Ex-presidente do Peru, Pedro Castillo pede que CIDH o visite na prisão
Robles assegurou que a entidade lhe informou ter na agenda uma visita ao ex-presidente, que está em uma prisão policial de Lima, investigado por rebelião
AFP
Publicado em 22 de dezembro de 2022 às 17h55.
Última atualização em 22 de dezembro de 2022 às 18h26.
Na prisão, o ex-presidente Pedro Castillo pediu a visita de uma delegação da CIDH, que percorria, nesta quinta-feira, 22, algumas cidades do país onde foram registrados protestos violentos após sua deposição devido a uma tentativa frustrada de golpe de Estado.
Na conta de Castillo no Twitter, seu advogado, Wilfredo Robles, disse que "pediu uma reunião" entre seu cliente e a missão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que está no país desde a segunda-feira.
Robles assegurou que a entidade lhe informou ter na agenda uma visita ao ex-presidente, que está em uma prisão policial de Lima, investigado por rebelião.
Na publicação também foi divulgada uma mensagem de Castillo, que assegurou estar "privado arbitrariamente" de seus direitos e pediu que o encontro "se concretize de forma urgente".
Lilia Paredes, esposa do ex-presidente e asilada no México desde a quarta-feira, pediu no Twitter "atenção especial" à saúde de seu marido.
Após o pedido, os familiares de Castillo foram recebidos na tarde desta quinta pela delegação em um hotel de Lima.
"Uma injustiça está sendo cometida. Que haja justiça e que sejam muito transparentes para todos", disse, após sair da reunião, Vilma Vásquez, sobrinha do ex-presidente.
A missão da CIDH também se reuniu com autoridades de Ayacucho (sul), onde pelo menos dez pessoas morreram em confrontos com militares. Outro grupo visitou Lima e Cusco (sudeste).
Reuniram-se com "organizações, movimentos sociais e líderes de povos indígenas para receber informação sobre os protestos e o contexto da crise institucional", informou nas redes sociais a CIDH, órgão da Organização de Estados Americanos (OEA).
Segundo a Defensoria do Povo, pelo menos 22 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas em confrontos entre apoiadores do esquerdista Castillo e forças de segurança.
Em nota publicada nesta quinta, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch pediu às autoridades peruanas "realizar investigações imediatas, exaustivas e independentes" sobre o "assassinato" de manifestantes.
Em 7 de dezembro, Castillo tentou fechar o Congresso, intervir nos poderes públicos e governar por decreto, mas não houve apoio institucional e ele foi detido acusado de rebelião. Sua vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo.
A polícia deteve o ex-presidente horas depois de sua destituição, enquanto tentava chegar à embaixada do México para pedir asilo.
Os manifestantes pediram a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições. Na tentativa de conter a crise, o Parlamento aprovou na terça-feira a antecipação das eleições gerais de 2026 para abril de 2024.