que esses trabalhos de resgate estão organizados e pouco a pouco estamos conseguindo enviar a ajuda a nossa gente", acrescentou Roxas.

Várias estradas continuam bloqueadas e o abastecimento elétrico até agora não se restabeleceu em zonas de Leyte e Samar, as mais afetadas, o que desacelerou o envio dos materiais de ajuda enviados pela comunidade internacional.

O porta-voz das Forças Armadas filipinas, Jim Alago, assegurou que "temos material suficient " e que uma vez estabelecida a situação nos aeroportos de Guiuan e Tacloban "poderemos nos dirigir às ilhas e regiões mais remotas".

O subsecretário do Conselho para a Gestão e Redução de Desastres, Eduardo Del Rosario, disse que as autoridades iniciaram a distribuição em massa de material através de agências nacionais devido ao colapso dos governos locais, enfraquecidos pelas perdas de materiais e de mão de obra.


"O governo está fazendo tudo que pode", disse Del Rosario em entrevista à televisão e em resposta às críticas da imprensa local à "desorganização" e à "lentidão" do Executivo no socorro aos desabrigados.

O secretário de Defesa das Filipinas, Voltaire Gazmin, chamou de "injustas" as críticas e respondeu ao canal "ANC" que "os materiais de ajuda chegaram no sábado, imediatamente depois do tufão. Isso parece lento para você?".

A chefe de ajuda humanitária da ONU , Valerie Amos, também admitiu dificuldades e lentidão em sua resposta a uma emergência na qual "há até áreas às quais não conseguimos chegar, onde as pessoas estão desesperadamente necessitadas".

Valerie, que ontem visitou a região de Tacloban, expressou sua frustração porque grande parte das provisões está parada em Manila.

"Espero que nas próximas 48 horas isso mude de forma significativa. Sinto que falhamos para muita gente", disse a funcionária da ONU à imprensa após voltar à capital.

O organismo internacional, no entanto, saiu em defesa do governo filipino e através do porta-voz da secretária-geral, Martin Nesirky, assegurou que "as autoridades filipinas fizeram um grande trabalho em circunstâncias extremamente difíceis".

A chegada a Leyte do porta-aviões americano George Washington, carregado com material de ajuda humanitária e 5 mil fuzileiros navais para auxiliar nas ações de distribuição de provisões e de segurança na região, contribuiu para levantar a moral de Manila.

O navio chegou escoltado pelos destróieres USS Lassen e USS Mustin e conta com 80 aeronaves para distribuir alimentos, água e remédios nas áreas mais remotas da ilha, onde a ajuda internacional quase não chegou.


Antes da ancoragem, a equipe da marinha americana descarregou na região milhares de sacas de arroz e outros alimentos desde vários helicópteros Blackhawk que partiram do porta-aviões.

Enquanto isso, o Conselho para a Gestão e Redução de Desastres continuou a lenta apuração de mortos, elevando o número oficial a 2.357, o que situa o tufão como o terceiro desastre natural mais mortal da história do país.

As autoridades preveem que a apuração aumente e não descartam que o número de mortos se aproxime do da ONU, que estimou cerca de 10 mil vítimas.

"Ainda há muitas cidades que não nos enviaram relatórios completos. E das 40 de Leyte só conseguimos nos comunicar com 20", disse Manuel Roxas.

O Conselho acrescentou que há 77 desaparecidos e 3.853 feridos, muitos dos quais requerem atendimento médico urgente, segundo a Organização Mundial da Saúde.

O organismo internacional alertou que as condições em que os sobreviventes estavam sem alojamento facilitam a propagação de doenças e que as necessidades de saúde básicas ainda não estão garantidas em uma zona onde espera-se que nasçam 12 mil bebês neste mês.

Cerca de 8 milhões de pessoas, de mais de 8 mil cidades, foram desabrigadas pelo tufão, das quais cerca de 360 mil estão em mais de mil abrigos.

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