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Famílias relembram um ano de naufrágio do Costa Concordia

Famílias de vítimas jogaram flores no mar perto de onde o navio está encalhado

Parentes de vítimas em ferry que as levou ao local onde navio Costa Concordia está encalhado, na Ilha de Giglio, na Itália (REUTERS/Tony Gentile)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2013 às 11h22.

As famílias de vítimas do naufrágio do Concordia jogaram flores no mar perto de onde o navio está encalhado, neste domingo na ilha de Giglio, onde várias cerimônias repletas de emoção lembraram durante todo o dia um ano da tragédia de 13 de janeiro de 2012.

"Estou aqui para homenagear minha irmã. É muito difícil para nós. É algo que nos acompanhará por toda a vida", disse à AFP Madelein Soria, uma peruana de 25 anos. A irmã de Soria fazia parte da tripulação do navio.

Por volta das 09h30 (08h30) um ferry levou as famílias das vítimas para o local onde o navio se chocou contra uma rocha. Elas jogaram coroas de flores no mar.

A bordo também havia vários homens da Defesa Civil e bombeiros com seus uniformes de trabalho. Entre eles estava Gregorio de Falco, chefe da Capitania do porto de Livorno, considerado um herói por ter ordenado que o capitão do Concordia, Francesco Schettino, voltasse a bordo do transatlântico que este havia abandonado.

"Não quero falar do meu papel no naufrágio. O que eu quero é ficar ao lado de todas as famílias das vítimas e de todos aqueles que sofreram", disse.

Pouco antes, uma grua em um rebocador reposicionou a rocha em seu lugar de origem, em um gesto simbólico para "colocar as coisas no lugar, não para esquecer", mas "porque é preciso ir adiante", segundo o prefeito Sergio Ortelli.

"É muito importante termos um dia de memória e lembrança", disse.

Dezenas de pessoas resgatadas também viajaram à ilha para a homenagem.

"Viemos porque queríamos expressar o nosso reconhecimento, porque conseguimos sobreviver", disse à AFP Ronald Dots, um chileno que vive na Espanha, ao lado de sua esposa Viviana e de seu filho de 15 anos.

"Foi uma noite de muita dor, tivemos que ir a psicólogos, no início choramos muito. Quando ouço uma canção italiana, eu volto à noite do naufrágio. Olhar o mar me dá medo", explica.


O francês Jacques Masson, foi à ilha "em solidariedade aos familiares das vítimas, principalmente os de Mylène e Mickael (nr, jovem casal do subúrbio de Paris)", que são seus amigos.

"Acredito que precisamos nos manter juntos, vivemos uma catástrofe enorme", considerou a francesa Danièle Dubuc, que não conseguiu conter as lágrimas. Ela disse que adorava dançar nas viagens com seu marido e que hoje eles têm "medo de multidão".

"A tragédia nos tirou a vontade de dançar", disse.

O Concordia partiu do porto italiano de Civitavecchia para um cruzeiro pelo Mediterrâneo com mais de 3.200 turistas de 60 nacionalidades e com mais de mil membros da tripulação provenientes de 40 países.

O acidente aconteceu algumas horas depois da partida e deixou 30 mortos identificados. Os corpos de um membro indiano da tripulação e de uma passageira italiana não foram encontrados.

No final da manhã, uma missa também foi celebrada na pequena igreja, com a presença do ministro do Meio Ambiente, Corrado Clini, e do procurador de Grosseto que dirige a investigação sobre o naufrágio. O padre Lorenzo Pasquotti depositou perto do altar alguns objetos deixados pelos náufragos na noite em que abriu as portas de sua igreja para as vítimas.

À tarde, uma placa de bronze com os nomes das vítimas será colocada em um muro do Molo Rosso, caracterizado por um farol vermelho em sua entrada. Uma outra lembrará a solidariedade dos moradores de Giglio.

O grupo Costa, proprietário do Concordia, organizou cerimônias ou minutos de silêncio em todas as suas embarcações, em sua sede italiana de Gênova e na igreja de La Madeleine, em Paris.

No momento do naufrágio, às 20h45 GMT (18h45 de Brasília), após um minuto de silêncio, as sirenes de todos os barcos presentes soarão no porto. Depois disso, 32 lanternas serão colocadas no mar.

As operações realizadas pelo consórcio Titan/Micoperi para preparar a retirada do navio não foram interrompidas.

