Mundo

O Brexit e as metas climáticas

Nesta quarta-feira, a saída do Reino Unido da União Europeia pode ter um de seus primeiros efeitos concretos. O país era o principal ator nas decisões climáticas do bloco e liderava uma reforma no Regime de Comércio de Licenças de Emissão, o mercado de carbono europeu, o mais antigo do mundo. Desde julho do ano passado, […]

CLIMA: europeus tentam apertar as metas de emissões mesmo sem o Reino Unido  / Billy H.C. Kwok/Getty Images

CLIMA: europeus tentam apertar as metas de emissões mesmo sem o Reino Unido / Billy H.C. Kwok/Getty Images

DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2016 às 03h51.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h41.

Nesta quarta-feira, a saída do Reino Unido da União Europeia pode ter um de seus primeiros efeitos concretos. O país era o principal ator nas decisões climáticas do bloco e liderava uma reforma no Regime de Comércio de Licenças de Emissão, o mercado de carbono europeu, o mais antigo do mundo. Desde julho do ano passado, quando completou dez anos, o programa está sendo reavaliado e, hoje, serão definidas novas regras para garantir a redução na emissão de gases poluentes. Com o Reino Unido fora do jogo, ninguém sabe bem o que vai acontecer.

A União Europeia precisa apertar as condições para seguir firme em seu ambicioso plano climático: cortar em 40% as emissões até 2030 e em 80% até 2050, em relação ao que se poluía em 1990. O ritmo vai bem. Em 2014, o bloco já havia superado as metas para 2020. Mas algumas frentes preocupam. O setor de transportes está na contramão das metas e polui 17% mais do que há 25 anos. Regrar o setor deve ser o segundo principal objetivo da reunião de hoje.

O primeiro, claro, é entender como fica o esforço sem o Reino Unido. O país foi o único membro a defender metas mais apertadas para a União Europeia até 2030. Também tem tido papel importante na diplomacia climática por meio da atuação no Green Growth Group, instituto que acredita que o crescimento verde está atrelado a ganhos econômicos. O deputado britânico Ian Duncan, que liderava a reforma no mercado de carbono, renunciou ao posto logo após o referendo.

Com o afastamento do Reino Unido, a Polônia pretende assumir a liderança da reforma — a contragosto dos ambientalistas, já que a matriz energética do país ainda é muito dependente do carvão. Enquanto isso, a primeira-ministra britânica, Theresa May, vem sofrendo duras críticas por ter abolido o Departamento de Energia e Mudanças Climáticas em sua reforma ministerial. Com tantos problemas a resolver, o Reino Unido parece ter deixado o clima em segundo plano. Uma pena.

 

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Mundo

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil

Xi Jinping defende ações da china para desenvolvimento sustentável no G20