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Evangélicos são os grandes vencedores das eleições, diz WSJ

"O conservadorismo religioso pode até parecer inadequado para o Brasil, mais conhecido pelas dançarinas seminuas no carnaval do Rio de Janeiro", diz o jornal

Culto em igreja evangélica: protestantes cresceram 50% a mais no Congresso (Agência Primeiro Plano/Veja/Divulgação)

Diogo Max

Publicado em 29 de outubro de 2010 às 14h07.

São Paulo - Em uma r eportagem publicada nesta sexta-feira, o norte-americano Wall Street Journal se surpreende com o rumo final das eleições brasileiras e aponta os evangélicos como “um dos grandes vencedores” do pleito deste ano.

“A surpresa em relação ao trecho final da campanha neste país, predominantemente católico, foi moldada por um bloco cada vez mais poderoso de protestantes conservadores”, afirma a reportagem.

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Para o jornal, essa é uma mudança forte na política brasileira, que desde o final da ditadura militar traz como centro dos debates questões econômicas e quase nenhuma de cunho religioso, apesar de ser o país com maior número de católicos no mundo.

“Dessa vez, uma campanha baseada em sermões, vídeos na internet e DVDs distribuídos principalmente por pastores evangélicos deram um forte impulso a questões morais, como aborto e casamento gay, na agenda política, forçando Dilma Rousseff e José Serra a declararem suas posições”, diz o texto, assinado pelo correspondente John Lyons.

A reportagem também cita a derrota no primeiro turno de Dilma Rousseff, que perdeu votos para os seus adversários José Serra e Marina Silva por sua indefinição em relação à questão do aborto.

“O conservadorismo religioso pode até parecer inadequado para o Brasil, mais conhecido pelas dançarinas seminuas no Rio de Janeiro durante os desfiles de carnaval”, salienta o Wall Street Journal. “Mas, longe do litoral, onde grande parte do Brasil é rural, existem pequenas igrejas que se enfileiram nas estradas e caminhões com retratos de um Jesus reflexivo em seus pára-choques”, acrescenta o texto.

O Wall Street Journal informa também que os evangélicos cresceram 50% a mais no Congresso. “Eles são muitas vezes eleitos para defender os interesses de suas igrejas, que controlam as redes de televisão e rádio”, explica o jornal.

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