Favorito nas eleições está há décadas no comando do Camboja
Se ganhar, Hun Sen, de 61 anos, se aproximaria de seu propósito anunciado em maio de ficar à frente do governo por pelo menos mais uma década
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2013 às 12h22.
Phnom Penh - O primeiro-ministro do Camboja , Hun Sen, é o maior favorito para vencer as eleições gerais do país, que acontecem amanhã, e prolongar por mais cinco anos o cargo que ocupa há três décadas.
Se ganhar, Hun Sen, de 61 anos, se aproximaria de seu propósito anunciado em maio de ficar à frente do governo por pelo menos mais uma década, revendo uma declaração anterior em que dizia estar disposto a governar até os 90 anos.
A seu favor está o controle do Estado, da Justiça, das forças de segurança e dos meios de comunicação pelo Partido Popular Comunista do Camboja (PPC), pelo qual venceu de maneira arrasadora, com mais de dois terços do total de votos, a última eleição, em 2008.
Sua oratória e a empatia com grande parte da população, sobretudo a das zonas rurais, têm parte na consolidação da paz no país após décadas de guerra civil e pela melhora da economia, que sob seu mandato cresce acima de 7% desde 1998.
O desenvolvimento econômico tem como empecilho a flagrante corrupção que atinge todos os setores do Estado e que, segundo a organização Global Witness, é do conhecimento do primeiro-ministro, que em mais de uma ocasião ordenou a seu clã para não utilizar seu nome para crescer suas fortunas.
Nascido em 1952, Hun Sen abandonou os estudos em um templo budista aos 18 anos para, como muitos jovens de sua época, se juntar ao Khmer Vermelho de Pol Pot após o chamado do rei Norodom Sihanouk, recém deposto em um golpe liderado pelo general Lon Nol.
O primeiro-ministro perdeu o olho esquerdo durante a guerra na véspera da tomada de Phnom Penh em 1975, e pouco depois recebeu o posto de comandante de um batalhão na zona leste do país.
Em 1977, os expurgos políticos levaram Hun Sen e vários membros de seu batalhão a se virar contra Pol Pot e fugir para o Vietnã, onde um ano mais tarde se uniu à Frente Cambojana Unida para a Salvação Nacional que, com o apoio do Exército vietnamita, derrubou o Khmer Vermelho em 7 de janeiro de 1979.
Seu primeiro cargo no governo foi o de ministro das Relações Exteriores no primeiro Executivo depois da queda de Pol Pot. Em 14 de janeiro de 1985, com apenas 33 anos, chegou à chefia do governo com o então comunista Partido Revolucionário do Povo do Kampuchea (PRPK), semente do PPC.
Apaixonado por golfe - a ponto de incluir em seu site oficial estatísticas de jogo, campos nos quais jogou e seus tacos preferidos, Hun Sen se consolidou como homem forte do Camboja à base de autoritarismo, clientelismo e astúcia política.
Sua chegada ao poder pacificou grande parte do país. Ele conseguiu que o Vietnã recuasse seu Exército do Camboja e apostou pelas negociações de paz desejadas pela ONU e que tiveram como consequência os acordos de paz de Paris, em 1991.
Nas primeiras eleições democrática do país, em 1993, Hun Sen perdeu por pouco para o príncipe Norodom Ranaridh, candidato do partido monárquico FUNCINPEC, fundado por Sihanouk uma década antes.
Em vez de aceitar a derrota, o atual primeiro-ministro ameaçou recomeçar a guerra civil e forçou uma coalizão de governo compartilhando a chefia do Executivo com Ranaridh e também ministérios estratégicos.
A associação com o governo terminou em 1997 quando Hun Sen provocou enfrentamentos entre tropas leais aos primeiro-ministros que causaram dezenas de mortos, cerca de 40 deles oficiais do FUNCINPEC.
Pressionado pela comunidade internacional, convocou eleições para o ano seguinte e ganhou, mas não com as cadeiras suficientes para governar sozinho e teve que voltar a formar aliança com o FUNCINPEC, o segundo partido mais votado.
Em 1998, Pol Pot morreu na selva, o que acabou definitivamente com o Khmer Vermelho, e permitiu ao Camboja ingressar na Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
A mesma coalizão com os monárquicos foi necessária depois das eleições de 2003 até que o PPC alcançasse hegemonia na Assembleia Nacional nas eleições de 2008, quando conseguiu 90 das 123 cadeiras, quando, pela primeira vez, pôde governar sozinho.
Este é o mesmo objetivo de Hun Sen nas eleições de amanhã, 28 de julho. Seu filho e herdeiro político, Hun Many, e outros 13 filhos de altos cargos do governo, disputam cadeiras no legislativo, o que é visto por alguns analistas como o primeiro passo do 'homem forte' do Camboja no preparo de sua sucessão.
