Exame Política: a transição de governo e o futuro republicano pós-eleição
Mesmo com vitória democrata nos EUA, especialista analisa que ambos os partidos têm desafios pela frente. Ouça no podcast EXAME Política
Fabiane Stefano
Publicado em 10 de novembro de 2020 às 12h11.
Última atualização em 10 de novembro de 2020 às 12h43.
Joe Biden foi eleito o próximo presidente dos EUA e, após quatro anos de Donald Trump, a Casa Branca volta ao controle dos democratas. Mas não antes dos dois últimos meses do mandato do republicano , que segue firme na judicialização da eleição e não promete uma transição pacífica e dentro dos protocolos como aconteceu há quatro anos na própria posse de Trump.
"Pelas denúncias que têm aparecido até aqui, eu acredito que o temor de uma grande confusão judicial está afastado, porque tudo tem sido desmentido muito rapidamente",explica o jornalista Sérgio Teixeira Jr, que de Nova York cobre as eleições americanas para a Exame, no novo episódio do podcast EXAME Política — Temporada Eleições Americanas, que discute os grandes tópicos da eleição nos Estados Unidos em menos de 30 minutos.
Mas enquanto Trump faz de tudo para atrasar o caminho de Biden para o Salão Oval, o presidente eleito já se prepara para assumir o cargo junto com sua vice, Kamala Harris, a primeira mulher negra a alcançar esse posto nos EUA - cuja as chances de ser candidata em 2024 são grandes.
Apesar da derrota republicana, é importante lembrar que Donald Trump recebeu o voto de 71 milhões de americanos - o que permite o desenho de vários cenários para o futuro do partido, que nos últimos quatro anos se moldou à imagem de Trump.
"Trump certamente continuará fazendo barulho, seja como político ou fazendo o que ele faz de melhor, que é se autopromover", comenta Teixeira Jr. "Já o partido, que desde 2016 assumiu essa postura populista, nacionalista e protecionista, terá que decidir se continua com esse posicionamento ou se pende mais para o centro."
Para Moura, ambos os partidos têm desafios pela frente. Enquanto os democratas precisam se reconectar com as cidades menores e com a população rural, os republicanos precisam olhar para a população mais jovem e urbana, tradicionalmente democrata, e que só tende a crescer.
"Eu não me surpreenderia se as próximas lideranças republicanas viessem, por exemplo, da Flórida, onde os novos políticos do partido são mais jovens", analisa o pesquisador.
Mediado pela editora de macroeconomia da EXAME, Fabiane Stefano, o podcast EXAME Política vai ao ar todas as sextas-feiras com os principais temas da eleição americana.Clique aqui para ver o canal no Spotify, ou siga em sua plataforma de áudio preferida, e não deixe de acompanhar os próximos programas.