Mas "também vamos respeitar um minuto de silêncio", disse o responsável pela recuperação do navio pela Titan, Nick Sloane: "Todos os nossos pensamentos vão paras as pessoas afetadas" pela tragédia.

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As famílias de vítimas do naufrágio do Concordia jogaram flores no mar perto de onde o navio está encalhado, neste domingo na ilha de Giglio, onde várias cerimônias repletas de emoção lembraram durante todo o dia um ano da tragédia de 13 de janeiro de 2012.

"Estou aqui para homenagear minha irmã. É muito difícil para nós. É algo que nos acompanhará por toda a vida", disse à AFP Madelein Soria, uma peruana de 25 anos. A irmã de Soria fazia parte da tripulação do navio.

Por volta das 09h30 (08h30) um ferry levou as famílias das vítimas para o local onde o navio se chocou contra uma rocha. Elas jogaram coroas de flores no mar.

A bordo também havia vários homens da Defesa Civil e bombeiros com seus uniformes de trabalho. Entre eles estava Gregorio de Falco, chefe da Capitania do porto de Livorno, considerado um herói por ter ordenado que o capitão do Concordia, Francesco Schettino, voltasse a bordo do transatlântico que este havia abandonado.

"Não quero falar do meu papel no naufrágio. O que eu quero é ficar ao lado de todas as famílias das vítimas e de todos aqueles que sofreram", disse.

Pouco antes, uma grua em um rebocador reposicionou a rocha em seu lugar de origem, em um gesto simbólico para "colocar as coisas no lugar, não para esquecer", mas "porque é preciso ir adiante", segundo o prefeito Sergio Ortelli.

"É muito importante termos um dia de memória e lembrança", disse.

Dezenas de pessoas resgatadas também viajaram à ilha para a homenagem.

"Viemos porque queríamos expressar o nosso reconhecimento, porque conseguimos sobreviver", disse à AFP Ronald Dots, um chileno que vive na Espanha, ao lado de sua esposa Viviana e de seu filho de 15 anos.

"Foi uma noite de muita dor, tivemos que ir a psicólogos, no início choramos muito. Quando ouço uma canção italiana, eu volto à noite do naufrágio. Olhar o mar me dá medo", explica.


O francês Jacques Masson, foi à ilha "em solidariedade aos familiares das vítimas, principalmente os de Mylène e Mickael (nr, jovem casal do subúrbio de Paris)", que são seus amigos.

"Acredito que precisamos nos manter juntos, vivemos uma catástrofe enorme", considerou a francesa Danièle Dubuc, que não conseguiu conter as lágrimas. Ela disse que adorava dançar nas viagens com seu marido e que hoje eles têm "medo de multidão".

"A tragédia nos tirou a vontade de dançar", disse.

O Concordia partiu do porto italiano de Civitavecchia para um cruzeiro pelo Mediterrâneo com mais de 3.200 turistas de 60 nacionalidades e com mais de mil membros da tripulação provenientes de 40 países.

O acidente aconteceu algumas horas depois da partida e deixou 30 mortos identificados. Os corpos de um membro indiano da tripulação e de uma passageira italiana não foram encontrados.

No final da manhã, uma missa também foi celebrada na pequena igreja, com a presença do ministro do Meio Ambiente, Corrado Clini, e do procurador de Grosseto que dirige a investigação sobre o naufrágio. O padre Lorenzo Pasquotti depositou perto do altar alguns objetos deixados pelos náufragos na noite em que abriu as portas de sua igreja para as vítimas.

À tarde, uma placa de bronze com os nomes das vítimas será colocada em um muro do Molo Rosso, caracterizado por um farol vermelho em sua entrada. Uma outra lembrará a solidariedade dos moradores de Giglio.

O grupo Costa, proprietário do Concordia, organizou cerimônias ou minutos de silêncio em todas as suas embarcações, em sua sede italiana de Gênova e na igreja de La Madeleine, em Paris.

No momento do naufrágio, às 20h45 GMT (18h45 de Brasília), após um minuto de silêncio, as sirenes de todos os barcos presentes soarão no porto. Depois disso, 32 lanternas serão colocadas no mar.

As operações realizadas pelo consórcio Titan/Micoperi para preparar a retirada do navio não foram interrompidas.

Mas "também vamos respeitar um minuto de silêncio", disse o responsável pela recuperação do navio pela Titan, Nick Sloane: "Todos os nossos pensamentos vão paras as pessoas afetadas" pela tragédia.

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