Phnom Penh - O primeiro-ministro do Camboja , Hun Sen, é o maior favorito para vencer as eleições gerais do país, que acontecem amanhã, e prolongar por mais cinco anos o cargo que ocupa há três décadas.
Se ganhar, Hun Sen, de 61 anos, se aproximaria de seu propósito anunciado em maio de ficar à frente do governo por pelo menos mais uma década, revendo uma declaração anterior em que dizia estar disposto a governar até os 90 anos.
A seu favor está o controle do Estado, da Justiça, das forças de segurança e dos meios de comunicação pelo Partido Popular Comunista do Camboja (PPC), pelo qual venceu de maneira arrasadora, com mais de dois terços do total de votos, a última eleição, em 2008.
Sua oratória e a empatia com grande parte da população, sobretudo a das zonas rurais, têm parte na consolidação da paz no país após décadas de guerra civil e pela melhora da economia, que sob seu mandato cresce acima de 7% desde 1998.
O desenvolvimento econômico tem como empecilho a flagrante corrupção que atinge todos os setores do Estado e que, segundo a organização Global Witness, é do conhecimento do primeiro-ministro, que em mais de uma ocasião ordenou a seu clã para não utilizar seu nome para crescer suas fortunas.
Nascido em 1952, Hun Sen abandonou os estudos em um templo budista aos 18 anos para, como muitos jovens de sua época, se juntar ao Khmer Vermelho de Pol Pot após o chamado do rei Norodom Sihanouk, recém deposto em um golpe liderado pelo general Lon Nol.
O primeiro-ministro perdeu o olho esquerdo durante a guerra na véspera da tomada de Phnom Penh em 1975, e pouco depois recebeu o posto de comandante de um batalhão na zona leste do país.
Em 1977, os expurgos políticos levaram Hun Sen e vários membros de seu batalhão a se virar contra Pol Pot e fugir para o Vietnã, onde um ano mais tarde se uniu à Frente Cambojana Unida para a Salvação Nacional que, com o apoio do Exército vietnamita, derrubou o Khmer Vermelho em 7 de janeiro de 1979.
Seu primeiro cargo no governo foi o de ministro das Relações Exteriores no primeiro Executivo depois da queda de Pol Pot. Em 14 de janeiro de 1985, com apenas 33 anos, chegou à chefia do governo com o então comunista Partido Revolucionário do Povo do Kampuchea (PRPK), semente do PPC.
Apaixonado por golfe - a ponto de incluir em seu site oficial estatísticas de jogo, campos nos quais jogou e seus tacos preferidos, Hun Sen se consolidou como homem forte do Camboja à base de autoritarismo, clientelismo e astúcia política.
Sua chegada ao poder pacificou grande parte do país. Ele conseguiu que o Vietnã recuasse seu Exército do Camboja e apostou pelas negociações de paz desejadas pela ONU e que tiveram como consequência os acordos de paz de Paris, em 1991.
Nas primeiras eleições democrática do país, em 1993, Hun Sen perdeu por pouco para o príncipe Norodom Ranaridh, candidato do partido monárquico FUNCINPEC, fundado por Sihanouk uma década antes.
Em vez de aceitar a derrota, o atual primeiro-ministro ameaçou recomeçar a guerra civil e forçou uma coalizão de governo compartilhando a chefia do Executivo com Ranaridh e também ministérios estratégicos.
A associação com o governo terminou em 1997 quando Hun Sen provocou enfrentamentos entre tropas leais aos primeiro-ministros que causaram dezenas de mortos, cerca de 40 deles oficiais do FUNCINPEC.
Pressionado pela comunidade internacional, convocou eleições para o ano seguinte e ganhou, mas não com as cadeiras suficientes para governar sozinho e teve que voltar a formar aliança com o FUNCINPEC, o segundo partido mais votado.
Em 1998, Pol Pot morreu na selva, o que acabou definitivamente com o Khmer Vermelho, e permitiu ao Camboja ingressar na Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
A mesma coalizão com os monárquicos foi necessária depois das eleições de 2003 até que o PPC alcançasse hegemonia na Assembleia Nacional nas eleições de 2008, quando conseguiu 90 das 123 cadeiras, quando, pela primeira vez, pôde governar sozinho.
Este é o mesmo objetivo de Hun Sen nas eleições de amanhã, 28 de julho. Seu filho e herdeiro político, Hun Many, e outros 13 filhos de altos cargos do governo, disputam cadeiras no legislativo, o que é visto por alguns analistas como o primeiro passo do 'homem forte' do Camboja no preparo de sua sucessão.