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EXCLUSIVO: Kamala tem 48% e Trump soma 46% em Michigan, mostra pesquisa EXAME/Ideia

Estado é um dos sete lugares decisivos para a eleição de 2024

Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 06h01.

A vice-presidente Kamala Harris soma 48% das intenções de voto em Michigan, um dos estados decisivos para a eleição presidencial dos Estados Unidos, e o ex-presidente Donald Trump tem 46%, mostra pesquisa EXAME/Ideia. A situação entre os dois é de empate técnico.

O estudo ouviu 1.003 americanos no estado, pelo telefone, durante os dias 29 e 30 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais.

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Michigan tem 15 dos 538 delegados no Colégio Eleitoral, que decide a eleição presidencial. Desde 2008, todos os candidatos que venceram ali conquistaram também a Presidência do país.

Kamala lidera as intenções de voto entre as mulheres, com 51%, e Trump é favorito entre os homens, com 49%. A democrata tem ainda vantagem entre os eleitores independentes (49% a preferem, ante 45% para ele) e entre eleitores com grau universitário (67%).

O republicano vai melhor entre os eleitores com mais de 65 anos (51%) e entre o público sem nível universitário (61%).

O Ideia perguntou ainda quem os eleitores de Michigan acham que deve vencer a disputa. A maioria, 55%, diz que Kamala deverá ser a vencedora no estado, e 50% dizem crer que ela conquistará a Casa Branca.

Do outro lado, 41% veem Trump como favorito para ganhar no estado e 45% dizem esperar uma vitória nacional do republicano.

No recorte partidário, 80% dos republicanos esperam uma vitória nacional de Trump e 72% dos democratas dizem confiar que Kamala vença. Entre os independentes, 50% dizem esperar uma conquista da democrata, e 45% afirmam que Trump vencerá.

Disputa pelo Senado

A pesquisa avaliou ainda as intenções de voto ao Senado. A democrata Elissa Slotkin tem 49% de preferência, ante 46% do republicano Mike Rogers.

Slotkin tem maior vantagem entre os negros (75%) e latinos (51%). Rogers vai melhor entre os eleitores brancos (56%) e com renda acima de US$ 100 mil dólares anuais (50%, contra 44% da rival).

O Senado tem atualmente maioria democrata, com 51 senadores (incluindo três independentes) e 49 republicanos. Assim, apenas uma ou duas disputas poderão mudar o controle da Casa.

A vaga em disputa em Michigan está atualmente sob controle democrata. A senadora Debbie Stabenow decidiu não disputar um quinto mandato.

Por que Michigan importa

No sistema eleitoral americano, a votação é indireta. Assim, o voto popular não escolhe o novo presidente, mas sim o Colégio Eleitora l. O candidato que vence em um estado conquista todos os votos dos delegados daquele estado no Colégio Eleitoral (a regra vale em 48 dos 50 estados). Assim, a disputa presidencial é feita estado a estado. Michigan é responsável por 15 das 538 cadeiras em jogo.

Na maioria dos 50 estados, as pesquisas já indicam um vencedor claro. No entanto, em sete deles, chamados de estados decisivos (Swing States, em inglês), a disputa está em aberto, e será preciso vencer ali para conquistar a Presidência. Michigan é um deles.

O estado tem alternado a preferência política nas eleições presidenciais desde os anos 1930. Nos anos 1960, houve três vitórias democratas. De 1972 a 1988, cinco vitórias republicanas em sequência. Depois, seis conquistas democratas, de 1992 (com Bill Clinton) a 2012 (com Barack Obama). Em 2016, Donald Trump ganhou ali e, em 2020, Joe Biden venceu.

A importância de Michigan para a disputa deste ano fez com que os dois candidatos fizessem várias visitas ao estado, nas quais defenderam medidas para tentar estimular a indústria. Michigan enriqueceu com o setor de fábricas, especialmente de automóveis. O setor, no entanto, perdeu força nas últimas décadas, conforme as empresas se mudaram de lá, para reduzir custos.

Durante um comício em Detroit, em outubro, Trump anunciou propostas como a de dar desconto em impostos para quem comprar veículos: o gasto com juros de financiamentos poderia ser deduzido, desde que sejam produzidos nos EUA. O republicano também promete aumentar tarifas de importação, para que as empresas voltem a produzir nos EUA.

Ao visitar Flint, em Michigan, também em outubro, Kamala falou sobre o setor automotivo. Ela acusou o rival de fazer promessas vazias e se comprometeu a estimular a vinda de indústrias de carros elétricos aos EUA, como forma de gerar empregos.

Kamala Harris e Donald Trump em campanha

Pesquisas exclusivas da EXAME

A EXAME e o Instituto Ideia divulgam nesta semana uma série de pesquisas exclusivas sobre as eleições nos Estados Unidos, nos sete estados-chave que vão decidir a disputa.

Veja a seguir o calendário de divulgação dos próximos estados

Segunda-feira (28/10) - Nevada
Terça-feira (29/10) - Arizona

Quarta-feira (30/10)  - Geórgia
Quinta-feira (31/10) - Carolina do Norte
Sexta-feira (1/11) - Michigan
Sábado (2/11) - Wisconsin
Domingo (3/11) - Pensilvânia

A EXAME faz uma cobertura extensa das eleições americanas desde janeiro, quando foi lançado o programa O Caminho para a Casa Branca, disponível no YouTube e no Spotify. A equipe da EXAME também esteve presente nas convenções dos partidos, em julho e agosto, e fez reportagens em estados-chave para a disputa, como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.

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