Ex-presidente do Peru é alvo de 2º mandado de prisão
Em fevereiro, Alejandro Toledo foi acusado de ter recebido propina de US$ 20 milhões da empreiteira
EFE
Publicado em 17 de abril de 2017 às 21h48.
Última atualização em 17 de abril de 2017 às 21h48.
Lima - A Justiça do Peru ordenou nesta segunda-feira o segundo mandado de prisão contra Alejandro Toledo, ex-presidente do país entre 2001 e 2006, por casos de corrupção envolvendo o grupo Odebrecht.
O juiz titular do 16º Tribunal Penal de Lima, Mario Guerra, expediu um mandado de prisão preventiva por 18 meses contra Toledo, sua esposa Elianne Karp e outras pessoas relacionadas com a empresa Ecoteva, que teria sido criada na Costa Rica para facilitar o pagamento de propinas pela construtora brasileira.
Em fevereiro, Toledo foi alvo de outro mandado de prisão pela acusação de ter recebido propina de US$ 20 milhões da Odebrecht para facilitar o contrato de construção de dois trechos da rodovia Interoceânica sul.
A nova ordem de prisão também é válida ao empresário Josef Maiman, que criou a Ecoteva com a sogra de Toledo, Eva Fernenbug, e seu ex-chefe de segurança Abraham Dan On.
O ex-presidente peruano e sua esposa são processados por lavagem de dinheiro por causa das compras de imóveis feitas no Peru com recursos procedentes da Ecoteva.
A procuradora Rosana Villar argumenta que as receitas da Ecoteva procedem de pagamentos ilícitos da Odebrecht a Toledo, feitos em contas bancárias de Maiman, que supostamente os transferia a contas "offshore" que tinham como destino final a empresa costa-riquenha, investigada no Peru há quatro anos.
O advogado de Toledo, Roberto Su Rivadeneyra, alega que foi cometida uma "dupla incriminação pelos mesmos fatos", e que desconhece os fundamentos para a prisão porque o juiz não entregou a resolução às partes envolvidas.
Outro defensor de Toledo, Heriberto Benítez, declarou à rádio "RPP Notícias" que Toledo é vítima de "perseguição".
"O que a procuradora Rosana Villar Ramirez fez foi acrescentar os expedientes da Odebrecht. Porém, Toledo não foi citado por este caso. Portanto, não há razões legais que justifiquem este segundo mandato", declarou.
O ex-presidente estaria na Califórnia, nos Estados Unidos, onde vive, e não foi detido pela polícia americana.