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EUA: WikiLeaks não afeta processos em Guantánamo

O secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse que a divulgação dos documentos é nociva sob vários aspectos, mas não terão impacto negativo sobre os casos a serem julgados

Advogados dos presos de Guantánamo provavelmente usarão os documentos obtidos pelo WikiLeaks para defender seus clientes (Jon Soucy/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2011 às 19h40.

Washington - Documentos sigilosos dos militares norte-americanos divulgados pelo site WikiLeaks, com avaliações de inteligência sobre presos de Guantánamo, não afetarão os processos envolvendo os detentos, disse nesta terça-feira o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder.

"Eu certamente deploro os vazamentos", disse Holder a jornalistas, referindo-se aos documentos divulgados no domingo pela imprensa a respeito de quase todos os suspeitos de terrorismo detidos na base naval norte-americana de Guantánamo, em Cuba.

Holder disse que a divulgação dos documentos é nociva sob vários aspectos, inclusive por prejudicar as relações dos EUA com alguns de seus aliados. Mas acrescentou que não imagina que eles possam ter algum impacto negativo sobre os casos a serem julgados.

O secretário anunciou neste mês que o mentor confesso dos atentados de 11 de setembro de 2001, Khalid Sheikh Mohammed, e quatro outros conspiradores devem ser julgados num tribunal militar de Guantánamo, onde estão presos. Ele afirmou que o Congresso dos EUA impossibilitou o julgamento dos suspeitos em tribunais comuns de Nova York, como Holder desejava.

Mas Holder disse que a decisão parlamentar de negar verbas para o julgamento nas cortes dos EUA -- o que na prática devolve os processos para a esfera da Justiça militar -- não implica que futuros réus suspeitos de terrorismo deixarão de ser julgados em tribunais comuns.

Os documentos divulgados pelo WikiLeaks praticamente não tocam no assunto do uso de técnicas rigorosas de interrogatório em Guantánamo, fato que atraiu ampla condenação internacional e criou problemas processuais em alguns casos.

Holder disse que o governo não poderia divulgar suas avaliações sobre os prisioneiros de Guantánamo porque estas se baseiam em diversas fontes, algumas delas sigilosas, e que divulgá-las representaria fornecer uma informação incompleta.

Mas advogados dos presos de Guantánamo provavelmente usarão os documentos obtidos pelo WikiLeaks para defender seus clientes.

Sob o comando de Holder, o Departamento de Justiça iniciou uma investigação criminal a respeito do WikiLeaks, por causa de outros documentos militares que vieram a tona, tratando das guerras do Afeganistão e Iraque, e de 250 mil comunicações diplomáticas do Departamento de Estado, vazadas no final de 2010.

Em outras declarações, Holder afirmou que não poderia dizer se a Al Qaeda está tramando algum ataque em especial para coincidir com os dez anos do 11 de Setembro. "A dura realidade é que eles estão tramando todos os dias", afirmou.

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Washington - Documentos sigilosos dos militares norte-americanos divulgados pelo site WikiLeaks, com avaliações de inteligência sobre presos de Guantánamo, não afetarão os processos envolvendo os detentos, disse nesta terça-feira o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder.

"Eu certamente deploro os vazamentos", disse Holder a jornalistas, referindo-se aos documentos divulgados no domingo pela imprensa a respeito de quase todos os suspeitos de terrorismo detidos na base naval norte-americana de Guantánamo, em Cuba.

Holder disse que a divulgação dos documentos é nociva sob vários aspectos, inclusive por prejudicar as relações dos EUA com alguns de seus aliados. Mas acrescentou que não imagina que eles possam ter algum impacto negativo sobre os casos a serem julgados.

O secretário anunciou neste mês que o mentor confesso dos atentados de 11 de setembro de 2001, Khalid Sheikh Mohammed, e quatro outros conspiradores devem ser julgados num tribunal militar de Guantánamo, onde estão presos. Ele afirmou que o Congresso dos EUA impossibilitou o julgamento dos suspeitos em tribunais comuns de Nova York, como Holder desejava.

Mas Holder disse que a decisão parlamentar de negar verbas para o julgamento nas cortes dos EUA -- o que na prática devolve os processos para a esfera da Justiça militar -- não implica que futuros réus suspeitos de terrorismo deixarão de ser julgados em tribunais comuns.

Os documentos divulgados pelo WikiLeaks praticamente não tocam no assunto do uso de técnicas rigorosas de interrogatório em Guantánamo, fato que atraiu ampla condenação internacional e criou problemas processuais em alguns casos.

Holder disse que o governo não poderia divulgar suas avaliações sobre os prisioneiros de Guantánamo porque estas se baseiam em diversas fontes, algumas delas sigilosas, e que divulgá-las representaria fornecer uma informação incompleta.

Mas advogados dos presos de Guantánamo provavelmente usarão os documentos obtidos pelo WikiLeaks para defender seus clientes.

Sob o comando de Holder, o Departamento de Justiça iniciou uma investigação criminal a respeito do WikiLeaks, por causa de outros documentos militares que vieram a tona, tratando das guerras do Afeganistão e Iraque, e de 250 mil comunicações diplomáticas do Departamento de Estado, vazadas no final de 2010.

Em outras declarações, Holder afirmou que não poderia dizer se a Al Qaeda está tramando algum ataque em especial para coincidir com os dez anos do 11 de Setembro. "A dura realidade é que eles estão tramando todos os dias", afirmou.

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